Kate
e Zoe fazem parte do seleto grupo de ciclismo de elite e se conhecem desde os
19 anos. Ambas têm um passado sofrido e viram no esporte uma chance de deixar
todas as dificuldades para trás. Embora tenham personalidades completamente
opostas, o destino as uniu dentro e fora das pistas, onde assumem os papéis de
maiores rivais e melhores amigas, respectivamente. Mais de uma década depois do
primeiro encontro, elas estão às vésperas das Olimpíadas de
Londres, a última corrida de suas vidas, e o resultado da disputa pode pôr um
fim não apenas em suas carreiras, mas também no delicado relacionamento que
cultivam há anos.
“Assim
que descia da bicicleta, seu coração era tomado pela necessidade de cumprir
todas essas funções secundárias desconcertantes – como amar alguém, sentir
algo, pertencer a algum lugar – quando só era treinado para bombear sangue”.
Todo
mundo que visita o blog há um tempinho deve saber que “Pequena Abelha” é um dos meus livros favoritos e o quanto eu
demorei e sofri para fazer uma resenha que despertasse o interesse das pessoas
sem falar demais sobre a história, seguindo à risca a recomendação contida na
contracapa do livro. Pois bem, aqui estou eu novamente, lutando contra a árdua
tarefa resenhar outro livro do Chris Cleave, tentando exprimir o
quanto a história me cativou, mas sem estragar a surpresa dos leitores.
O
pouco da trama que contei no parágrafo inicial é apresentado na orelha do
livro, então não, não dei spoiler de
nada. Como a própria sinopse informa, "Ouro”
é uma história sobre os limites físicos e emocionais das pessoas, sobre perdas
e ganhos, sobre as escolhas que fazemos, sobre o sucesso aos olhos do outros e
sobre pequenas vitórias pessoais.
O
que tenho a dizer é que, se eu nunca tivesse lido nada do Chris Cleave,
provavelmente passaria batido por “Ouro” nas prateleiras da livraria. Uma capa
simples, uma sinopse que não diz muita coisa e uma trama sobre... ciclismo?
Não, obrigada! Felizmente, o contato prévio com o trabalho do autor e a ótima
experiência que tive me fizeram desejar ler este lançamento assim que sua
publicação foi divulgada. Nas histórias de Cleave, o que conta é como você se
sente durante a leitura, não o estilo literário revolucionário ou a trama
absurdamente inovadora.
Na
verdade, a história é bem banal. E é justamente esse o trunfo. Se eliminássemos
os bastidores do ciclismo como cenário e realocássemos a trama para qualquer
outro lugar (um escritório, uma universidade, um asilo), ainda assim
funcionaria perfeitamente, pois o combustível da história é natureza humana, com tudo de melhor e
de pior que isso significa.
Enfim...
já que não posso falar muito sobre a história em si, vou falar sobre outras
características que tornam o livro delicioso: referência nerd a Star Wars (mesmo
eu não sendo fã da série, gostei muito de como esse universo foi usado na
história – indo muito além de uma mera citação cool) e trilha sonora
sugerida (a música é muito importante nas cenas construídas pelo autor). Vou
até deixar a playlist AQUI para quem quiser entrar no clima.
Ainda
na dúvida se deve ler ou não o livro? Vou apresentar mais um ponto positivo: a narrativa divertida, que
contrabalanceia perfeitamente os momentos angustiantes da história – e eles são
intensos, viu? Só imagens surreais evocadas por frases do tipo “A
incongruência era chocante, como levar um soco na cara de um Ursinho Carinhoso”
aliviam a tensão nessas horas.
Em
suma, com “Ouro” o autor conseguiu novamente me deixar envolvida na história de
seus personagens, me fez torcer por eles, vibrar por suas conquistas, sofrer
com as derrotas; com a mesma facilidade, fez meus olhos encherem de lágrimas e
meus lábios se moverem involuntariamente num sorriso. É preciso ser muito
talentoso para transformar algo trivial em excepcional. E Chris Cleave já fez
isso duas vezes. Quer dizer, eu já comprovei essa sua habilidade duas vezes, pois
o autor tem três livros publicados. Espero poder, em breve, ler "Incendiário", a única de
suas obras que ainda não tive o prazer de conhecer.
