Phileas Fogg (David Niven) é um milionário inglês excêntrico que é maníaco
por pontualidade e exatidão milimétrica e que participa de um clube de
cavalheiros. Um de seus passatempos favoritos é desafiar os outros membros do
clube em apostas que parecem impossíveis de ganhar. A mais ambiciosa delas foi de
que conseguiria dar a volta ao mundo e retornar ao clube em exatos 80 dias,
feito considerado extraordinário para os idos de 1872. Para tanto, ele contrata
o mulherengo e leal Passepartout (Cantinflas) como acompanhante de
viagem e, juntos, embarcam em uma aventura incrível ao redor da Terra.
Inspirado
na obra de mesmo nome de Júlio Verne,
“A Volta ao Mundo em 80 Dias” é um
filme muito ousado para a época (1956), que exigiu inúmeras viagens ao redor do
mundo para captar as magníficas imagens mostradas na tela. Fogg e Passepartout
completam o percurso usando um balão, navio, trem e até elefante! Ao todo, 13
países foram visitados e, até aquele momento, a produção detinha o título de
maior número de figurantes usados em um filme. Além das dificuldades de
logística, o produtor Michael Todd enfrentou
problemas técnicos para apresentar o filme da forma que queria e, para
solucioná-los teve que criar sua própria tecnologia: a "Todd-AO", que revolucionou as salas de cinema ao usar
apenas 1 projetor para exibir o filme, em vez dos 3 que eram necessários até
então.
Outro
feito importante do filme foi cunhar o termo “cameo” (ou “camafeu” em português) para designar a aparição de
algum famoso em uma breve participação especial. “A Volta ao Mundo...” é uma produção que conta com a participação
de astros do calibre de Marlene Dietrich,
Frank Sinatra e Buster Keaton. E por falar em astros, temos o próprio Cantinflas, uma escolha arriscada do
produtor, já que o ator era uma estrela de primeira grandeza no México, mas
desconhecido em outras partes do mundo. Para mim, ele é a alma do filme. Seu
bigodinho estiloso é o máximo e seu jeito meio atrapalhado me lembrou o
Carlitos, com toda a inocência dos que têm bom coração.
Achei
o filme bom, mas desnecessariamente longo. Talvez a vontade de ser fiel ao
livro tenha interferido nas escolhas do diretor. As longas tomadas das
paisagens, embora belíssimas, acabam afetando o ritmo do filme, que, em muitos
momentos, parece deixar o roteiro de lado só para embelezar um pouco mais a
tela com cenários impressionantes. Enfim... tem seus méritos, mas seria ótimo
se tivesse deixado alguns minutos na sala de edição.
"Quem vive com pressa, perde o melhor da vida". - Passepartout
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“A Volta ao Mundo em 80 Dias” levou cinco estatuetas do Oscar 1957 para casa: Melhor Filme, Melhor Fotografia em Cores, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Música.
Este post faz parte do Projeto Vencedores do Oscar, no qual assistirei e postarei comentários sobre todos os agraciados com o Oscar de Melhor Filme. Para ver a lista de filmes e a análise de outros títulos, CLIQUE AQUI ou no banner na barra lateral do blog.
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