Olás!
Hoje
no post do #vejamaismulheres falo sobre 5 filmes que assisti ao acaso e que se
encaixam no projeto, mas sem atender aos critérios que estabeleci este ano de
fazer postagens temáticas. São trabalhos de 2 diretoras norte-americanas, 1
inglesa, 1 brasileira e 1 irlandesa. Vamos lá!
Born
in flames (Born in flames, 1983 – Lizzie Borden) [Estados Unidos]
Um
falso documentário com ares distópicos que tem como cenário os Estados Unidos,
dez anos após uma revolução que levou o socialismo ao poder. Apesar do
progresso e da melhoria de vida como um todo, minorias continuam sendo
ignoradas pelo governo, e uma crise financeira faz com que trabalhadoras sejam
sistematicamente demitidas. A violência cresce e, em Nova York , as mulheres
se mobilizam para contra-atacar e garantir seus direitos. O filme é incrível e poderia facilmente se
passar por um documentário real. É interessante por mostrar os embates entre as
várias vertentes do movimento feminista, desde aquelas de nível social mais
elevado e que, portanto, não eram tão afetadas e tentavam uma abordagem mais
pacífica, quanto por outras que pertenciam a camadas mais pobres da população,
por aquelas que sofriam mais preconceito (negras, lésbicas) e que, portanto, já não tinham
mais nada a perder. Outro ponto positivo é a trilha sonora, com rock da melhor
qualidade.
Nota:
4/5
Lizzie
Borden, nome artístico da diretora norte-americana Linda Elizabeth
Borden, escolhido em homenagem à outra Lizzie Borden (aquela acusada de ter
matado os pais a machadas no século 19 - já mencionei aqui a série de TV com
Christina Ricci interpretando a protagonista). Começou a carreira como pintora,
mas depois migrou para o cinema. Tem seis longas lançados como diretora, além
de três séries de TV. ‘Born in flames’ é seu segundo e
mais conhecido filme, produzido ao longo de 5 anos com apenas US$ 40.000,00.
Estreou no festival de Berlim, ganhou diversos prêmios e entrou para a lista
dos ’50 Filmes Independentes Mais Importantes’ da revista Filmmaker.
A
última música (The last song, 2010 – Julie Anne Robinson) [Inglaterra]
Adaptação
de um romance de Nicholas Sparks, é a história de uma adolescente que vai,
junto com o irmão menor, passar as férias de verão na casa do pai, com quem tem
uma relação conflituosa. Lá, ela faz amizade com uma moça problemática e se
apaixona por um rapaz local. Mesmo que tenha evitado o contato com o pai o
tempo todo, uma revelação nos últimos dias das férias faz a garota repensar
suas atitudes, e a música é o que reaproxima os dois. Não é bem meu estilo de
filme, melodramático demais. Mas também não foi irritante o bastante para me
fazer abandonar a sessão pela metade. Um programa descompromissado.
Nota:
3/5
Julie
Anne Robinson é diretora inglesa de peças teatrais, filmes e programas
de TV, sendo mais conhecida por seu trabalho na televisão britânica. Foi
indicada ao BAFTA e ao Globo de Ouro pela série da BBC ‘Blackpool', e
dirigiu episódios de vários outros shows, como ‘Grey’s Anatomy’ e ‘Weeds’,
além do episódio-piloto de ‘The Middle’. ‘A última nota’ é
seu primeiro longa-metragem.
Divinas
divas (Divinas divas, 2016 – Leandra Leal) [Brasil]
Documentário
sobre a primeira geração de artistas travestis do Brasil que, nos anos 70, se
apresentavam no Teatro Rival, da família da diretora. Misturando entrevistas
com as integrantes do grupo, imagens de arquivo e cenas de bastidores e do
espetáculo remontado recentemente no teatro, Leandra se aproxima das
protagonistas de seu filme e mostra não apenas a faceta artística das entrevistadas,
mas também seu dia a dia em casa, com amigos e familiares. Um trabalho
cuidadoso que faz rir e chorar. Recomendo fortemente.
