terça-feira, 22 de janeiro de 2013

DL2013: A Insustentável Leveza do Ser (Milan Kundera)



Tereza é uma garçonete do interior que tenta enxergar sua alma no espelho e se refugia nas leituras. Tomas é um renomado médico-cirurgião que se envolve sexualmente com muitas mulheres diferentes para encobrir o medo que sente do sexo oposto. Sabina é uma famosa artista plástica que tem uma estranha relação com seu chapéu-coco. Franz é um professor universitário apaixonado por revoluções. Quatro pessoas tão distintas, que acabam se envolvendo em algum momento, seja por obra do acaso ou por decisão consciente.

“Só as perguntas mais ingênuas são realmente perguntas sérias”.

Em cada capítulo, a visão de um personagem para eventos que o conectam aos outros de alguma forma. O presente e o passado de frustrações de cada protagonista se misturam. Além disso, a História (invasão dos russos na Tchecoslováquia) tem uma grande importância para a trama. Para completar, Milan Kundera faz uso de conceitos e teorias, cita filósofos e músicos importantes para explicar as atitudes de suas criações.

A sensação que fica durante a leitura é que todos os personagens estão perdidos, buscando em outras pessoas algo que os complete, que dê sentido a suas vidas. Repetidamente eles cometem os mesmos erros, tudo para obter alguns minutos de alegria passageira.

“Como condenar o que é efêmero? As nuvens alaranjadas do crepúsculo douram todas as coisas com o encanto da nostalgia; até mesmo a guilhotina”.

Um daqueles livros tristes, que desde a primeira página você já sabe que não pode ter final feliz. Um tipo de leitura que não flui fácil, com muitos significados nas entrelinhas, mas que deixa sua marca na memória, mesmo muito tempo depois de ter sido lido.

"A Insustentável Leveza do Ser" foi adaptado para o cinema em 1988 e ganhou, em 1989, o BAFTA (UK) de Melhor Roteiro Adaptado e o Independent Spirit Awards (EUA) de Melhor Fotografia, tendo sido também indicado ao Oscar nessas duas categorias. Em breve, post sobre o filme.

Este post faz parte do Desafio Literário 2013 - Mês de Janeiro: Tema Livre

Mais uma leitura proporcionada pelo Livro Viajante do Skoob

14 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Michelle :) Eu tive oportunidade de assistir o filme alguns anos atrás e gostei bastante. É claro que a atmosfera do livro é mais densa, reflexiva e tal, mas o filme passou muito a abordagem psicológica dos personagens também.

Pretendo ler o livro em breve. Já vi o exemplar na biblioteca.

Bjs ;)

Anônimo disse...

Michelle, só fiquei em dúvida se você gostou! É um livro que quero reler, lembro que amei quando li e o filme também gostei muito. Beijão!!!

Angélica Roz disse...

Oi Michelle!
Eu morro de vontade de ler esse clássico.
No entanto, sempre vou deixando para depois.
Gostei bastante da sua resenha! Você me deixou com mais vontade ainda de ler a obra. :)
Ainda não assisti a adaptação cinematográfica...
Beijos!!

Flávia disse...

Oi, Mi! E o filme, você chegou a ver? A leitura, mesmo não sendo fluida, deu pra seguir adiante? Adoro livros nos quais os personagens têm personalidades densas e nada óbvias.
Beijos
Flávia - skoob

Tati disse...

Li muito esse livro na adolescência e lembro que a sensação que ele passava era justamente essa, de pessoas perdidas. Gostava muito da narrativa do Kundera.
Adorei sua resenha ;)
Beijos
Tati

Michelle disse...

Ana,
Estou curiosa para ver o filme. Ainda não tive tempo por causa da Maratona do Oscar, mas o DVD já está aqui separadinho.

Luciana,
Gostei, sim. Mas o desamparo dos personagens é tão grande que fiquei triste por eles. Sabe quando você quer ajudar, dar aquele chacoalhão numa pessoa para ver se ela acorda, mas não pode fazer isso? Então... é assim que me senti.

Angélica,
Vale a pena! Depois que eu assistir ao filme, volto para contar o que achei.

Flávia,
Deu para chegar ao final sem problema, mas a história é densa, não dá para sentar e ler um monte de páginas de uma vez. Você um pouco e fica pensando naquilo por um tempo.

Tati,
Que bom que gostou! E você leu na adolescência! Uau!

Michelle Borges disse...

Michelle,

Li esse livro há dois anos e achei muito bom, apesar de não ter conseguido me envolver completamente. No momento, eu estava com um monte de coisa na cabeça e acho que não me dediquei muito à leitura que, como você disse, não flui muito facilmente. De uns tempos pra cá venho sentindo muita vontade de ler novamente. Até comprei um exemplar novo, numa edição mais recente...vamos ver se esse ano consigo, né?

Ótima resenha!

Beijos,

Michas
http://michasborges.blogspot.com

Anônimo disse...

Taí um livro que tá na minha lista faz tempo, mas eu nunca pego pra ler... Vou ver se acho por aí e adquirir minha cópia logo! :)

É estranho como alguns livros, mesmo a gente não entendendo tudo na primeira leitura, marcam a gente, né?

bjs!

Vivi disse...

Ai.. não to na vibe de livro triste e que não flui fácil, melhor deixar este pra depois, muuuuuito depois rsss.

Beijocas

jacy disse...

Nunca me interessei por ler esse livro, mas olha, agora fiquei com vontade!!

bela resenha!

Michelle disse...

Michas,
É... não é o tipo de leitura indicado quando se tem outras coisas na cabeça. Tomara que você consiga ler em outro momento.

Raíssa,
Estava na minha lista há séculos! É daqueles que você pode reler várias vezes, e sempre vai descobrir algo novo.

Vivi,
Tem que estar psicologicamente bem para poder aproveitar. Deixe para depois então...

Jacy,
Ainda bem que gostou, Jacy! É tão legal quando a gente é positivamente surpreendido e muda de ideia, né?

Eve Fowl disse...

Olá, Michelle.

Quando era mais nova eu via este livro na biblioteca, mas sempre tinha um ou outro livro que me chamava mais a atenção e nunca o li.
Aí vi o filme e amei a história. Então fui procurar o livro, mas encontrei outro do mesmo autor, Risíveis Amores, que são 7 contos diferentes e segue bem a linha do "A Insustentável Leveza do Ser".

Antes do final deste semestre eu pretendo lê-lo, ele já está até na minha estante esperando, e espero muito que a leitura dele seja mais fluida do que do outro livro, que foi meio maçante em algumas partes.

Indira Hansen disse...

Oi Michelle!
Muitas vezes vi o título desse livro e achei "atrativo", mas nunca tinha parado para ler a sinopse ou alguma resenha. Agora fiquei com vontade realmente de tê-lo em minhas mãos. Vou adicioná-lo ao Vou Ler!

Parabéns pela resenha!
Beijos.

Michelle disse...

Eve,
Este foi meu 1o livro do Kundera e a leitura não foi das mais fáceis. É daqueles que a gente só consegue terminar de digerir depois que acaba a leitura. Pelo que você disse, deve ser mais ou menos na mesma linha desse que você leu.

Indira,
O título é bem interessante mesmo e o autor explica essa relação de peso x leveza. Espero que goste!