“Os
acordes que giram à nossa volta viram um tornado, apertando, apertando,
apertando e apertando, estamos no meio disso, e estamos no meio um do outro.
Meu pulso toca o dela bem no ponto de nossa pulsação, e eu juro que posso
sentir. Aquela batida. Estamos nos movendo com a música enquanto permanecemos
imóveis. Não estou me afundando na lama. Estou encontrando Norah. E ela está,
sim, me encontrando. A multidão nos pressiona, o contrabaixo nos revela tudo e
somos duas pessoas que fazem parte de um monte de gente, e ao mesmo tempo somos
uma parte só nossa. Não existe solidão, somente este pareamento intenso.”
Nick é um cara tímido e sensível que
toca em uma banda de queencore, ou
seja, uma banda de punk/hardcore
cujas letras das músicas exploram a temática gay. Sendo o único integrante
heterossexual, ele não se incomoda com o assédio masculino de que é alvo nos
bares onde toca.
Norah é uma garota careta e
responsável, a melhor aluna da turma, filha de dono de gravadora multinacional,
considerada certinha demais para alguém que circula pelo mundo da música desde
bebê.
Na
noite em que se passa a história, Nick havia acabado de tocar com sua banda e,
enquanto desmontava os equipamentos, vê sua ex-namorada chegar acompanhada.
Tentando evitá-la a qualquer custo, ele vai até o balcão do bar, onde Norah
assistia, sozinha, ao show da banda seguinte. Ao ver a ex-namorada se aproximar
toda sorridente, Nick, desesperado, se vira para Norah e diz “Sei que isso vai
parecer meio estranho, mas poderia ser minha namorada pelos próximos cinco
minutos?”
Norah,
que estava ali para servir de babá à amiga Caroline, que jamais terminava uma
noite sem ficar com alguém e sem estar bêbada, já havia notado Nick e o achado
bonitinho, embora mal vestido. Ao ver Tris, sua colega de classe e ex-namorada
de Nick, se aproximando com um sorrisinho malicioso, ela responde à pergunta de
Nick agarrando seu pescoço e tascando-lhe um beijo.
E,
assim, o acaso torna Nick e Norah um casal de mentirinha, mas que desde o
primeiro momento demonstra uma sincronia incrível. Juntos, eles passam a noite
indo de bar em bar atrás do show secreto de uma badalada banda independente,
enquanto abrem seus corações partidos, se encontram, se separam e se
reencontram em meio à multidão, tendo a música como companhia constante.
Fiquei
louca para ler esse livro desde o momento em que assisti ao filme, em 2010. Na época, só havia a
versão importada do livro. Anos depois, consegui comprar a edição nacional em
uma dessas promoções de 9,90. Mas ainda não tinha tido a chance de lê-lo. A
desculpa perfeita surgiu com o Desafio Realmente Desafiante, em um item que requer a leitura de um livro com um
casal apaixonado na capa. Não pensei duas vezes e devorei a história em 2 dias.
E, de
fato, assim como aconteceu com o filme, me apaixonei pelo livro imediatamente.
Para alguém que, como eu, tenha passado a adolescência se enfiando em lugares
lotados e ferventes, sendo esmagada pela multidão, vibrando com bandas
adoradas, saindo surda e feliz desses eventos, o cenário não poderia ser mais
atraente. Para encerrar uma noite tão maravilhosa, só mesmo encontrando, no
meio do caos, alguém que se destaque e consiga roubar a atenção, alguém a quem
se unir, nem que seja por alguns minutos apenas, para flutuar naquele mar de
gente.
Além
da situação em si (os shows e bares), me identifiquei totalmente com Norah,
pois, tirando a parte de ter um pai dono de gravadora, fui uma adolescente
exatamente como ela: a certinha, a melhor aluna, a careta responsável pelas
amigas que enfiavam o pé na jaca.
A
escrita do livro é muito gostosa, com uma linguagem simples e bem coloquial. Li
no Skoob alguns comentários reclamando do uso de palavrões e de vulgaridade,
mas não vi nada disso. As palavras de baixo calão que podem ter ofendido alguém
são totalmente justificáveis para o tipo de personagens que vemos no livro. É
só sair por aí com um bando de garotos e garotas com hormônios em ebulição e ouvir. Acho que, quem reclamou,
ou ainda não chegou à adolescência ou finge não ter tido uma. Ou se sentiu incomodado pelos homossexuais. Ou, talvez, os
comentários tenham vindo de alguém que nunca frequentou o mesmo tipo de
ambiente que os protagonistas, vai saber...
Os
capítulos intercalam a visão de Nick e a de Norah. O ponto de vista do garoto
foi escrito por David Levithan; o da menina ficou a cargo de Rachel
Cohn. E é impossível não ter uma trilha sonora rolando no cérebro
durante a leitura. São tantas bandas legais que acabei de ler e fui correndo montar uma playlist inspirada nas bandas citadas no livro. Vou até deixar aqui, para quem quiser escutar. Ah, sim... assistam ao filme.
Mudaram um pouco a história, mas nada absurdo. E ainda tem os fofos do Michael
Cera e da Kat Dennings.
Preciso dizer que adorei e que é altamente recomendável?
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Esta postagem também faz parte do Desafio Realmente Desafiante 2013 - Item 4. Ler um livro com um casal apaixonado na capa. Para ver a lista de obras selecionadas e outros posts do DRD2013, clique AQUI.
4 comentários:
Ola Michelle,
esse é um dos livros que pretendo comprar.Dessa autora,tem dois livros que gostei muito de ter lido, Pao de Mel e princesa pop.
Um abracao.
Michelle,
Já faz um tempo que estou curiosa para assistir ao filme! Mas fiquei curiosa para ler o livro antes :)
Obrigada pela sugestão! Gostei muito da resenha :)
Beijos,
Michas
http://michasborges.blogspot.com
Michelle,
eu sou doida para ler e assistir o filme, mas até agora... não fiz isso :(
Acho que vou adorar o livro, senti uma leve identificação com a Norah [não é a parte de ser filha de dono de gravadora, quem dera...] eu era a quietinha, a que cuidava das amigas que enchiam a cara, mas também era a menina que batia nos meninos, HHAHA.
Com certeza, adorarei por ter um cenário também conhecido por mim, os shows de rock, faz bastante tempo que não vou... Essa minha pseudo 'vida adulta' me afastou de um meio que adorava passear, pelo menos, durante a adolescência consegui aproveitar bem, rs.
Adorei ouvir a playlist, várias canções que adoro.
Beigos!
Andreia,
Já ouvi falar bastante de "Pão de mel". Não tinha ligado muito, mas gostei da escrita da autora. Se tiver a chance, lerei :)
Michas,
Filme e livros são ótimos! Acho que você vai curtir.
Maura,
Para quem gosta da muvuca dos shows, é impossível não se divertir com filme/livro. E a identificação com Norah foi forte para mim também. Ah... eu também já frequentei bem mais esses ambientes, mas agora estou na "terceira idade"...rs
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