Um homem encontrado em um beco, morto. Não apenas morto, mas queimado, cinza, ressecado. Uma garota com o corpo totalmente coberto por cicatrizes de queimadura e que, um dia, acorda misteriosamente livre de todas elas. Um cara que se vê diante da esposa caída no chão da cozinha no mesmo estado assombroso do primeiro morto e descobre, para seu horror, que a filha pequena desapareceu. Qual a ligação entre essas histórias?
Johnny Falco é o cara que perde a
esposa e passa então a procurar a filha desesperadamente. Em sua busca, se
depara com coisas estranhas, inexplicáveis e que muitos consideram
inexistentes. Uma das poucas pessoas que acredita nele e o ajuda é Sal Salvatore, que também viveu uma
tragédia familiar. É esse último quem diz a Johnny para ir a Valparaíso, cidade
onde foi encontrado o corpo do beco, bem como um outro no mesmo estado
lamentável. É lá também que mora Lisa
Gomez, a garota das cicatrizes de fogo.
A
história é uma ficção com elementos sobrenaturais que incluem anjos, almas
perdidas e a Dona Morte em pessoa. Em certas cenas, me senti assistindo a um
episódio de "Supernatural",
o que foi ao mesmo tempo empolgante e decepcionante - embora a
presença dessas ações tenha gerado tensão, também despertou aquele sentimento de ‘já vi
isso antes e sei como acaba’. Mesmo assim, o saldo foi positivo, já que eu não
esperava que a trama enveredasse por esse caminho.
Lisa
e Johnny se revezam como protagonistas no início, até que suas histórias se
cruzam e se mostram intrinsecamente ligadas. Particularmente, prefiro mais a
parte da narrativa de Johnny, um personagem casca-dura e com um senso de humor
peculiar. Os trechos de Lisa têm mais aquele espírito adolescente, com os
dramas escolares, a luta pela aceitação, as inquietações sentimentais.
Me interessei
pelo livro quando li a resenha da Eliana, do blog “Elas Leram”. Um livro nacional, com uma sinopse intrigante, uma
capa linda e - aleluia! - em volume único? Quero ler, claro! A leitura fluiu
bem, a curiosidade foi mantida até o fim e ainda me diverti com a rabugice do
Johnny e com as referências literárias, musicais e cinematográficas que o autor
inseriu nas conversas. Só alguns deslizes com o português me incomodaram em
algumas frases. Em geral, foi uma boa surpresa.
“Passou
a noite inteira sem sequer fechar os olhos. Medo das imagens que seu cérebro
poderia trazer com a chegada da escuridão. Deixara a luz acesa e começara a ler
o livro de cabeceira: “A arte da guerra”, de Sun Tzu. Uma obra-prima sobre como
derrotar seus inimigos. Mas e se o seu inimigo vivesse dentro de você?”
Indico
para quem quer uma leitura rápida, cheia de ação, mistério e um toque de
sobrenatural.
4 comentários:
Oi, Michelle! :) Nem imaginava que a trama envolvia elementos sobrenaturais! Olha só...
Aguçou a curiosidade aqui. ^^
Engraçado, achei que fosse uma série! Acho que por causa da capa...
Ainda bem que não é, porque a maioria dos livros hoje em dia tem continuações e isso cansa.
Bjs ;)
Oi Mi, tudo bem? Fico feliz que tenha gostado do livro. Concordo com os pontos que você falou, e também gostei muito mais da narração do Jhonny e gostei muito do Sal.
Parabéns pela resenha, muito boa!!
Beijinhos,
Rafaella Lima
http://vamosfalarlivros.blogspot.com.br/
Oi Mi,
Esse livro está na minha lista de vou ler também, mas eu jurava que era algo na linha policial.
Dev e ser interessante, acho que vou pular alguns títulos.
Ótima resenha.
bjs
Luana
www.blogmundodetinta.blogspot.com
Ana,
Foi uma surpresa, tanto pela temática sobrenatural quanto por ser livro único (raridade ultimamente, né?). Recomendo ;)
Rafaella,
O Sal é bacana também! E muito obrigada pelo empréstimo!
Lua,
Tem investigação, mas é "não-oficial", sabe? Também, com as coisas estranhas que acontecem na história, a polícia fica perdida...rs
Postar um comentário