quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Filme: Cine Holliúdy


No interior do Ceará, nos anos 70, a chegada da TV rouba o público dos cinemas e, assim, Francisgleydisson, o dono do pequeno Cine Holliúdy, é obrigado a mudar com a família para outra cidade, onde enfrenta mais uma vez a ameaça da televisão e a burocracia, mas faz de tudo transportar a pitoresca plateia para dentro da fantasia das telas.


Como eu já tinha comentado no último “Contando os Dias”, estava louca para ver esse filme desde que assisti ao trailer e, como previsto, escalaram o filme para poucos horários e em um número ridículo de salas aqui em São Paulo. Sem contar que a estreia aconteceu no mesmo fim de semana de "Em Chamas". E em tempos em que as distribuidoras querem enfiar filmes dublados pela goela abaixo dos espectadores, jogar nas telas um filme nacional com legendas é praticamente uma insanidade. Receita para o desastre.


Mas quem tiver espírito aventureiro e a oportunidade de assistir “Cine Holliúdy” não vai se arrepender. O filme é uma bela homenagem à sétima arte e resgata ainda um pedaço da história do Brasil e do próprio cinema nacional. De um jeito divertido e peculiar, acompanhamos a jornada do herói Francisgleydisson (Edmilson Filho), sua esposa (Miriam Freeland) e seu filho (Joel Gomes), além do simpático mico-leão Montanha, bichinho de estimação da família, ao chegarem a uma cidade nova em uma derradeira tentativa de viver de exibição de filmes, a grande paixão de Francisgleydisson.


Os personagens são bem caricatos e exagerados, mas é impossível não rir de suas presepadas. O sotaque, a fala rápida e as gírias locais dão um tempero a mais à produção e as legendas realmente foram úteis nos primeiros cinco minutos, tempo que meus ouvidos demoraram para se acostumar às novidades. Depois disso, já não foram mais necessárias para mim. Mesmo assim, achei o recurso bem interessante.


Outro ponto que agradou bastante foi o resgate dos filmes antigos e clássicos de kung fu, que viram febre na cidadezinha em que o Cine Holliúdy se instala. Imagens toscas, dublagem sem sincronia e com adaptações engraçadas tiveram gostinho de infância e a performance ao vivo do próprio Francisgleydisson foi impagável e arrancou risadas. A cena do pastor fazendo milagre na igreja também foi de chorar de rir.


A mistura de “O Auto da Compadecida” com “Cinema Paradiso” foi bem satisfatória para mim. Fazia tempo que eu não ria tanto de situações tão ingênuas e bobas, mas com tanta naturalidade que é praticamente impossível ficar imune. Acho que o filme tem tudo para ser um sucesso quando exibido na tela da Globo. Pena que sua carreira no cinema tenha sido tão mal planejada.


Trailer (legendado!):

2 comentários:

Jacqueline Braga disse...

Oie Mi
já disse que estou super afim de assistir esse filme? preciso assistir uma comédia engraçada, e cheia de presepada. Ótima indicação.
bjos
www.mybooklit.com

Michelle disse...

Jacque,
É um dos filmes nacionais de comédia de que mais gostei. Depois fala se gostou!