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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Veja Mais Mulheres - Filme #3: Inch' Allah


Chloé é uma médica canadense que mora em Jerusalém e cruza a fronteira todos os dias para trabalhar em uma clínica na Palestina. No lado israelense ela aproveita os cafés e boates ao lado da amiga e soldada Ava; no lado palestino vai com a amiga Rand e várias crianças procurar material reciclável e qualquer coisa que possam usar em uma grande área de descarte de entulho e lixo ao lado do muro fronteiriço. Diante das duas realidades tão diferentes, ela se sente dividida e até culpada por poder transitar livremente pelas duas regiões.


Esse foi mais um filme que assisti por acaso na TV a cabo e gostei muito, principalmente porque mostra a conflituosa relação entre israelenses e palestinos sem assumir que um lado está certo e o outro errado. O olhar da diretora se volta para a postura individual dos personagens.


Ava (Sivan Levy), por exemplo, trabalha como guarda da fronteira e, como tal, presencia cenas de desespero e violência frequentemente. Ela detesta essa posição, cumpre sua função da melhor forma possível sem abusar de sua autoridade, mas infelizmente não pode responder pela conduta dos companheiros de farda e tampouco pode pedir transferência para um outro serviço. Então ela se vê numa situação incômoda, pois quer servir ao seu país, mas não concorda com a postura de alguns militares.


Rand (Sabrina Ouazani), por sua vez, está grávida de um militante islâmico que aguarda sentença na prisão. Ela não gosta do envolvimento do marido com o movimento armado, mas defende a luta pela criação de um Estado próprio participando de manifestações e apoiando as ações do irmão, também militante ativo.


Chloé (Evelyne Brochu), sendo estrangeira, tem algumas vantagens e pode circular sem dificuldades por esses dois mundos. Ela tenta não interferir, ficando apenas como espectadora dos acontecimentos e ouvinte das amigas. Até que se vê em uma situação delicada e é obrigada a fazer escolhas, tomando partido de um dos lados. Complicado, não? 

Achei muito bacana a abordagem e recomendo, viu?

Nota: 4/5
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Sobre a diretora:

Anaïs Barbeau-Lavalette nasceu em 1979 em Quebec, Canadá. É atriz, diretora e roteirista. Começou fazendo documentários e seu primeiro filme de ficção foi “Le ring”, em 2007. “Inch´Allah”, lançado em 2012, é seu segundo longa ficcional.

Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres,criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI. 


2 comentários:

  1. Uau, ontem terminei de ler um livro de uma autora portuguesa com o mesmo tema. E até encontrei semelhanças com aquilo que você escreveu sobre os personagens.
    Acho que procurar pelo filme. Não sei. Fartei-me da violência exposta no livro e não sei se tenho estômago para mais violência.

    amulherqueamalivros

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  2. Cláudia,
    Melhor dar um tempo então, né?

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Obrigada pelo comentário!
Respondo todos por aqui mesmo, OK?
Pode demorar um pouquinho, mas não deixo de responder ;)