Como de louco todo mundo tem um pouco, os filmes de hoje exploram personagens que têm algum tipo de distúrbio mental.
Se enlouquecer, não se apaixone (It’s kind of a funny story, 2010)
Se enlouquecer, não se apaixone (It’s kind of a funny story, 2010)
O
filme começa com Craig Gilner (Keir Gilchrist), garoto de 16 anos,
tentando suicidar-se pulando de uma ponte. É quando ele acorda desse sonho
recorrente, mas, desta vez, decide procurar ajuda em um hospital. Lá, conhece Bobby (Zach
Galifianakis), interno da psiquiatria que se torna seu guia e amigo. No
hospital, Craig começa a ver seus problemas por outro ângulo e conhece todo
tipo de gente, o que o faz repensar suas prioridades na vida. Esse título em
português obviamente tenta atrair os fãs de Zach Galifianakis que o viram atuar
nos filmes da série “Se beber, não case”.
No entanto, aqui Zach mostra seus talentos dramáticos. Embora tenha um final
previsível, o bacana do filme é a sutileza com que aborda um tema tão delicado
como os transtornos psiquiátricos. A forma como os pensamentos do protagonista
são apresentados também é interessante. E, além disso, a trilha sonora é ótima.
Impossível não se emocionar quando os internos apresentam “Under pressure” do Queen.
Nada revolucionário, mas tem seus momentos.
Eu sou um ciborgue, mas tudo bem (I’m a cyborg, but that’s OK/Saibogujiman
kwenchana, 2006)
Este
filme sul-coreano é muito bacana, mas já vou avisar: tem que embarcar na
loucura dos personagens. Cha Young-goon
é uma garota que pensa ser um ciborgue. Criada pela avó, que sofria de
Alzheimer e esquizofrenia, a menina cresce falando como uma pessoa idosa e
apresentando algumas excentricidades, até que tenta o suicídio na fábrica em
que trabalhava. Então, é hospitalizada em uma clínica psiquiátrica e lá conhece
outros internos tão peculiares quanto ela, como, por exemplo, Park Il-sun, campeão de ping-pong que
usa uma máscara de coelho e tem o hábito de roubar outros pacientes (rouba no
jogo, rouba o apetite, rouba os dias da semana), e Duk-chun, um homem tão educado que só anda de ré para não dar as
costas às outras pessoas e que está sempre se desculpando, mesmo quando não tem
culpa de nada. Young-goon sofre por ser “uma máquina sem manual de instruções
ou rótulos” e não conhecer o propósito de sua existência, ao contrário de
outras máquinas com função determinada, como cafeteiras e furadeiras, por
exemplo. Com um visual de cores fortes e uma ideia inusitada, o filme é bem
diferente e interessante. Recomendo para pessoas de mente aberta.
Tempo de Despertar (Awakenings, 1990)
Este
eu já vi faz um tempinho, mas gosto muito da história, baseada em fatos reais. Em 1969, no Bronx, o médico neurologista Malcom Sawyer (Robin Williams) começa a trabalhar em um hospital psiquiátrico
e se depara com vários pacientes catatônicos. Procurando uma forma de “despertar”
esses pacientes, ele descobre que a levodopa, uma droga nova naquela época, que
era usada para tratar o Mal de Parkinson, poderia ajudar a melhorar a vida dos
internos. Com a autorização do diretor da instituição, o Dr. Sawyer começa sua
experiência tratando inicialmente apenas um paciente: Leonard Lowe (Robert De Niro).
A recuperação de Lowe é espantosa, e logo todos os pacientes estão recebendo
esse tratamento experimental, até que efeitos colaterais inesperados surgem,
interrompendo os testes de Sawyer. O uso de um medicamento para tratar
condições não indicadas na bula é bem comum, mas os riscos são imensos. O filme
mostra isso muito bem, explorando a empolgação dos médicos com a descoberta e
sua decepção com os efeitos colaterais. De Niro dá show em uma atuação inspirada,
o que lhe rendeu o prêmio de melhor ator
dos críticos de cinema de Nova York em 1990. Imperdível.
Garota, Interrompida (Girl, Interrupted, 1999)
Esse
faz mais tempo ainda que vi, mas ficou marcado em minha memória. Baseado no livro de memórias homônimo
escrito por Susanna Kaysen
(interpretada por Winona Ryder), o filme apresenta a história dessa garota que
foi diagnosticada com Transtorno de
Personalidade Limítrofe nos anos 60 e enviada a um hospital psiquiátrico,
onde ficou dois anos internada. O problema é que esse transtorno é muito
difícil de identificar com precisão e surge na adolescência, podendo ser
confundido com rebeldia juvenil em muitos casos. No hospital, Susanna passa a viver nesse mundo estranho e conhece algumas garotas barra-pesada, incluindo
Lisa Rowe (Angelina Jolie), uma
sociopata sedutora que arma um plano de fuga envolvendoa Susanna e outras
internas. Angelina Jolie ganhou o Globo
de Ouro e o Oscar de melhor atriz
coadjuvante de 2000 por sua atuação como a assustadora Lisa. Bom filme do
início dos anos 2000.
Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest, 1975)
Este
é um clássico dos clássicos e dispensa apresentações. Conta a história de Randle McMurphy (Jack Nicholson), malandro que, ao ser preso mais uma vez, se
finge de louco para ir para um hospital psiquiátrico em vez da cadeia. Ao
chegar lá, ele tenta mudar a rotina dos pacientes e, como obviamente não tinha
problema mental algum, é visto pelos internos como alguém destemido, que
enfrentava os enfermeiros e médicos sem medo das punições, que incluía, entre
outras coisas, choques elétricos. Sua sanidade é percebida pelos funcionários
da clínica, mas McMurphy, por conveniência, fingia nos testes para continuar
ali. A ideia inicial que ele tinha sobre os loucos, de que podem fazer qualquer
coisa que lhes dê na telha, é derrubada pouco a pouco, e o que parecia ser uma
ótima forma de fugir da prisão acaba se tornando apenas uma forma diferente de
confinamento. O filme ganhou vários
prêmios, incluindo o Oscar de 1976
nas categorias de melhor filme, melhor ator (Jack Nicholson), melhor atriz (Louise Fletcher), melhor
diretor (Milos Forman) e melhor roteiro adaptado. Preciso falar
mais?
7 comentários:
Um que eu gosto muito é aquele "Simples Como Amar", com a Juliette Lewis e o Givani Ribisi... e tem um dos diálogos mais engraçados que já vi em um filme:
"Quem será que inventou o sexo?"
"Eu acho que foi a Madonna."
Hahaha... Muito bom!
Eu já tinha ouvido falar desse filme. Vou procurar. Tks pela visita e pela dica ;)
Adoro suas dicas ...
ainda não vi esse, mas vou acrescentar a lista
http://www.episodiodehoje.com
"Um Estranho no Ninho", sem dúvidas, o melhor. E por que não o, hoje, cult OS DOZE MACACOS?
Que bom que você gosta, Roberta.
Sabe que não lembro direito de Os 12 macacos? Só sei que na época pensei "que filme viagem", mas gostei. Tenho até o DVD aqui em casa. Preciso ver de novo. Tks pela lembrança!
Fiquei curiosa pra assistir o filme coreano...adoro o cinema deles :)
Oi Michelle!
Esse filme eu não conhecia! E olha, tem a Emma Roberts e o Zach Galifianakis.
Adorei a dica.
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
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