Solrun
e Steinn formavam um casal cheio de sonhos na adolescência. Ficaram juntos por
5 anos, até que um evento misterioso põe fim ao relacionamento. Os dois passam
30 anos sem se falar, até que se reencontram e começam a trocar e-mails,
tentando entender o que aconteceu com eles naquela noite estranha.
Solrun
é professora de ensino médio e a parte espiritualizada da dupla. Para ela, o
paranormal é normal e não existe morte ou mortos. Steinn é climatologista, um
cara da razão e da ciência. O reencontro dos ex-amantes abre um canal de
comunicação esquecido há muito tempo. A maturidade e a vontade de compreender o
que os separou faz com que ambos selem um pacto: conversar sobre o passado por
e-mail, sem comentar sobre isso com ninguém, e apagando as mensagens assim que
tiverem lido.
Quando
jovens, Solrun e Steinn viviam em um mundo particular, no qual estabeleciam as
próprias regras e tinham uma religião exclusiva. Eles adoravam observar as
pessoas e discutir sobre a natureza mundana da sociedade. Possuíam uma ligação
especial. Todavia, o universo perfeito do casal é abalado quando se deparam com
a “mulher-amora”, em uma situação inexplicável que faz Solrun ficar obcecada
pelo espiritismo e acaba afastando Steinn.
Sendo
eu uma pessoa cética, me identifiquei muito mais com Steinn e sua visão de
mundo. Mesmo assim, achei muito bacana a forma com o autor expôs as crenças e
justificativas de cada personagem, em uma troca de mensagens cheia de boa
vontade de entender o ponto de vista do outro, ainda que tal posicionamento
fosse 100% contrário ao seu.
Este
é o segundo livro que leio do Gaarder e minha impressão se manteve: a história
é interessante, mas acho a parte filosófica cansativa demais. Fiquei mais
curiosa sobre o mistério da mulher-amora do que focada na discussão sobre
racionalismo vs. sobrenaturalismo do casal. O que não torna o livro ruim, só
não é o meu estilo favorito. Comprovadamente.
“Às
vezes a gente diz: só acredito se eu vir com os meus próprios olhos. Mas isso não
significa que nós sejamos obrigados a acreditar. Umas poucas vezes, convém
esfregar os olhos antes de julgar.”
Indico
para fãs de filosofia ou para quem quer explorar um estilo diferente.
Este
post faz parte do projeto Volta ao Mundo
em 12 Livros - Mês de Abril: Jostein Gaarder (Noruega). Para ver a lista de obras selecionadas e outros posts do #VAM12L, clique AQUI.
4 comentários:
Vou fingir que não tenho uma lista de 35 livros para ler e vou colocar mais esse também, rsrsrs....esses assuntos do sobrenatural me interessa muito, talvez eu goste de ler ele.
Obrigada pela dica...
bjos
Também li esse livro para o Volta ao Mundo em 12 Livros e também achei as partes filosóficas cansativas. Por mais que minha visão de mundo tenha mais a ver com a do Steinn, achei as explicações e justificativas dele muito chatas.
Acabei de postar sobre este livro lá no blog. Tinha visto seu post antes, mas não quis ler antes de terminar o livro rsrs Achei muuuito cansativo todas as explicações de Steinn; e não é porque sou uma pessoa mais "Solrun", não. Elas são cansativas mesmo. Entretanto o que mais me desesperou, no sentido literal da palavra foi aquele final. Mais precisamente o que Solrun diz antes de.
Aquilo eu nunca esperei na vida num livro do Gaarder!
Mas eu curto ele... sei lá porquê. Já me emocionou muito, desde a adolescência. Gosto.
beijo no coração Mi
www.elasleram.blogspot.com.br
Gigi,
Hahaha... combinado. Finge que não tem vários livros na fila de leitura e eu finjo que não te induzi a botar mais um nela ;)
Lígia,
Eu ainda não fui fisgada pelo Gaarder. Talvez não tenha encontrado a história certa; talvez filosofia não seja minha praia. Ainda vou tentar outros livros.
Eliana,
São explicações demais para mim. Acabo fazendo "leitura dinâmica" dessas partes para não desistir do livro.
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