Baseada
em uma história real, “As Sufragistas”
conta a história de um grupo de mulheres que lutava pelo direito ao voto
feminino da Inglaterra entre o fim do Século XIX e início do Século XX. No
filme, acompanhamos o momento em que, cansadas de serem exploradas e ignoradas,
as sufragistas decidem partir para ofensivas mais violentas para chamar a
atenção das autoridades.
Um
dos cenários em que se desenrolam as cenas é uma lavanderia. As condições de
trabalho degradantes, que envolviam uma carga horária absurda, salários
ínfimos, falta de segurança (esmagamento de dedos, queimaduras e problemas
pulmonares eram comuns), afetavam ambos os sexos, porém mais profundamente as
mulheres, já que ganhavam menos, ainda tinham a carga dos afazeres domésticos e
sofriam abusos sexuais. É, não tinham nada do que reclamar mesmo...
As
sufragistas acreditavam que o direito ao voto era o primeiro passo para começar
a mudar a situação feminina, mas é lógico que eram mal vistas e desacreditadas
(afinal, mulher não tem nada que se meter em política, não é mesmo?), pelos governantes,
pelos vizinhos, pelos companheiros de trabalho e pelas outras mulheres, que
achavam melhor não desafiar o que já estava estabelecido havia tanto tempo.
Maud (Carey
Mulligan) é uma jovem lavadeira que se interessa pelas reivindicações
das sufragistas, mas que obviamente tem medo de se envolver, pois tem contas a
pagar, um filho pequeno para criar e um marido para satisfazer. Decide
demonstrar seu apoio discretamente, mas devido a um contratempo se vê intimamente
ligada ao movimento – o que não é nada bom para sua reputação, para seu emprego
e para seu casamento. Mesmo colocando tudo o que tinha em jogo, ela por fim
entende a importância da luta e coloca o bem-estar geral acima do próprio,
abraçando a causa e sofrendo as consequências.
Crucial
para o despertar de Maud para a luta das sufragistas é a personagem Edith (Helena
Bonham Carter) (que queria ser médica, mas “nasceu do sexo errado”) que
gerencia a farmácia do marido (que herdou o negócio, embora não tivesse o menor
talento para a coisa) e usa o estabelecimento também como sede secreta de
reuniões das ativistas. Além de ser o cérebro por trás das ações das
militantes, ela também cuidava das doenças das mulheres e ensinava a elas
noções de defesa pessoal. Uma líder nata.
Por
mostrar que, apesar das conquistas femininas, as diferenças no tratamento entre
mulheres e homens ainda são enormes e que a luta ainda vai longe, “As
Sufragistas” é um filme atual e necessário. Recomendo muito!
Nota: 4/5
Sobre
a diretora:
Sarah Gavron é uma cineasta britânica
nascida em 1970. Trabalhou na BBC e, assim como muitas diretoras, iniciou a
carreira no cinema dirigindo documentários. Seu primeiro longa de ficção foi a
adaptação do romance de Monica Ali, “Um
Lugar Chamado Brick Lane”. “As
Sufragistas” é seu segundo trabalho.
Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI.
4 comentários:
Preciso de ver!Gostei do que você escreveu.
A mulher que ama livros.
Olá Michelle, parabéns pelo post!
Achei o assunto do filme bastante relevante, realmente parece ser um filme muito bom! Gostei das suas impressões e vou assistir, obrigada pela dica!!
Até mais!
http://prologodaleitura.blogspot.com.br/
Já estava doida pra assistir, agora então...
Adorei o post
Bjks mil
Já estava muito interessada em ver, depois desse post... mais ainda!
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