Casal em processo de divórcio amigável entra em
conflito quando ambos recebem propostas de trabalho irrecusáveis, mas que os
impede de ficar com a guarda dos filhos. Invertendo o esperado, nenhum deles
quer ficar com as crianças, e pai e mãe fazem de tudo para ‘empurrar’ os filhos
de um para o outro.
Fazia tempo que eu não postava filmes por aqui, né?
(aliás, minhas postagens andam meio capengas, mas estou disposta a dar um jeito
nisso). Voltando ao que importa, semana passada assisti à comédia
"Relacionamento à Francesa” e me diverti horrores (algo difícil em se
tratando desse gênero), então decidi compartilhar com vocês essa dica para quem
procura um filme engraçado e que não tem medo de apostar no politicamente
incorreto.
Vincent (Laurent Lafitte) e Florence (Marina Foïs) se
conheceram na faculdade e se apaixonaram. Quinze anos depois eles são
bem-sucedidos em suas carreiras (ele é obstetra e ela é engenheira civil),
moram em uma bela casa e têm três filhos. No entanto, vivem um casamento morno,
não sentem mais atração um pelo outro e se tratam como colegas de dividem um
apartamento. Decidem, então, se separar. Tudo corre tranquilamente, e a única
dificuldade que eles enfrentam é não saber como contar às crianças (um rapaz de
15 anos, uma adolescente prestes a completar 13 e um garoto de 9) sobre o divórcio. Alguns entraves surgem nas primeiras tentativas,
eles contornam a situação e finalmente abrem o jogo com os filhos, que,
logicamente, não gostam nada da ideia. Tudo resolvido! (ou quase).
Para complicar um pouco mais a separação do casal, o
destino resolve testá-los. Florence recebe a proposta de assumir um projeto
importante na Dinamarca e Vincent finalmente é chamado para uma temporada no
Médico Sem Fronteiras. Civilizados que são, eles
conversam, avaliam, discutem e Florence, que ainda quer muito bem ao marido,
decide abrir mão da promoção para que ele realize seu sonho antigo. Ele fica
emocionado, agradece. Ela se despede, pega suas coisas e se prepara para ir
embora do hospital. Só que volta para buscar algo que havia esquecido na sala
dele e o flagra aos beijos com uma médica. Pronto. Termina aí todo o altruísmo.
Ela resolve aceitar o cargo em outro país. Mas quem vai ficar com os filhos?
Contrariando o esperado, nem o pai nem a mãe querem a
guarda das crianças. Todavia, os artifícios que Vincent e Florence usam para
convencer os filhos de que é melhor ficar com a mãe/o pai, respectivamente, são
exatamente os mesmos que os genitores costumam usar para ficar com as crianças.
E eles pegam pesado. Muito. Falta de noção extrema que seria
traumatizante para qualquer criança, mas que, numa comédia, que potencializa as
falhas para criar situações cômicas e ao mesmo tempo aponta problemas sérios de
comportamento, resulta em situações bizarras e divertidas.
Vincent e Florence fazem de tudo para parecer
despreparados e desajustados diante dos filhos, colocando a si mesmos e às
crianças em situações degradantes e vexatórias, para que escolham o outro
cônjuge. Por exemplo, o pai leva os filhos ao paintball e atira à queima-roupa
nas crianças; em outro momento, carrega a filha a um bar de striptease; a mãe
não fica atrás no quesito tosquice e invade uma festinha adolescente, onde
envergonha a filha ao encher a cara, mostrar os peitos e fazer dancinhas
sensuais. Imaginaram? Então. As coisas vão piorando cada vez mais nessa
competição insana pela perda da guarda dos filhos, até que as crianças resolvem
agir como adultos, o que faz os pais caírem na real e perceberem o quanto
estavam sendo imaturos e irresponsáveis.
Gostei muito do filme porque ele consegue fazer rir e
ao mesmo tempo refletir sobre certas atitudes que pais em processo de divórcio
(ou já divorciados) tomam para ferir um ao outro, numa guerrinha infantil, e
acabam por afetar os filhos, justamente aqueles que eles deviam proteger e pelo bem-estar dos quais deveriam zelar.
Comédia
politicamente incorreta e realmente engraçada que ainda faz pensar? É claro que
recomendo!
Trailer legendado em português:
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Dica extra:
Outra comédia da mesma dupla de roteiristas que recomendo muitíssimo é a "Qual é o nome do bebê?", na qual a escolha do nome da criança gera discórdia e muitas situações constrangedoras em um jantar de família.
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