Um
presidente mulherengo. Um escândalo sexual. Uma primeira-dama que engole o
orgulho e a humilhação pública para entrar no jogo político e ficar ao lado do
esposo até o final do mandato dele. Soa familiar?
Ainda que os roteiristas jurem de pés juntos que os Clinton não foram a fonte de inspiração, não dá para negar as semelhanças de "Political Animals" com o caso. O que importa é que a
minissérie que mostra os bastidores da política e os dramas familiares dos moradores
da Casa Branca é simplesmente imperdível.
Elaine Barrish (Sigourney Weaver) vive a tal primeira-dama, que finalmente decide se divorciar do marido alguns anos depois do escândalo, quando ela mesma concorria à presidência. Acabou perdendo nas primárias, mas foi escolhida pelo companheiro de partido vencedor para ocupar o cargo de Secretária de Estado. Enquanto age como o braço direito do presidente Paul Garcetti (Adrian Pasdar) na resolução de todo tipo de conflito e questão diplomática, Elaine também tem que lidar com problemas familiares: um filho que é seu assessor e está prestes a se casar, outro que assumiu publicamente a homossexualidade e luta contra a dependência química e a mãe que fala demais e não larga o copo de bebida. E ainda tem o ex-marido galinha que não desgruda e vive tentando uma reaproximação. Tranquilo, né?
Como
se não bastassem as exigências do trabalho e as dificuldades domésticas, Elaine
ainda enfrenta as críticas e acusações da jornalista Susan Berg (Carla Gugino), que, depois de descobrir um “segredinho sujo” da família Barrish, passa a
chantagear Elaine para conseguir acesso exclusivo a eventos e viagens da
Secretária de Estado a fim de obter informações quentes para suas matérias.
Embora
a série tenha a política como pano de fundo, o forte são as relações humanas.
Nenhum personagem é “bom” ou “mau”. São apenas pessoas que tentam sobreviver na
selva de interesses. Bud Hammond (Ciarán Hinds), o ex-presidente e
ex-marido de Elaine, por exemplo. É incrivelmente arrogante e não consegue
resistir a um rabo de saia, mas é capaz de grandes gestos de generosidade para
defender sua ex-esposa e ajudá-la a prosperar na carreira. Dá para ver o quanto
a relação entre os dois é complexa e profunda, o quanto eles se gostam e se
admiram, apesar das mancadas de Bud.
Relação
dúbia também é aquela entre Elaine e Susan. Embora a jornalista tenha atacado
bastante a postura condescendente de Elaine em relação à traição do marido e
ainda tenha usado de chantagem para conseguir uma aproximação, ela é grande fã
da Secretária de Estado e a tem como modelo de mulher forte e poderosa. Por sua
vez, Elaine também respeita a repórter por sua dedicação ao trabalho e por seus
esforços para em dos ideais feministas. As duas se repelem e se atraem, sabem
que dependem uma da outra. Uma das coisas que de mais gostei na série foi ver
as duas contracenando. Aliás, a cena final do episódio 1, que envolve Elaine, Susan
e uma elefanta, é memorável e resume bem o jogo de cintura que as mulheres têm para cumprir suas funções de esposa, mãe e profissional bem-sucedida.
Com
apenas 6 episódios, "Political Animals" mostra como é difícil manter uma vida pessoal equilibrada quando se vive sob os holofotes 24 horas por dia, e como
a pressão de ocupar um alto cargo no governo acaba afetando todos ao redor. Um
pequeno deslize em uma festa de família pode ir parar nas páginas do jornal e
criar muita confusão. Na disputa pelo poder, um só passo em falso pode destruir
um trabalho de anos. E para chegar ao topo, vale tudo.
2 comentários:
Assisti os 3 primeiros episódios e irei ver o resto. A série é fantástica.
Adoro a relação complicada da jornalista com a secretária de estado.
Beijos,
Carissa
www.carissavieira.com
Oi, Carissa!
A relação delas é o pilar da trama. Dá gosto de ver as duas em cena, né?
bjo
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