LIVRO: Azul é a cor mais quente
Clementine é uma adolescente de 15 anos que está descobrindo sua
sexualidade e fica dividida entre seguir o padrão de "normalidade"
imposto pelas regras sociais ou seu amor por Emma, a intrigante garota dos cabelos azuis.
Clementine está naquela fase conturbada em que tenta
encontrar seu lugar no mundo, descobrir o que quer, conhecer a si mesma,
entender as mudanças de seu corpo, sua mente e seu coração. Enquanto se empenha
em estudar para passar nos exames finais do colégio, tem que lidar com as
dúvidas sobre seu relacionamento recém-iniciado com Tomás e com os estranhos
sonhos eróticos que passa a ter com a menina de cabelos azuis que ela viu
apenas de passagem.
Como explicar essa atração? Mais do que nunca,
Clementine precisa se encaixar em um grupo e sabe que, se revelar seu interesse
por Emma, os amigos não entenderão. Além disso, ela conhece bem os pais que
tem. Assumir seus sentimentos por outra garota significa enfrentar preconceitos de todos os lados: na escola, em casa, na rua. Mesmo assim, Clementine decide
arriscar.
Gostei muito da forma singela como a autora abordou o tema. Mais do que uma história sobre homossexualismo, é uma história de amor. As descobertas de Clementine são contadas de uma forma natural, sem julgamentos, da mesma forma que aconteceria se o casal fosse formado por um garoto e uma garota. Um livro que eu indicaria a qualquer pessoa, inclusive aos adolescentes.
Quanto
ao visual, a graphic novel é
simplesmente linda. Com traço delicado e cores sóbrias, o azul ilustra
elementos importantes na vida de Clementine: o diário, Tomás e, por fim, Emma.
Como a história é contada em retrospecto a partir das anotações de Clementine
no diário, as cores também ajudam o leitor a se localizar no tempo, mostrando o
mundo real em cores e a narrativa do caderno em preto e branco.
Imagem retirada DAQUI |
Minha
única crítica é que o final da história me pareceu acelerado. Alguns
acontecimentos importantes da vida de Clementine e Emma foram contados
superficialmente, em alguns quadros apenas, encerrando logo a história. Mesmo
assim, foi uma boa leitura.
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FILME: Azul é a cor mais quente
O que dizer sobre o filme? Criou uma baita polêmica por mostrar cenas de sexo extremamente detalhadas e longas entre as protagonistas. Gerou insatisfação das atrizes e acusações ao diretor. Teve sua produção em Blu-ray rejeitada por empresas brasileiras. Enfim... todo tipo de história sobre o filme, as atrizes, o diretor e outros envolvidos foi noticiada. Mas e o filme em si? Vale a pena?
Muitas
alterações foram feitas na história, a começar pelo nome da protagonista
(Clementine virou Adèle) e sua idade
(18 ao invés de 15 - provavelmente para permitir as cenas de sexo). Isso levou
a outras mudanças: Adèle agora não está mais preocupada com o ensino médio, e
sim sobre a carreira que deve seguir. Na fase mais avançada de seu
relacionamento com Emma, vemos que
Adèle virou professora infantil – o que desencadeia conflitos em determinado
momento.
Alguns
pontos obscuros ou pouco explorados no livro (aqueles que eu disse que foram
acelerados) foram mais bem desenvolvidos no filme, e, mesmo com criações e
adaptações, pareceram funcionar. No entanto, o final é completamente diferente.
Não que seja um final ruim, mas, com certeza, é menos dramático (e até mesmo menos sentimentaloide). Achei válido.
Contudo,
todas essas mudanças não me incomodariam nem um pouco se o diretor tivesse
mantido a leveza e o tom de descobertas naturais que o livro explora tão bem.
Ao pesar a mão nas cenas de sexo, a essência da história foi totalmente
deturpada e tudo o que restou foi um pornô lésbico de 3 horas de duração. Aí
não dá para recomendar para qualquer um. Se você conseguir relevar essa parte,
o filme é OK.
Não consegui ser tão crítico com o filme. Achei bastante bonito.
ResponderExcluirO sexo de vez em quando ´bom para mudar um pouco a visão negativa.
Beijão ;)