Finalmente
estreou a refilmagem de “Carrie, a
Estranha”! Para quem não tem a menor ideia do que eu estou falando (será
que alguém ainda não sabe do que se trata a história?), vou resumir: Carrie é
uma adolescente que é constantemente ridicularizada na escola por ser
diferente. Filha de uma fanática religiosa, Carrie não tem autorização para
fazer nada que não seja assistir às aulas e se penitenciar em casa por pecados
que não cometeu. Só que a garota é realmente diferente... possui um poder
paranormal. E está no limite.
Sou
fã confessa do filme de 76, brilhantemente adaptado da obra do Stephen King por Brian dePalma. No começo deste ano, li o livro (veja a resenha
AQUI) e fiquei impressionada, não só ao perceber o quanto a primeira adaptação
era fiel ao texto original, mas também pela extrema habilidade de King em
envolver o leitor nessa história que fala de descobertas, mentiras, bullying, amor e ódio entre mãe e filha
e vingança, tudo isso com um toque de sobrenatural. Lógico que fiquei
empolgadíssima para ver a nova versão, principalmente porque adoro o trabalho
da Julianne Moore (que interpreta a
mãe de Carrie) e da jovem e promissora atriz Chloë Moretz (que dá vida à protagonista).
Então
ontem fui toda ansiosa conferir o filme e saí com um enorme sentimento de
decepção. É claro que eu sabia que a história tinha sofrido uns ajustes e sido
transposta para o tempo atual (o que não afeta muito a trama, na verdade).
Aliás, a atualização até contribui para aumentar a humilhação de Carrie, já que
a clássica cena da primeira menstruação no vestiário feminino agora é filmada
por suas colegas e postada na internet. O grande problema, para mim, foi
transformar a história em um filme de
terror genérico e descartável, que será esquecido assim que a próxima
produção do gênero chegar às telas, talvez já na semana que vem.
Vamos
deixar claro: Carrie ter o poder de telecinese,
ou seja, consegue mover objetos apenas com a força da mente. A combinação dessa
habilidade com o imenso ódio que traz dentro de si é capaz de gerar uma
catástrofe. Mas a garota não tem poderes de super-herói, gente! Transformaram a
protagonista em um misto de Hulk com Jean Grey. A bicha ganhou uma força
descomunal e voa! Voa!
Eu
estava achando tudo meio com cara de Sessão
da Tarde, mas OK. Parece que é senso comum tratar o espectador
contemporâneo como imbecil que não consegue ler nas entrelinhas e fazer
inferências (bem, talvez grande parte do público não consiga mesmo). Se não
tiver tudo bem explicadinho, nego não gosta, diz que não faz sentido, que é
ruim. Pensar dá trabalho demais. Mas enfim... eu estava gostando do filme até a
parte do baile, quando começam o festival de superpoderes e as caretas forçadas
da Chloë Moretz. Sério. Pra que tenta careta, meu Deus?! O ódio, que era (ou
deveria) ser sua força motriz, nem de longe passaram por seus olhos. Tive
vontade de chorar (de raiva, por ter ido ver o filme no cinema; de tristeza,
por terem arruinado uma história incrível).
Para
não ser injusta e dizer que o filme todo foi ruim, confesso que a cena inicial,
com a câmera que sobe as escadas lentamente mostrando objetos quebrados e
sangue nos degraus enquanto ouvimos uma mulher gritando desesperadamente é
muito bacana. E a Julianne Moore dá um show, como sempre. Os olhares de raiva,
medo e nojo que ela lança para Carrie transmitem exatamente o que a filha
deveria sentir diante da mãe opressora. E ainda tem o lance da automutilação,
que foi intensificado. Muito aflitivo.
De
resto, é só um filme mediano. Talvez impressione quem nunca viu a primeira adaptação
ou quem não conhece o horror genuíno da história, muito mais no interior dos
personagens do que em objetos e pessoas sendo arremessados. A mim,
infelizmente, não convenceu.
Preciso
mesmo repetir? Não perca seu tempo com a nova versão. Vá atrás do filme de 76.
E leia o livro!
Trailer legendado:
5 comentários:
Oi, Mi!
Quando vi o trailer do remake, fiquei com medo de terem acabado com a história. Li o livro antes mesmo de ver a versão da década de 1970, mas gostei desta.
A história é muito intensa e tem tudo para criar uma identificação no leitor/espectador pela questão da desforra. Quem nunca foi zoado na escola? Mas a vingança como mostrada no livro é excelente pois, apesar de usar um poder paranormal, ainda está dentro do possível rs. Agora, transformar a garota praticamento no Hulk não rola!!!!
Você confirmou meus receios. Nem perderei meu tempo indo ao cinema...
Beijos!
Tô pensando em ler o livro antes que seja lançado no cinema da minha cidade, parece ser muito bom, vou assistir esse primeiro, depois assisto a versão mais antiga.
http://leituramagnifica.blogspot.com.br/
AAAAA morri com seu comentário sobre a forçada nos poderes de Carrie. E estava esperando uma resenha bem sincera desse filme. Tô muuuito a fim de ver, MESMO. Porque gosto da primeira versão e também gosto demais da Chloe. Se já estava meio "assim" com o remake, agora já vou sem esperar demais. Apenas curtir (e comparar, claro) rs
beijos
Mi, eu sonho em ver a versão de 76. A que vi é a de 2002, que achei muito, muito legal e me fez ficar interessada em conhecer o cara que havia criado aquilo. Ah, sr. King, ainda quero ler tudo o que você escreveu xD
Pretendo ir ver essa nova versão por que ganhei ingressos gratuitos, mas já vou com outro olhar. Já imaginava que a versão atual não se equipararia às anteriores, mas... Nossa! Ela voa! o.O
Ah, e eu ainda preciso ler o livro!
Beigos!
Ai, Gi... foi decepção pura. Acho que você concordaria comigo. Não perca tempo com essa versão não.
Ana Caroline,
O livro recomendo sem pensar duas vezes, já o filme... boa sorte!
Eliana,
Eu também adoro a Chloe, mas dessa vez não deu. Pelo menos você já vai sem expectativa, né?
Maura,
Se você gostou da versão de 2002 (que é bem meia-boca), vai pirar na de 76. Bom, pelo menos vai ser uma sessão de graça, né?
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