Um
jovem jornalista entrevista Susan Calvin, uma famosa robopsicóloga que está
prestes a se aposentar após 50 anos de serviço. Essa conversa se estende ao
longo de nove capítulos, que são, na verdade, nove contos que podem ser lidos
de forma independente, mas que, se lidos na sequência, nos mostram a evolução
da robótica e como a humanidade lida com os robôs.
Não
sou grande fã de tecnologia, histórias de robôs e ficção científica em geral (não
nos livros, pelo menos), então sempre relutei em ler “Eu, robô”, principalmente
porque assisti àquele filme com Will Smith na época do lançamento (do qual
gostei) e, depois de ver as adaptações cinematográficas, raramente me interesso
em ler os livros. O caso foi que li para uma discussão em grupo (da qual acabei
não participando porque estava doente no dia) e acabei me surpreendendo
positivamente: primeiro porque o filme é só uma parte ínfima do livro; e
segundo porque, apesar do meu preconceito com esse gênero literário, me diverti
bastante durante a leitura.
Os
contos, em geral, mostram como os seres humanos ficam maravilhados diante das
novidades, e como rapidamente mudam de opinião sobre elas; como o medo do
desconhecido pode impedir o progresso, embora quase sempre tenha a intenção de
proteger as pessoas; como a elaboração das três leis da robótica foram
fundamentais para permitir a evolução da tecnologia – detalhes aparentemente
bobos geravam conflitos que comprometiam o funcionamento dos robôs.
Dos
9 contos, gostei particularmente de dois: o primeiro deles, “Robbie”, que
fala de um dos primeiros modelos de robôs vendidos na Terra, cuja função era
ser babá de crianças, e como a falta de entendimento de como essas máquinas
funcionavam e o receio de serem discriminados pelos vizinhos levam os pais de
uma garotinha a afastá-la de seu amado melhor amigo, o robô Robbie, que, na
verdade, era o único capaz de dedicar todo o seu tempo e sua atenção a ela –
uma história sobre um robô fofo! Me lembrou “O Homem Bicentenário”.
O
outro conto que acho que vale a pena destacar é o intitulado “Razão”, no qual
Cutie, um robô principal, é desenvolvido para gerenciar outros robôs menores em
uma estação espacial e então, para grande espanto dos engenheiros enviados para
verificar o funcionamento do equipamento, Cutie demonstra consciência de
fragilidade dos seres humanos e da inferioridade física e mental dessa espécie, duvida
ter sido criado por simples homens e conduz uma espécie de culto ao Mestre, o
maquinário enorme do local que, segundo ele, é o Criador do universo. Ri muito com
o comportamento desse robô que reproduz fielmente as insanidades de fanáticos
religiosos. Jamais pensei que veria máquinas agindo desse jeito... hahaha.
“Gosto
de robôs. Gosto deles consideravelmente mais do que dos seres humanos. Se fosse
criado um robô capaz de ocupar um alto cargo público, creio que seria o melhor
administrador possível. Pelas Leis da Robótica, seria incapaz de causar mal a
seres humanos, de praticar atos de tirania, de corrupção, de estupidez ou de
preconceitos. E depois de servir durante um intervalo decente, sumiria, muito
embora fosse imortal, porque seria impossível para ele magoar os seres humanos
com o conhecimento de que foram governados por um robô. Seria o ideal.”
Ciência
com um toque de humor. Mistura testada e aprovada!
2 comentários:
Caramba...também tenho muita dificuldade com ficção científica, mas acho que esse pode ser um bom início. Tenho um pouco de receio de começar com Fundação...adorei esse e acho que tenho um ebook aqui. Vou colocar na minha lista agora!
Bjo grandão!
Michelle, eu amo Eu, Robô. É um dos meus livros de Ficção Científica favoritos. Confesso que gosto bastante do gênero, o que me ajuda.
Razão também é um dos meus contos favoritos. Eu morria de rir com as saídas que o robô encontrava para os questionamentos dos humanos. Ele realmente parecia um fanático religioso.
Mas também gosto muito do conto sobre o robô que lê mentes.
Beijo! ^_^
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