Após
a morte do Papa, os cardeais reúnem-se em Conclave para escolher o novo Sumo
Pontífice. Depois de várias votações, finalmente vemos a fumaça branca no céu
do Vaticano. No entanto, o eleito não se sente capaz de assumir tamanha
responsabilidade e, prestes a ter seu nome revelado na varanda da Basílica de
São Pedro, tem um ataque de pânico e foge, deixando os fiéis preocupados e a
cúpula da Igreja em maus lençóis.
Estou
para ver esse filme desde o ano passado, mas, com a crescente lista de
produções, o coitado acabou empurrado para o fim da fila. Agora, prestes a
conhecer o sucessor de Bento XVI, me lembrei de “Habemus Papam” e decidi que não poderia haver momento mais
oportuno para conferir essa história.
Melville é pego de surpresa ao ver seu
nome proferido como novo Papa, já que ele não estava entre os principais nomes
da disputa. Mesmo considerando que sua escolha tenha sido a “vontade de Deus”,
ele teme não conseguir carregar o fardo imposto pela posição. Enquanto os fiéis
se perguntam o que poderia ter acontecido e os cardeais tentam acalmar sua
Santidade, o porta-voz do Vaticano se desdobra para dar alguma satisfação aos
jornalistas e para convencer o eleito a assumir o cargo. É então que, em um
momento de desespero, o porta-voz chama um renomado psicanalista para ajudar
Melville a lidar com suas dúvidas.
Ao contrário do que se poderia supor, o filme é muito engraçado. Grande parte das cenas cômicas é gerada pelas dificuldades do porta-voz em botar panos quentes no que estava acontecendo nos bastidores da Igreja. Os embates do psicanalista ateu e darwinista com os cardeais também são bem divertidos. Vê-lo usando a Bíblia para analisar comportamento o depressivo do novo Papa é bem interessante. O comportamento dos repórteres para conseguir dar a notícia em primeira mão também gera várias cenas cômicas.
Na
verdade, o humor e a ironia são muito bem empregados para mostrar o quanto as
vontades pessoais são insignificantes quando o que está em jogo é a manutenção
do poder da Igreja. O que aconteceria se as pessoas descobrissem que o novo
escolhido para guiar o rebanho de fiéis duvida de sua capacidade de conduzir os
seguidores pelo caminho da fé?
Enquanto
acompanhamos o porta-voz e seus estratagemas mais absurdos para ocultar a
verdade da mídia e dos próprios cardeais, também observamos a solidão do novo eleito, mesmo em meio a centenas de companheiros e milhares de fiéis, e conhecemos o lado humano e falho desses religiosos sempre tão austeros. Medo, alegria,
vaidade, competitividade... tudo isso é demonstrado pelos cardeais, que, sem
poder deixar a Casa de Santa Marta, onde estão isolados até a revelação do
eleito pelo Conclave, se entregam às orações, participam de jogos de cartas e
se envolvem em um campeonato de vôlei (!) enquanto aguardam a decisão de
Melville. Muito bacana ver essa outra faceta dos servos de Deus.
9 comentários:
Fiquei com vontade de assistir. Realmente é um momento bem oportuno.
Bjs
Nunca tinha ouvido falar Michelle, mas fiquei muito curiosa!
As pessoas as vezes esquecem que mesmo investidos de tanto poder, esses homens são tão humanos quanto nós e têm o direito de sentir tanto medo!
Beijos
Tati
Imaginando os cardeais jogando vôlei, morri de rir!
Fiquei com vontade também de assistir, vou indicar para alguns colegas que adorarão assisti-lo também :D
Beigos,
Maura - Blog da /mauraparvatis.
Carissa,
É bem divertido! Vale a pena!
Tati,
É difícil enxergar o homem por trás da função. Esse filme mostra bem isso.
Maura,
Eu ri muito! Algumas cenas são impagáveis!
Michelle,
Fiquei com muita vontade de assistir! Parace ser algo realmente engraçado! Gosto desse tipo de humor de filmes italianos :)
Fora que, como você disse, é um momento bastante oportuno, né?
Vou procurar com toda a certeza!
Obrigada pela sugestão!
Beijos,
Michas
http://michasborges.blogspot.com
Ps: obrigada pelos parabéns :)
Procure sim, Michas.
Eu também gosto do humor italiano. Do humor europeu, na verdade.
bjo
Eu não conhecia esse filme, mas achei muito interessante, fora que são poucos que conseguem lidar com um tema assim sem fazer chacota de mal gosto. Mas, pelo que você disse, o filme consegue um humor inteligente.
Eu fiquei com vontade de assistir só para ver o campeonato de vôlei! Claro que a questão do papa também me chamou a atenção, mas nada como um grupo de senhores de saia jogando vôlei!
Mi, eu amei esse filme. Assisti-o na Mostra Internacional há uns anos, tive que dar um jeito de pegar uma sessão num horário improvável, porque ele estava muito bem cotado pela Folha de S. Paulo (ou seja, suas sessões eram concorridíssimas...).
Dei muita risada, e senti muita pena. Sim, pena do cardeal escolhido para a posição de papa, por sua humanidade e humildade em admitir não estar pronto para tal empreitada. Não sou católica, mas achei a forma de o diretor lidar com a questão bastante respeitosa :)
Beijos!
Bruna e Gi,
Sim, o filme consegue apontar defeitos e fazer humor sem ser ofensivo. E dá pena mesmo do cardeal escolhido. Ninguém entende que ele não estava preparado...
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