Hushpuppy (Quvenzhané Wallis) é uma garota de 6 anos, orfã de mãe, que
vive com o pai, Wink (Dwight Henry), em um pobre vilarejo
às margens de um rio. Separadas do resto da civilização pela barragem, as
pessoas do povoado conhecido como “Banheira”
vivem sem grandes perspectivas, apenas aguardando o dia em que uma grande
tempestade chegará e alagará o local. É nesse ambiente rústico que Hushpuppy
aprende valiosas lições de sobrevivência.
A
história é narrada pela própria Hushpuppy e mistura fantasias típicas da
imaginação fértil de crianças dessa faixa etária com sua dura realidade. Criada
em uma região sem muitos recursos, Hushpuppy vai ganhando conhecimento na
improvisada escola da vila e aprendendo as lições de vida que seu pai faz
questão de lhe ensinar: nunca chorar, não se apegar aos animais que podem virar
seu jantar, ser forte para vencer todos os obstáculos que surgirem em seu
caminho. O pai de Hushpuppy, aliás, não facilita para a garota, tratando-a de
forma severa e, às vezes, até violenta. Ele está doente e sabe que, em breve, a
garota terá de se virar sozinha.
Hushpuppy
nem sempre compreende o que o pai está tentando lhe ensinar e, em vários
momentos, sente raiva dele (bom, eu também fiquei com raiva dele em muitas
ocasiões), restando a ela buscar conforto nas conversas imaginárias que tem com
sua falecida mãe, que mal chegou a conhecer. Apesar da relação conflituosa
entre pai e filha, fica claro que eles se amam e que fariam de tudo um pelo
outro, não importando o tamanho do sacrifício.
“Indomável Sonhadora” é um filme
interessante, que apresenta uma realidade cruel envolvida em uma embalagem de
sonho. Tem algumas cenas bem fortes, mas a narração e a imaginação de Hushpuppy
aliviam um pouco o impacto. Em muitos momentos, fiquei irritada com as atitudes
de Wink e com o modo de vida meio autodestrutivo dos moradores do vilarejo. No
fim, entendi que essa era a única forma de vida que aquelas pessoas conheciam e
que, se saíssem da Banheira, perderiam sua identidade, o único bem que
possuíam.
A
atuação de Quvenzshané Wallis é comovente e surpreende por vir de uma garota de
6 anos (ela tinha a mesma idade que sua personagem na época das filmagens), mas não acho que valha sua indicação na categoria de Melhor Atriz. A
indicação de Melhor Filme também não me convenceu. É um bom filme, mas não me agradou tanto quanto outros concorrentes. Veremos o que os membros da
academia americana de cinema acham...
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Indicado ao Oscar 2013 nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado. Para ver os outros indicados que já passaram pelo blog, clique AQUI.
5 comentários:
Já vi duas vezes,
e com o mesmo impacto.
Herculano,
Gostou mesmo do filme, hein?
Quero muito ver esse filme! O fato de a garotinha ter sido indicada ao prêmio de melhor astris me chamou bastante a atenção, e agora que li sua resenha, fiquei ainda com mais vontade de ver! :)
bjs bjs!
To contigo Mi, este filme é bom sim mas não é válido para uma indicação de melhor filme ao Oscar, minha resenha sai amanhã mas nossa opinião a respeito da obra é muito parecida.
Beijocas
Raíssa,
Eu gostei da mistura de fantasia e realidade, mas não achei tuuuuudo isso que estão dizendo. Gosto é gosto, né?
Vivi,
Que bom que não sou a única! Vou passar lá para ver.
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