Nota:
4/5
Leandra
Leal é atriz e diretora e estreou no teatro aos 7 anos de idade e na TV
aos 8. Filha de atriz e neta de produtor cultural, Leandra respira arte desde
que nasceu. Tem em seu currículo mais de 20 novelas e participações em
programas de TV, 7 peças de teatro e 23 filmes. Com vários prêmios na estante,
ela disse em entrevista que não se vê como diretora, mas que decidiu filmar ‘Divinas
divas’ devido ao seu caráter pessoal, pois cresceu cercada por aquelas
pessoas e achou que já era hora de mais gente conhecer a história das artistas.
A
justiceira (Miss Meadows, 2014 – Karen Leigh Hopkins) [Estados
Unidos]
Katie
Holmes é a protagonista, uma professora substituta do ensino fundamental que
preza pelas boas maneiras e pelas regras gramaticais. Mas por trás de seu
visual delicado e sua vozinha doce se enconde uma justiceira que não admite que
bandidos escapem ao sistema judiciário. Tenho que dizer que o começo do filme é
incrível: rumo à escola, Miss Meadows caminha em meio a gramados verdejantes
enquanto lê poesia, observa os pássaros e vê cervos saltitantes cruzarem seu
caminho – uma espécie de Branca de Neve moderna. Então um homem em uma
caminhonete a aborda, primeiro fazendo elogios e a convidando para almoçar; depois, diante da recusa dela, a ameaçando com uma arma - é então que a suposta
mocinha indefesa se mostra não tão indefesa assim. Outro ponto interessante em
que a diretora toca de leve no início é a solteirice da moça (questionada por
um aluno e pela vizinha idosa) – achei que os estereótipos de feminilidade
seriam desafiados e quebrados. Tudo parecia muito promissor, mas ficou só na
promessa mesmo. No geral, achei mediano.
Nota: 3/5
Nota: 3/5
Karen
Leigh Hopkins é uma atriz, roteirista e diretora americana indicada ao
Emmy por ‘What girls learn’ e vencedora do Humanitas Award por
seu roteiro de ‘Em busca do coração de David’, ambos filmes feitos para
TV. Ela também assina os roteiros de 'Lado a lado’ e de ‘Minha mãe
quer que eu case’. ‘A justiceira’ é seu primeiro trabalho na direção
e roteiro.
O
som do coração (August Rush, 2007 - Kirsten Sheridan) [Irlanda]
Freddie
Highmore já esbanjava talento nesse filme, bem antes de encarnar o psicopata
Norman Bates. Aqui, ele vive um órfão que escuta a música da vida e adora reger as
composições do vento, os ruídos da metrópole, o som da eletricidade que corre
nos fios. Mesmo sem nunca ter conhecido os pais, ele acredita que a música os
atrairá para si. Nem preciso dizer que todos os outros internos o consideram maluco. Um
dia, ele foge do orfanato, disposto a seguir seus instintos e encontrar seus
pais. Com um talento musical absurdo, ele consegue cumprir seu destino, lógico.
É previsível, mas traz uma mensagem bonita e conta com atuações inspiradas do
Freddie e de Robin Williams, que faz um misto de protetor/explorador de
crianças abandonadas. Dá aquele sopro de esperança nos dias
mais caídos.
Nota:
3/5
Kirsten
Sheridan é uma roteirista e diretora irlandesa que estudou roteiro na
Universidade de Nova York e cinema na Universidade de Dublin. Seu primeiro
longa foi ‘Disco Pigs’, adaptação de uma peça de Enda Walsh, que lhe
rendeu indicações ao British Independent Film Awards e ao Irish Filme & TV
Academy Awards, bem como prêmios em outros festivais. ‘O som do coração’ é
seu segundo longa. Ela também dirigiu 'Dollhouse' e prepara uma
cinebiografia da Amy Winehouse.
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Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação deste segundo ano do projeto, que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI ou no banner da coluna à direita. Para ver o post de apresentação do primeiro ano do projeto com a lista de filmes e links, clique AQUI.
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