segunda-feira, 26 de maio de 2014

Resenha: O Castelo dos Pirineus


Solrun e Steinn formavam um casal cheio de sonhos na adolescência. Ficaram juntos por 5 anos, até que um evento misterioso põe fim ao relacionamento. Os dois passam 30 anos sem se falar, até que se reencontram e começam a trocar e-mails, tentando entender o que aconteceu com eles naquela noite estranha.

Solrun é professora de ensino médio e a parte espiritualizada da dupla. Para ela, o paranormal é normal e não existe morte ou mortos. Steinn é climatologista, um cara da razão e da ciência. O reencontro dos ex-amantes abre um canal de comunicação esquecido há muito tempo. A maturidade e a vontade de compreender o que os separou faz com que ambos selem um pacto: conversar sobre o passado por e-mail, sem comentar sobre isso com ninguém, e apagando as mensagens assim que tiverem lido.

Quando jovens, Solrun e Steinn viviam em um mundo particular, no qual estabeleciam as próprias regras e tinham uma religião exclusiva. Eles adoravam observar as pessoas e discutir sobre a natureza mundana da sociedade. Possuíam uma ligação especial. Todavia, o universo perfeito do casal é abalado quando se deparam com a “mulher-amora”, em uma situação inexplicável que faz Solrun ficar obcecada pelo espiritismo e acaba afastando Steinn.

Sendo eu uma pessoa cética, me identifiquei muito mais com Steinn e sua visão de mundo. Mesmo assim, achei muito bacana a forma com o autor expôs as crenças e justificativas de cada personagem, em uma troca de mensagens cheia de boa vontade de entender o ponto de vista do outro, ainda que tal posicionamento fosse 100% contrário ao seu.

Este é o segundo livro que leio do Gaarder e minha impressão se manteve: a história é interessante, mas acho a parte filosófica cansativa demais. Fiquei mais curiosa sobre o mistério da mulher-amora do que focada na discussão sobre racionalismo vs. sobrenaturalismo do casal. O que não torna o livro ruim, só não é o meu estilo favorito. Comprovadamente.

“Às vezes a gente diz: só acredito se eu vir com os meus próprios olhos. Mas isso não significa que nós sejamos obrigados a acreditar. Umas poucas vezes, convém esfregar os olhos antes de julgar.”

Indico para fãs de filosofia ou para quem quer explorar um estilo diferente.


Este post faz parte do projeto Volta ao Mundo em 12 Livros - Mês de Abril: Jostein Gaarder (Noruega). Para ver a lista de obras selecionadas e outros posts do #VAM12L, clique AQUI.

4 comentários:

Gigi disse...

Vou fingir que não tenho uma lista de 35 livros para ler e vou colocar mais esse também, rsrsrs....esses assuntos do sobrenatural me interessa muito, talvez eu goste de ler ele.
Obrigada pela dica...
bjos

Lígia disse...

Também li esse livro para o Volta ao Mundo em 12 Livros e também achei as partes filosóficas cansativas. Por mais que minha visão de mundo tenha mais a ver com a do Steinn, achei as explicações e justificativas dele muito chatas.

Eliana Lee disse...

Acabei de postar sobre este livro lá no blog. Tinha visto seu post antes, mas não quis ler antes de terminar o livro rsrs Achei muuuito cansativo todas as explicações de Steinn; e não é porque sou uma pessoa mais "Solrun", não. Elas são cansativas mesmo. Entretanto o que mais me desesperou, no sentido literal da palavra foi aquele final. Mais precisamente o que Solrun diz antes de.
Aquilo eu nunca esperei na vida num livro do Gaarder!

Mas eu curto ele... sei lá porquê. Já me emocionou muito, desde a adolescência. Gosto.

beijo no coração Mi

www.elasleram.blogspot.com.br

Michelle disse...

Gigi,
Hahaha... combinado. Finge que não tem vários livros na fila de leitura e eu finjo que não te induzi a botar mais um nela ;)

Lígia,
Eu ainda não fui fisgada pelo Gaarder. Talvez não tenha encontrado a história certa; talvez filosofia não seja minha praia. Ainda vou tentar outros livros.

Eliana,
São explicações demais para mim. Acabo fazendo "leitura dinâmica" dessas partes para não desistir do livro.