Baseado
no livro infantil do
escritor britânico Michael Morpurgo, lançado em 1982, “Cavalo de
Guerra” (War Horse) mostra os horrores da guerra vista pelos olhos de um
cavalo. Steven Spielberg usa pouquíssimos e discretos efeitos especiais para
contar esta comovente história baseada em amizade, lealdade e bondade e também
no cinismo, na inveja e no instinto de sobrevivência.
Somos
apresentados ao cavalo Joey quando Ted Narracott (Peter Mullan), pequeno
agricultor, encantado pela beleza e impetuosidade de Joey, o arremata em um
leilão, contrariando as expectativas da família que precisava de um animal para
arar o campo. Com muita dedicação e horas de trabalho árduo, Albert (Jeremy Irvine), filho de Ted, consegue treinar o
cavalo, com quem estabelece sólida amizade. Todavia, a perda da lavoura, as
dívidas da família e a chegada da Primeira Guerra Mundial fazem com que Ted tenha
que vender Joey ao exército britânico. O Capitão Nicholls (Tom Hiddleston) fica pessoalmente
encarregado de cuidar do animal e, vendo o quanto Albert era ligado ao cavalo,
assume o compromisso de devolvê-lo quando a guerra acabar. Aí começa a longa e
triste jornada de Joey, que no decorrer do filme vai conhecer algumas almas
boas, fazer amizade com outro cavalo e sofrer com as perdas e abuso físico.
O grande
trunfo do filme é ter um cavalo como protagonista e contar com intérpretes
equinos muito bons. A emoção passada pelos animais é genuína e a empatia é
imediata. Outro destaque é a fotografia maravilhosa. Conforme a guerra avança,
vemos as coloridas paisagens do interior da Inglaterra se transformarem em
cenários cada vez mais escuros e hostis. A batalha iniciada em 1914, com
soldados a cavalo empunhando espadas, termina em 1918, com cavalos morrendo nos
campos devido à exaustão de tanto puxar artilharia pesada e soldados
entricheirados buscando se proteger de tiros e bombas de gás.
A
cena em que Joey sai arrastando várias trincheiras de arame farpado no peito é
muito impactante e aflitiva. Já a cena seguinte, com soldados ingleses e
alemães em trégua para salvar o animal agonizante, é linda e muito simbólica,
embora altamente improvável.
Sem
grandes reviravoltas, “Cavalo de Guerra” é o típico “filme familiar”, com final
presumível e moral edificante, o que não quer dizer que seja um filme ruim. É
apenas uma boa história contada de forma direta e simples, mas que fala ao
coração. Indicado ao Oscar 2012 nas categorias Melhor Filme, Melhor Trilha
Sonora Original, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição de
Som e Melhor Mixagem de Som.
Curiosidade: O espetáculo teatral "Cavalo de Guerra", inspirado no mesmo livro, estreou no National Theatre of London em 2007. Foi adaptada por Nick Stafford e dirigida por Marianne Elliott e Tom Morris. Seu destaque é o uso de marionetes gigantes com a estrutura e os bonequeiros à vista, da Handspring Puppet Company. A montagem, que foi tranferida para a Broadway em 2001, ganhou 5 prêmios Tony, incluindo o de melhor peça.
(fonte: Revista Preview, Edição 28, Janeiro de 2012)
Eu vi o trailer desse filme no cinema. Achei emocionante.
ResponderExcluirEu li a resenha com uma vontade enorme de assistir, até pq nunca vi um filme que tem um cavalo como protagonista numa guerra e todos os conflitos e dramas em torno disso.
Mas fico na dúvida se assisto ou não, pq parece ser muuuto comovente. xD
Bjs ;)
É bem isso o filme :) As partes do cavalo se machucando dão muita aflição mesmo. E eu gostei desse lado simples e emocionante
ResponderExcluireu tinha visto umas coisas sobre essa adaptação para o teatro, fico curiosa pra saber como deve ser a história feita assim. grande parte do filme é legal por causa dos cenários '-'