No
ano de 632 d.F. (depois de Ford), o
governo totalitário zela por todos. As pessoas são geradas em proveta e cada
indivíduo já nasce destinado a realizar uma função específica e a ocupar
determinada posição na sociedade, seja no topo da pirâmide, como Alfas, ou na
base, como reles Ípsilons. Desde pequenos, todos os cidadãos são condicionados
a aceitar sua condição e a seguir as normas sem contestar. Como recompensa por
se comportar como esperado, o governo provê todas as necessidades básicas,
inclusive uma cota diária de “soma”,
a droga perfeita que “tem todas as vantagens do Cristianismo e do álcool e
nenhum de seus inconvenientes”.
A
sociedade de "Admirável Mundo Novo”
é sustentada por quatro pilares: Condicionamento,
Hierarquia, Felicidade (soma) e Eugenia.
Esses quatro itens garantem a estabilidade,
que faz as engrenagens funcionarem perfeitamente. Todos estão constantemente
felizes, ninguém pretende mudar de classe social, não há sonho, nem
individualidade, nem religião. O conceito de família não existe e, na verdade,
os termos “pai” e “mãe” são considerados repugnantes e obscenos, uma verdadeira
pornografia. A promiscuidade é estimulada e os longos relacionamentos ou as
relações monogâmicas devem ser evitados a todo custo.
No
entanto, Bernard Marx sente-se
estranho, por não partilhar dessa felicidade coletiva, por querer ficar
sozinho, por gostar de Lenina e
querer tê-la só para si. Um dia, ele consegue permissão para viajar com a amada
à Reserva do Novo México, onde vivem
os “Selvagens”, ou seja, pessoas que
não vivem em uma sociedade asséptica e controlada pelo novo governo. Lá, eles
conhecem John, que é filho de uma
Ípslon (Linda) com um Selvagem, que
foi banida para o “Outro Lado” e lá
deu à luz a criança. Linda e John são levados para a civilização e é então que começam
a ser expostas as fragilidades dessa nova ordem.
Adorei
ver como o autor usou várias obras de Shakespeare
para expor tudo o que a civilização moderna tinha perdido, principalmente as paixões
e emoções. Todos agiam como robôs, com felicidade controlada, com opções de
lazer que deveriam incluir sempre equipamentos tecnológicos de última geração e
que manipulavam os sentidos. Até a música era sintética!
Enfim...
“Admirável Mundo Novo” é um livro
incrível, que estava na minha lista há séculos, e que adorei conhecer. Na
verdade, gostei tanto que estou há meses tentando escrever sobre ele. Como
sempre acontece quando gosto demais de alguma coisa, não consigo expressar em
palavras. Nada que eu disser vai ser bom o bastante para demonstrar o quanto a
história mexeu comigo. Só posso dizer que é uma daquelas obras essenciais que
devem ser lidas o quanto antes. E que fiquei tão estarrecida com o universo
criado por Huxley que corri comprar "A Ilha", que não é uma
continuação, mas que é citada em “Admirável Mundo Novo” e também aborda a
questão da felicidade. Aguardando ansiosa para ler...
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6 comentários:
Michelle, não foi à toa que comecei o blog com esse livro, é um dos livros que mais mexeu comigo quando li a primeira vez, um dos meus preferidos, sem dúvida. A Ilha não gostei tanto, mas tem seus méritos. Beijão!!!
Adorei sua resenha Mi. Até deu vontade de reler o livro - o que não seria nenhum sacrifício, é um de meus preferidos rs!!
Depois conte o que achou dA Ilha!
bjos
Eu to até com esse livro aqui, só falta ler (sempre "só falta ler")... Acho que pode ser até o próximo que eu vou pegar, já que não tinha nada em mente. '-'
Faz tempo que eu escuto e vejo coisa sobre esse livro (inclusive li outros livros que foram inspirado ou estão na mesma "onda"), mas não sabia ainda dessa questão da felicidade. É por isso que eu gosto das suas resenhas, elas sempre explicam bem. '-'
Eu respondi o que você perguntou lá no blog, mas já que eu vim aqui:
Eu não tenho certeza se todos aparecem no filme, alguns eu sei que sim.
~Dana
Oi, Lua!
É realmente incrível e já imagino que A Ilha não consiga superar, mas a curiosidade é grande. Aliás, em parte a curiosidade aumentou por causa da sua resenha, viu?
Sarah,
É um livro atemporal e acho que cada vez que a gente lê, descobre mais coisas interessantes. Pode deixar que conto tudo sobre A Ilha.
Dana,
Hahaha... é verdade. Sempre "só falta ler". Mas finalmente consegui tirar esse da estante. Leia sim que acho que você vai pirar. E obrigada pela resposta!
Sempre quis ler... meu favorito é 1984, de George Orwell e muita gente já me falou que Admirável Mundo Novo é bem melhor. Será? Pela sua resenha parece ser muito bom mesmo. Com o DL 2013 ele não passa batido no próximo ano, rs.
Oi, Paula!
Infelizmente, não posso responder à sua pergunta, pois não li 1984 ainda. Mas sempre comparam os dois, né? Aproveita para ler o Admirável Mundo Novo em 2013 que eu vou tentar ler o 1984 e daí a gente comenta.
beijo!
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