Paul
Bannermann é um ecologista de 35 anos que milita contra a construção de uma
usina nuclear na África do Sul. Ao lado da esposa publicitária, Berenice, e do
filho de 3 anos de idade, Nicholas, Paul tem uma vida feliz. No entanto, o
diagnóstico de um câncer na tireoide vira seu mundo de cabeça para baixo. Ao
ser submetido à radioterapia, Paul se torna radioativo e tem que se distanciar
da família por 2 semanas por questões de segurança. É nessa hora que ele deixa
sua condição de esposo, pai e profissional e volta a ser apenas um menino,
acolhido na casa dos pais para recuperação.
O
livro mostra como o diagnóstico da doença alterou a vida de todos ao redor de
Paul. Desde o desespero, passando pelas medidas a serem tomadas, até o retorno
à vida “normal” e as mudanças de atitude, tudo é detalhado. A solidão do
isolamento, o medo da morte, a sensação de estorvo na vida dos pais, tudo isso
faz parte da nova condição de Paul. A história também explicita como cada
pessoa lida com a situação de forma diferente: das 3 irmãs, uma mantém o
distanciamento e envia a Paul guloseimas e quitutes por meio de sua empregada;
a outra não sabe o que dizer e prefere ligar para a mãe para perguntar do
irmão; a terceira, que mora em outro país, conversa com o irmão por e-mail e é a
única a falar abertamente da doença.
A
rotina dos pais também é abalada: os planos de cruzeiro pelo mundo para
celebrar a aposentadoria são adiados, as saídas noturnas são revogadas, o pai passa
a colocar seus discos de música clássica para tocar em volume alto, tentando,
assim compartilhar o som com o filho isolado, a mãe, que cuida de sua roupa de
cama e de vestir, se segura para não dar um beijo de boa noite no filho. O mais
surpreendente, no entanto, é a atitude da empregada da família e de um colega
de trabalho de Paul, ambos negros, que parecem ser os únicos a não se importar
com o perigo da radiação e a não ver problema em ter um contato mais próximo
com o enfermo. A explicação mais provável é que ambos já haviam sido expostos a
coisas muito piores e estavam habituados às ameaças da quarentena da segregação
desde a infância, por isso não viam a condição de Paul como uma ameaça.
“De
volta à vida” é uma história de superação e de mudanças, um lembrete de nossa fragilidade e de como só aprendemos a valorizar as pequenas coisas do dia a
dia quando estamos prestes a perdê-las.
“O infortúnio é privado, à sua maneira, como o amor”.
3 comentários:
Espero que um dia meu livro faça parte dessa lista.
Mi, que livro interessante! Adorei a temática! Quero ler, vc tem??
bjo!
Herculano,
Vai fazer!
Sarah,
Tenho sim. Quando voltar do empréstimo, mando para você, OK?
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