Este
ano comemoramos o centenário do nascimento de um dos mais importantes
dramaturgos nacionais: Nelson Rodrigues (23/08/1912 – 21/12/1980). Amado por
uns e odiado por muitos por suas frases provocativas e histórias que expõem sem
pudores o lado mais perverso dos seres humanos, o escritor possui uma vasta
coleção de peças, romances, contos e crônicas, e inúmeros filmes foram
produzidos com base em seus textos.
Diversos
eventos comemorativos estão sendo realizados. Quem estiver em São Paulo pode
aproveitar para dar uma passadinha no Itaú Cultural e visitar a Ocupação Nelson
Rodrigues. A exposição conta com fotos, vídeos e frases no mestre com uma
abordagem mais familiar, já que a curadoria e cocuradoria ficaram a cargo de
sua filha e de sua neta, respectivamente.
Para
quem não puder visitar a exposição ou para aqueles que querem conhecer um pouco
mais da vida do autor, é só acessar o hotsite. Um monte de vídeos, com
convidados falando sobre o homenageado, fazendo leitura dramática, abordando
sua paixão por futebol etc.
Além
disso, há também duas peças de Nelson Rodrigues em cartaz na FIESP: A Falecida
e Boca de Ouro.
No sábado passado fui à exposição no Itaú e assisti à encenação
de A Falecida na FIESP. A peça conta a história de Zulmira (interpretada por Maria Luiza Mendonça), casada com Tuninho, torcedor fanático do
Vasco da Gama que atualmente está desempregado. Um dia, Zulmira vai à
cartomante e a única coisa que a vidente lhe diz é “Cuidado com a loira”.
Altamente paranoica, Zulmira cisma que a tal loira só pode ser sua prima,
Glorinha, que vive lhe virando a cara e que é tida por muitos como a moça mais
séria do Rio de Janeiro. A loucura de Zulmira é tanta que ela acaba por
encomendar seu próprio enterro, com o objetivo de ser lembrada por todos os
moradores cariocas como a morta com o funeral mais bonito já realizado. No
desenrolar da história, segredos vêm a tona e descobrimos a origem da tragédia
que se abateu sobre o casamento de Zulmira e Tuninho.
A
peça tem um cenário inusitado, com arquibancadas de um estádio de futebol e
objetos imaginários. A narração é feita por um ator sentado à máquina de
escrever no canto do palco e que vai contando a história como se estivesse
sendo escrita naquele momento. Apesar de ser uma tragédia, a peça tem muitos
momentos engraçados, causados, principalmente, pelas paranoias de Zulmira. Vale
muito a pena!
Serviço:
O horário das peças varia, dependendo do mês. Em alguns dias a entrada é gratuita, em outros custa R$10,00. Acesse o site e confira as informações da data desejada: A Falecida / Boca de Ouro
Que bacana, Michelle! Eu tenho uma relação de amor e ódio com Nelson Rodrigues, lembro que li quase todas as peças dele quando eu tinha 18 anos. Adoraria ver a montagem de alguma, mas nunca tive oportunidade. Aliás, quando eu for em São Paulo tenho que me programar para ir ao teatro, pois nunca dá tempo! Beijinho! =)
ResponderExcluirOla Michelle,domingo passamos perto do Itau cultural,pena que nao deu para entrar.
ResponderExcluirMas agora,depois do seu post,vou aproveitar um sabado para conhecer a exposicao e para assistir a peça teatral no Fiesp,valeu a dica,nao estava sabendo que estava tendo essas duas peças lá.
beijao.
Adorei o "Amado por uns e odiado por muitos"...rs
ResponderExcluirNão sei se foi trauma, mas eu sou uma das odiadoras. Anjo Negro me deu até tontura.
Mesmo assim, não tiro o mérito do autor, acho que tudo o que ele fez contribuiu para a arte brasileira.
Ai, passei na frente do Itaú cultural e vi essa exposição! Mas fiquei interessada mesmo em ver a peça! Já tá pra sair de cartaz, né? Preciso ver logo... :/
ResponderExcluirAmei o post, ótimas dicas culturais! :)
Polêmico é a palavra que resume Nelson Rodrigues. Eu adoro.
ResponderExcluirAs peças ainda vão até novembro, Raíssa. É só a exposição no Itaú que termina em breve.
Bjo pra vocês!
Sério? :D êêê! Vai dar pra ver, então! :)
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