A
minissérie Alice tem apenas 2 episódios e, com base nos livros, Alice no País
das Maravilhas e Alice Através do Espelho, atualiza a história original com uma
trama que se passa no País das Maravilhas 150 anos depois da primeira incursão
da garota por aquelas terras estranhas. Nesta nova aventura, Alice Hamilton (Caterina Scorsone) é morena,
tem vinte e poucos anos, é professora de caratê e namora Jack Chase (Philip Winchester). O que a leva ao
País das Maravilhas desta vez é o sequestro de Jack pelo Coelho Branco (Alan Gray). A
princípio ela não vê motivo para o rapto do namorado mas, ao encontrar o anel que Jack havia escondido no bolso de seu vestido, logo deduz que isso só pode ser uma pista. Resolve então ir atrás dos
raptores e, acidentalmente, cai no País das Maravilhas. Para aumentar ainda mais o mistério, no País das Maravilhas Alice descobre algo revelador sobre o desaparecimento de seu pai, ocorrido quando ela tinha 10 anos de idade.
A
situação no País das Maravilhas não está nada boa. A Rainha de Copas (Kathy Bates) é uma
tirana que, em conformidade com a nova ordem mundial, agora está em busca de
satisfação instantânea. Para isso, seu exército de “engravatados” rapta pessoas
no mundo real e as leva para o Cassino, onde vivem em estado de torpor e são iludidas
com falsas vitórias nos jogos. Na verdade, elas são prisioneiras que não sabem
de sua condição; são cobaias que têm suas emoções extraídas e destiladas. Os
frasquinhos de emoções são muito valiosos e disputadíssimos, com cotações em
bolsas de valores. As negociações das emoções ocorrem em Casas de Chá e a mais
importante delas é administrada pelo Chapeleiro (Andrew-Lee Potts).
Com
o país em ruínas e a população sofrendo privações, é lógico que há contrabando
e grupos de resistência. E é no Chapeleiro, um legítimo representante desse
submundo, que Alice encontra ajuda, ainda que os motivos do rapaz não sejam
totalmente nobres. Outro aliado que se junta à dupla é o Cavaleiro Branco (Matt Frewer), o
único sobrevivente do ataque do exército da Rainha de Copas. Vivendo isolado na
floresta e dotado de uma imaginação fértil e de um grande coração, ele decide
ajudar Alice a salvar Jack e a encontrar uma forma de voltar ao mundo real,
embora para isso tenha que enfrentar seu pior inimigo: a covardia.
O
primeiro ponto de destaque da série é o visual deslumbrante. É uma mistura de
cidade pós-apocalíptica com reino mágico e toques modernos que funciona muito
bem. Outra coisa que gostei bastante foi a atualização da história com
elementos bem contemporâneos: a necessidade de satisfação imediata, sem
esforço, a rebeldia dos oprimidos, uma protagonista que sabe se defender
sozinha. E ainda tem Kathy Bates como uma Rainha de Copas verdadeiramente má,
não apenas maluca como na história original. O Cavaleiro Branco é apaixonante
com suas esquisitices e, pela primeira vez na vida, gostei do Chapeleiro, que
não tem nada de louco e é muito fofo. Me lembrou um pouco o Selton Mello. Acho
que ele seria perfeito na versão brasileira da história.
Li
muitas críticas negativas apontando a distorção de alguns personagens, a
descaracterização completa de outros e a quase nulidade de mais alguns. Eu não
lembro muito bem das histórias originais, então talvez isso tenha influenciado
positivamente a minha opinião sobre a minissérie. Só sei que serviu para me
deixar com vontade de reler os livros e rever algumas adaptações para o cinema.
Portanto,
recomendo a série. Alice é uma história tão fascinante que sempre vale a pena,
mesmo que a versão não seja totalmente fiel a nossas memórias infantis.
4 comentários:
Vi essa série na época que saiu, lembro que no geral gostei. Eu já li Alice muitas vezes, mas não me importo quando fazem uma versão estilizada da história, contanto que seja legal. Eu lembro que alguma coisa me incomodou na série, não sei se foi um problema no roteiro ou se foi a direção, mas o Chapeleiro é realmente muito fofo, rs.
Ah... tem uma coisa invejável na série: o cabelo da Alice. Sério, ela cai na água, corre loucamente, se esconde, luta com inimigos e o cabelo dela permanece absurdamente liso e bem penteado, preso só com um grampinho. Que xampu será que ela usa?
aah, eu vi essa série esses dias! :) Gostei bastante, acho que o único personagem que eu não gostei muito foi o Charlie, achei ele muito bobão... :p
Não tinha parado pra pensar, mas realmente, o Chapeleiro lembra o Selton Mello, hahaha!
Siiim, como vc disse nos comentários, o cabelo da Alice é perfeito! *-* Digno de comercial de shampoo! XD
bjs!
Oi Michele!
Já assisti a essa minissérie, é super bacana!
Aborda um novo mundo de Alice, que nunca imaginei!
;)
Beijos, Kamila
www.vicio-de-leitura.com
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