Uma
história que emociona por sua simplicidade. Leia o quanto antes!
“Era
isso que tinham aprendido, depois de todas aquelas corridas: as voltas mais
difíceis são aquelas que você dá depois que a multidão foi embora”.
Este livro foi lido como parte da parceira com a Intrínseca.
10 comentários:
Mi, li até o ponto em que vc diz que a história lhe cativou... pq ainda não li Pequena Abelha e já estou esse engatilhado no kobo... rs E se vc gostou, pra mim já é certo me jogar neles! ;o)
Xerinhos, lindeza!
Paty
Ótimo blog!
Bjs
Aline
http://www.devaneiosdemadrugada.com.br/
Eu queria esse livro. Eu vi ele na livraria e resolvi deixar pra lá pra não gastar mais. Tô meio arrependida. Espero que eu tenha uma outra oportunidade em breve. Amei a sua resenha!
literallypitseleh.blogspot.com.br
Bom, sou suspeita pra comentar porque tb AMEI Pequena Abelha e, desde então, virei fã deste autor. Realmente vc disse tudo em "Nas histórias de Cleave, o que conta é como você se sente durante a leitura". É bem isso mesmo.
Ri algo aqui com a frase dos Ursinhos Carinhosos, hahahha!! E mentira que tem até trilha sonora?!! Com uma playlist bem eclética hein, ressalte-se...
Ansiosa pra ler tb!
bjos
"Ouro" ou "pequena abelha"? Qual é melhor?
Michelle, se eu não soubesse o quão excelente é a escrita do Chris nunca daria bola pra Ouro e sua capa que não chama a atenção, quando vi a edição gringa na livraria fiquei interessada e quando soube que a Intrínseca o traria, fiquei super animadona!
Agora é esperar achar na biblioteca, ou comprar numa promoção... Acho que vou gostar bastante, Pequena Abelha também está na minha lista de preferidos ;')
Oi Michelle!
Ainda não li nada do Chris Cleave, mas assim como na sua resenha já ouvi muitos elogios principalmente ao livro Pequena Abelha, estou com o ebook dele há tempos já mas, ainda não li acredito que depois de tantos elogios passe ele na frente de alguns !
Excelente resenha!
bjos
Melissa
Gostei muito de sua resenha e tenho aqui em casa o "Pequena Abelha", mas ainda não tive tempo para ler. Já li e ouvi só comentários bons a respeito e Pequena Abelha está na minha interminável de leituras a fazer. Um abração!
Ilmara
Paty,
Bom saber que você gosta das minhas indicações. Depois quero saber o que você achou, tá?
Aline,
Obrigada ;)
Schrotz,
O livro acabou de ser lançado, então oportunidades para lê-lo não vão faltar!
Sarah,
Não é que o autor tenha feito uma listinha, mas a música é muito importante na trama. Reflete o que se passa com os personagens em determinadas situações. Às vezes, eles escolham a trilha, outras, é música ambiente que se encaixa perfeitamente na cena. Pode separar os lencinhos.
Julia,
Pequena Abelha tem um lugar especial no meu coração, pois foi o livro que me apresentou o estilo do autor e me cativou. Mas Ouro é igualmente encantador.
Maura,
Não é? Acho que muita gente deixará de conhecer uma história incrível por não conhecer o trabalho do autor ou por não prestar muita atenção à capa. Uma pena.
Melissa,
Vale a pena furar a fila com Pequena Abelha, viu?
Ilmara,
Repito o que eu disse para a Melissa: fure a fila com Pequena Abelha ;)
Eu conhecia vagamente a fama do autor por causa do Pequena Abelha (que eu não li mas tá na lista de compras há um tempão)... e quando vi essa capa o que me chamou atenção foi saber qual era o escritor. Como tu disse, a capa em si, a sinopse não parecem chamar tanto a atenção assim mas eu fiquei realmente interessada quando tu disse que a escrita dele é descontraída em alguns pontos e tem aquelas tiradas leves, eu adoro isso e adoro também uma história que tem seus momentos tensos e profundos e esse livro parece ter :)
Postar um comentário