“Doidas e Santas” é uma coletânea de
100 crônicas de Martha Medeiros
publicadas em jornais, sites e livros. Os assuntos são os mais diversos, desde
comentários sobre a peça que está em cartaz, uma dica de livro ou filme, as
impressões da autora sobre o show de determinado cantor e, claro, as loucuras
femininas. Sim, pois há doidas de todo tipo: aquela que roda a baiana, aquela
que esconde as lágrimas atrás dos óculos escuros, aquela que planeja vingança,
aquela que desabafa com as amigas, enfim... tem pra todo gosto.
Martha
Medeiros é um dos nomes mais conhecidos da literatura brasileira contemporânea.
Citações de sua autoria (ou atribuídas a ela) lotam os murais de redes sociais
e as caixas de e-mail. Não sei se de fato é lida por tanta gente, ou se é apenas
citada por pessoas que querem posar de bacanas. Não vem ao caso. O que importa
é que eu sempre vejo seu nome por aí e tinha vontade de ler algum livro dela,
mas nunca tinha aparecido a oportunidade. Consegui ler agora, graças ao “Lendo Entre Amigas”, um grupo de
leitura do qual participo.
Tenho
que dizer que eu não fazia ideia do assunto do livro. Nem sabia que era de
crônicas. Foi uma surpresa quando o livro chegou em casa. A parte boa foi que
esse tipo de leitura é simples e rápido, bem relaxante mesmo, o que foi uma
benção, pois eu estava em um daqueles momentos de trabalho exaustivo. A parte
ruim foi que, como em toda coletânea, o resultado não é homogêneo.
Alguns
textos são realmente excelentes, principalmente aqueles em que a autora fala
sobre assuntos mais genéricos; outros exigiam um conhecimento prévio do assunto
tratado. Por exemplo: nas crônicas sobre eventos (filmes/peças em cartaz e
shows). A meu ver, esses textos funcionam melhor se o leitor já tiver assistido
aos filmes/peças/shows em questão. Não que seja impossível se interessar pelas
dicas de filmes/livros desconhecidos, mas acho que quem partilha das mesmas
informações aproveita mais.
Como
eu disse, minhas crônicas preferidas falam de assuntos triviais: o trânsito, o
caos urbano, as relações humanas, as paixões, as lembranças, os dilemas da vida
moderna. Aliás, é nessas horas que dá para perceber porque seus textos fazem
sucesso. É preciso ser um observador muito perspicaz para notar as inquietações
individuais e transformá-las em histórias universais, que tocam a todos por seu
caráter divertido ou triste, mas sempre verdadeiro.
Gostei
muito da experiência e agora fiquei curiosa para ler algum romance da autora.
Indico
a todos que são capazes de rir de si mesmos e de chorar com as dores alheias, a
todos que conseguem perceber que são apenas humanos.
“Lúcido
é aquele que sabe que a lucidez é uma falácia, e não pira com isso. Recebe a
conta das mãos do demônio, calcula os ganhos e os prejuízos, e paga.”
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Esta postagem faz parte do Desafio Realmente Desafiante 2013 - Item 5. Ler um livro em que o autor tenha a mesma inicial que a sua. Para ver a lista de obras selecionadas e outros posts do DRD2013, clique AQUI.
Este livro é uma cortesia do grupo Lendo Entre Amigas.
4 comentários:
Também nunca li nada da Martha Medeiros e tenho curiosidade. E também não sabia que este era um livro de crônicas! Bem que estou precisando de uma leitura relaxante dessas, agora que estou acabando Precisamos Falar sobre Kevin... rs
bjos
Oi Michelle!
vejo muita gente que curte os textos da Martha Medeiros, nunca li nada, mas acho que a temática dela me faria gostar dos seus textos, também gosto muito de assuntos triviais, pois aí está a dificuldade de encontrar as belezas (ou não) da vida nas coisas mais comuns e mais rotineiras.
Se ela conseguir fazer isso, tenho certeza que é uma autora incrível!
bjos
Oi Michelle,
Da Martha li um livrinho, também de crônicas, que não lembro exatamente o nome agora. Não gostei muito, mas, um conto me marcou definitivamente. Era sobre nossa necessidade de intervenções divinas. Em um momento ela diz: dos deuses nós devemos esperar apenas que eles não atrapalhem. Sempre penso nisso, coloca as coisas nas mãos certas, as nossas.
Bjs,
Maira
Sarah,
Imagino. Acho que você vai curtir.
Melissa,
Sim, os textos sobre assuntos mais corriqueiros são muito bons. Pena que há altos e baixos na coletânea.
Maira,
Gostei do quote ;)
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