Hamlet
é uma das peças mais famosas de Shakespeare. Como uma clássica tragédia do
bardo, fala de traição, ambição, loucura e, claro, vingança. Penso que se
Shakespeare tivesse uma reencarnação nos dias atuais, provavelmente seria um
diretor sul-coreano. Nunca vi gostar tanto de sangue!...rs
Mas
voltando a “Hamlet”... eu já havia
lido há muito tempo e foi muito bom poder relembrar a história. Não que seja
algo fácil de esquecer. Até quem nunca leu o livro conhece a trama: Hamlet, o
príncipe da Dinamarca, recebe a
visita do fantasma do pai, que lhe conta que foi assassinado por Cláudio, tio de Hamlet e atual rei do
país, que com o golpe ganhou não apenas o trono, mas também a mão da rainha
recém-enviuvada. Ao saber da traição, Hamlet jura vingança.
E
então Hamlet segue sua jornada, sendo torturado pelas dúvidas sobre o que fazer
em seguida. É lógico que ele quer vingar o pai, mas sua consciência o perturba.
Ele se sente culpado por antecipação. E enquanto sua indecisão o corrói, a
pilha de corpos aumenta. Para mim, esse é um dos pontos centrais da história: a
incerteza sobre como proceder quando uma tarefa é imposta e como lidar com as consequências dos
atos (ou da falta deles).
De
resto, encontrei o que já esperava: muitas frases impactantes, altas doses de
crítica social e ironia, brilhantes jogos de palavras (que com certeza foram o pesadelo dos tradutores) e recursos conhecidos, como fantasmas e uma peça dentro
de outra peça, para fazer as grandes revelações da história.
O
interessante é que Shakespeare era popular na época porque suas peças eram
voltadas para as massas, sua linguagem era simples (mas não simplória) e ele
inovava, inserindo cenas cômicas nas tragédias, incitando a participação do
público, em um resgate do teatro medieval num momento em que o que estava na
moda era o formalismo renascentista.
Uma história vibrante que tem romance proibido, luta pelo poder, reflexões e sangue, muito sangue. Leitura obrigatória.
“O
verme é o único imperador da dieta: cevamos todas as outras criaturas para que
nos engordem, e cevamos a nós mesmos para as larvas. O rei gordo e o mendigo
esquelético não são mais que variedade de cardápio – dois pratos, para a mesma
mesa. Esse é o fim”.
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Esta postagem faz parte do Desafio Realmente Desafiante 2013 - Item 7. Ler um livro citado em outro livro (Hamlet é citado em "As Vantagens de Ser Invisível"). Para ver a lista de obras selecionadas e outros posts do DRD2013, clique AQUI.
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O
filme começa já revelando o ponto crucial da história ao dizer que é “A
tragédia de um homem que não conseguiu tomar uma decisão”. Filmado em preto e
branco e mantendo as características de um teatro filmado (tanto nos cenários
quanto na interpretação exagerada), a versão de Hamlet de 1948 foi roteirizada
(sem os devidos créditos), dirigida e estrelada por Laurence Olivier e levou
o Oscar de Melhor Filme de 1949.
Dentre
as diversas adaptações desta peça para o cinema, escolhi ver essa porque se
encaixava no meu Projeto Vencedores do Oscar. Achei bem fiel ao texto original,
embora, felizmente, o inglês usado tenha sido atualizado sendo, portanto, mais
simples e acessível.
O
recurso de pensamento, com a câmera se aproximando do personagem e cortando
para a ação que se passa em sua imaginação, é bastante utilizado, já que era uma opção simples, como a tecnologia da época.
A
interpretação teatral não me agradou. Sei lá, não sou muito fã de teatro
filmado. E ainda houve algumas cenas em que me peguei pensando “Cadê as calças
do Polônio?”, que usava uma peça clara, mas que parecia estar despido da
cintura para baixo, graças à ilusão criada pelo filme em preto e branco. Foi
engraçado.
No geral, achei a sessão cansativa, mas ver uma adaptação de Shakespeare é sempre válida. Recomendo mais como curiosidade mesmo.
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“Hamlet” ganhou o Oscar 1949 em 4 categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Laurence Olivier), Melhor Direção de Arte - P&B e Melhor Figurino - P&B.
Este post faz parte do Projeto Vencedores do Oscar, no qual assistirei e postarei comentários sobre todos os agraciados com o Oscar de Melhor Filme. Para ver a lista de filmes e a análise de outros títulos, CLIQUE AQUI ou no banner na barra lateral do blog.
2 comentários:
Li o livro e gostei bastante. Ano que vem,pretendo ler o máximo que puder dos clássicos. Tomara que a vontade permaneça em mim,hahaha!
Fiquei muito curiosa para ver o filme, parece ser bom. Um abração.
Hahaha... que a vontade permaneça em você! ;)
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