Como nem só de produções americanas se faz um
Oscar, o filme de hoje é o iraniano “A Separação” (Jodaeiye Nader az Simin/
Nader and Simin: A Separation), do diretor Asghar Fahardi. A história começa
quando Simin (Leila Hatami) decide deixar o Irã na tentativa de dar um futuro
melhor para Termeh (Sarina Farhadi), sua filha com Nader (Peyman Moadi).
Todavia, Nader não pode acompanhá-la, pois tem que cuidar do pai idoso que
sofre de Alzheimer (Ali-Asghar Shahbazi). Por isso, o casal decide se separar.
Após o pedido de divórcio, Termeh não quer viajar com a mãe e prefere ficar
morando Nader, e Simin acaba voltando para a casa de seus pais. Para ajudar nos
cuidados do doente, Nader contrata Razieh (Sareh Bayat), que está
grávida e não tem com quem deixar sua filha pequena, Somayeh (Kimia
Hosseini, fofa!). Mesmo assim, Razieh aceita o trabalho para pagar dívidas do marido sem
que ele saiba. Apesar das questões religiosas e culturais envolvidas nesse
acordo, os dias vão transcorrendo, até que um incidente faz com que Hodjat
(Shahab Hosseini), marido de Razieh, entre em cena, desencadeando vários outros
problemas, brigas, mentiras e vinganças.
A
trama aborda temas universais, como divórcio, dificuldades de cuidar de pessoas
doentes, diferenças de classes sociais e justiça, e ainda adiciona questões
importantes no Irã, como religião e preconceito. Por exemplo, o divórcio, que é
uma situação complicada em qualquer lugar do mundo, no Irã é ainda pior, pois
indica desobediência da mulher; se cuidar de idosos doentes já é por si só uma
tarefa extenuante, imagine no caso que é mostrado no filme, em que uma mulher
grávida esconde do marido que está trabalhando em uma casa onde a esposa não
está presente, tem que lidar com os próprios incômodos da gravidez, suportar o
peso do doente e ainda enfrentar dúvidas de cunho religioso, como quando o
doente faz xixi nas calças e ela não sabe se despi-lo para lhe dar banho é
pecado ou não.
No
filme, acompanhamos a ação de perto, como se estivéssemos no mesmo ambiente que
os personagens. Não há manipulação do espectador em momento algum, tanto que às
vezes tomamos partido de X, depois preferimos acreditar em Y. Também não é um
filme de respostas; aqui os questionamentos são mais importantes e levam à
reflexão. A película bem que poderia se chamar “Mentiras”, porque é isso o que
faz com que as divergências entre os personagens aumentem cada vez mais. Lógico
que algumas dessas mentiras são até compreensíveis, pois a intenção era
“proteger” alguém. Porém, a pergunta que fica é: até que ponto é válido
distorcer o acontecido, omitir fatos e mentir “com boas intenções”?
“A
Separação” ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e o Urso de Ouro
e Urso de Prata de Elenco Masculino e Elenco Feminino no Festival de Berlim.
Indicado ao Oscar 2012 nas categorias Melhor Filme em Língua Estrangeira e
Melhor Roteiro Original.
VENCEDOR DO OSCAR 2012 NA CATEGORIA "MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA".
VENCEDOR DO OSCAR 2012 NA CATEGORIA "MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA".
Um comentário:
Meu professor me recomendou esse filme HOJE! credo, coincidencia demais shuahsa
vou assistir *-*
bjobjo
www.livrosecitacoes.com
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