O
tema comum aos dois filmes de hoje é o
tempo e formas de ludibriar esse ingrato. Em “O Preço do Amanhã”, tempo é literalmente dinheiro e é possível
pagar para viver mais. Em “Transfer”,
pessoas com uma conta bancária polpuda podem aumentar o tempo de vida comprando um novo
corpo. A pergunta que fica é: o que você estaria disposto a fazer para prolongar sua estadia neste
mundo?
O Preço do Amanhã (In Time, 2011) [Nova Zelândia]
Em
um futuro próximo, as pessoas nascem programadas para viver até os 25
anos e possuem um relógio embutido no braço que indica quanto tempo de vida ainda
resta. Esse tempo também é usado para pagar contas. Enquanto a grande maioria
tem que batalhar seus míseros minutos todos os dias, existe um seleto grupo de
milionários que vive lentamente, aproveitando cada segundo que foi obtido às
custas do suor dos pobres trabalhadores.
Will Salas (Justin Timberlake) é um cara simples, que
trabalha duro para quitar as dívidas e conseguir mais tempo de vida para a mãe.
Quando ela morre em seus braços, ele vai a New
Greenwich, a parte rica da cidade, para se vingar. No caminho, conhece a
linda, rica e entediada Sylvia (Amanda Seyfried), que
se junta a ele para por em prática um plano ao estilo “Robin Hood”.
Nada
assusta mais as pessoas do que a morte. Fato. E a imortalidade é o desejo da maioria.
No entanto, viver para sempre acaba com a urgência imposta pela finitude,
elimina os objetivos, apaga o fogo das paixões. Os milionários dispõem de
fundos para viver durante séculos, mas não têm liberdade, andam sempre
escoltados por vários seguranças, não podem desfrutar do simples prazer de dar
um mergulho no mar sem vigilância. Nada tão diferente assim do que vemos
atualmente.
Como
era de se esperar, a evolução tecnológica mostrada no filme não melhorou a qualidade de vida da humanidade, apenas acentuou mais as diferenças sociais. Além disso, a juventude
eterna dos 25 anos causa certa confusão, já que não é possível estabelecer à primeira vista a idade das pessoas e suas relações de parentesco. Enfim... um filme que apresenta uma
grande ideia, mas que tem execução mediana.
Vale mencionar a participação Johnny Galecki, o Leonard da série "The Big Bang Theory", como o melhor amigo de Will, e minha admiração pela personagem Sylvia, que passa 90% do filme correndo com saltos altíssimos, sem desfiar a meia nem estragar o penteado. Não é para qualquer uma!
Veja a ficha completa do filme no Filmow.
Assista ao trailer (legendado em português).
Anna (Ingrid Andree) e Hermann Goldbeck (Hans-Michael Rehberg) são casados há 50 anos e continuam tão apaixonados quanto no dia em que se conheceram. Quando descobrem que Anna tem câncer e uma expectativa de vida de
2 meses, eles procuram uma empresa que oferece a pessoas abastadas a
possibilidade de continuar vivendo no corpo de indivíduos mais jovens por meio
da revolucionária tecnologia de "transferência
de personalidade”.
Na
clínica, o casal é submetido a testes para encontrar hospedeiros perfeitamente
compatíveis. Após a transferência, Anna e Hermann passam a viver em corpos
jovens, saudáveis e atléticos, enquanto os donos dos corpos emprestados, Sarah (Regine Nehy) e Apolain (B. J. Britt), têm que se contentar em retomar a consciência e o controle
dos seus corpos durante apenas 4 horas por dia. E isso tudo durante o período
de teste de 3 meses, depois do qual deixarão de existir completamente.
Como
no filme anterior, aqui também temos o dinheiro possibilitando a ampliação do
tempo de vida. E, também como no outro filme, existe a exploração dos pobres
pelos ricos: a clínica utiliza jovens negros africanos, geralmente membros de
famílias miseráveis e numerosas, que concordam em se sacrificar em troca de
dinheiro, para dar uma vida melhor aos irmãos mais novos.
A questão espinhosa
de abuso dos indivíduos mais necessitados é levantada pelo diretor e potencializada pelo preconceito racial, que fica evidente nas cenas em que os
amigos dos Goldbeck parecem mais chocados ao ver que Anna e Hermann foram
transferidos para corpos de pessoas negras do que com a transferência em si.
Durante
o filme, outros assuntos polêmicos surgem, mas o período de uma hora e meia do
filme não é suficiente para desenvolvê-los em todo seu potencial. Em todo caso,
é uma ficção científica alemã interessante e que aborda temas sempre atuais.
Recomendo!
Veja a ficha completa do filme no Filmow.
Assista ao trailer (legendado em inglês).
6 comentários:
Mi, interessante este segundo filme... Sobre o primeiro, que assiste, tenho a mesma opinião: uma boa ideia mal aproveitada.
Boa noite!
O primeiro filme eu vi, e gostei. Inclusive comentei sobre ele ano passado em meu blog. Enquanto o segundo fiquei curioso. Quando tiver oportunidade, darei uma conferida.
Michelle, parabéns pelo blog e felicidades! Gostei muito!
abraço
marcelokeiser.blogspot.com.br
Já vi o primeiro filme e confesso que gostei. O segundo não conhecia e fiquei bem interessada. Irei procurar para assistir.
Beijos,
Carissa
www.carissavieira.com
Oi Michelle!
Esse é o tipo de filme que jamais veria se não fosse através de uma indicação... Pois, não faz muito o meu estilo de filme.
Mas, agora que você indicou, fiquei super curiosa!!
Parece bastante interessante! :D
Vou procurar para assistir!
Beijos!
Júlia,
Não sei te dizer exatamente o que me incomoda no filme, mas fico com aquele sensação de que poderia ter sido tão melhor... E ainda tem o final que me desagrada totalmente :(
Oi, Marcelo!
Obrigada pela visita. Já fui espiar seu blog e adorei!
Carissa,
É bem interessante, sim. Acabaram colocando muito assunto em 1 só filme, mas levanta questões importantes.
Angélica,
Se puder ver, veja. É bonito e faz pensar, sabe?
esse filme não tem em lugar nenhum, ( transfer)
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