Em
2014, o Foo Fighters lançou seu
oitavo disco: “Sonic Highways”.
Pouco tempo depois de o álbum chegar às lojas, começou a ser exibida a série de mesmo nome, na qual
acompanhamos a história de cada uma das 8 faixas do disco, gravadas cada uma em
uma cidade americana diferente.
Com Butch Vig no estúdio |
Nunca
gostei de Nirvana enquanto a banda
existiu. A superexposição e o fanatismo que geraram me irritavam e, por birra,
eu me recusava a ouvir qualquer música deles. Só fui começar a ouvir (e gostar)
após a morte do Kurt Cobain. Quando
o Foo Fighters lançou seu primeiro
disco, lá por 94-95, fiquei curiosa e comprei logo. Queria ouvir a banda “do
baterista do Nirvana”. O álbum de estreia, no qual Dave Grohl cantou e tocou todos os instrumentos, me conquistou.
Era óbvio que ali estava um cara muito talentoso. De lá para cá, o Foo
Fighter se tornou minha banda favorita.
Momento de compor |
A
banda está em turnê pelo Brasil. Hoje tem show aqui em SP e eu não vou
(#mimimi). Então, decidi vir falar um pouco sobre a série para tentar compensar a
tristeza. “Sonic Highways” é um
documentário criado e dirigido pelo próprio Grohl para a HBO, filmado durante a produção do álbum. A cada episódio, uma
cidade diferente, escolhida devido à sua importância para a banda e para a
história da música americana.
Taylow Hawkis suando em New Orleans |
Acompanhar
o processo de composição e gravação das faixas do álbum foi incrível! Ao
contrário do que eu imaginava, as canções foram escritas nas próprias cidades,
durante as filmagens. Eles escolhiam o destino, um estúdio que tivesse uma
história interessante para eles ou para a música em geral, chamavam uns músicos
locais de destaque, se trancavam no estúdio e deixavam rolar. Ouvir as músicas
e prestar atenção às letras depois de saber como foram criadas dá um sentido
diferente a elas. As referências e as inspirações ficam muito claras e ganham
mais significado.
Até Obama marca presença. |
Entremeadas
ao processo de gravação das faixas, entrevistas com músicos de vários segmentos
da indústria complementam o que é mostrado nas imagens, ajudam a esclarecer
alguns pontos, dão ênfase a determinadas cenas musicais.
Josh Homme (QOTSA) no espisódio de L.A. |
Gostei
muito de como a série foi montada. Para mim, algumas cidades eram óbvias na
lista (Chicago, Washington, Seattle,
Nova York) e eu estava curiosa para saber mais sobre o papel delas na
história da banda. De outras cidades (Nashville,
Austin), eu não sabia o que esperar e acabaram me surpreendendo
positivamente. Outras (New Orleans, Los
Angeles), eu deduzi que teriam um peso grande, mas não imaginava que suas
histórias seriam tão tocantes.
Foo Fighters: New Orleans style |
Como
eu já tinha percebido no disco, as duas últimas músicas são bem melancólicas e,
assistindo à série, é fácil entender o motivo. Seattle foi o lar o Nirvana e
onde Dave teve que enfrentar suas inseguranças e duras críticas para poder
seguir em frente com seu trabalho de músico após a morte do companheiro de
ex-banda. Nova York já viveu sua década de ouro, enfrentou decadência,
tornou-se o centro musical com o punk e agora vê seus icônicos estúdios
fecharem, em parte graças à revolução tecnológica que permite a qualquer um
gravar um disco na sala de casa, em parte pelo gosto musical atual que
privilegia música pop, bases gravadas e batidas eletrônicas. É um ciclo e, no momento, a
curva é descendente.
Com Zac Brown em Nashville |
Muito
além de uma série para fãs do Foo Fighters, é um programa excelente para quem
gosta de boas histórias e de música (rock ou outro tipo). Como o próprio Dave diz em certo momento "É uma carta de amor à história da música americana". Simplesmente
imperdível!
Para quem perdeu a exibição, dá para ver os episódios online com legendas no Bis Play (assinantes da NET).
Trailer legendado:
Um comentário:
Oi, Michelle! Poxa, também vai ter show do Foo Fighters aqui no Rio dia 25/01, e eu não vou. =/ Gostei dessa série, acho que irei assisti-la como consolo.
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