segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Filme: Relacionamento à Francesa


Casal em processo de divórcio amigável entra em conflito quando ambos recebem propostas de trabalho irrecusáveis, mas que os impede de ficar com a guarda dos filhos. Invertendo o esperado, nenhum deles quer ficar com as crianças, e pai e mãe fazem de tudo para ‘empurrar’ os filhos de um para o outro.


Fazia tempo que eu não postava filmes por aqui, né? (aliás, minhas postagens andam meio capengas, mas estou disposta a dar um jeito nisso). Voltando ao que importa, semana passada assisti à comédia "Relacionamento à Francesa” e me diverti horrores (algo difícil em se tratando desse gênero), então decidi compartilhar com vocês essa dica para quem procura um filme engraçado e que não tem medo de apostar no politicamente incorreto.


Vincent (Laurent Lafitte) e Florence (Marina Foïs) se conheceram na faculdade e se apaixonaram. Quinze anos depois eles são bem-sucedidos em suas carreiras (ele é obstetra e ela é engenheira civil), moram em uma bela casa e têm três filhos. No entanto, vivem um casamento morno, não sentem mais atração um pelo outro e se tratam como colegas de dividem um apartamento. Decidem, então, se separar. Tudo corre tranquilamente, e a única dificuldade que eles enfrentam é não saber como contar às crianças (um rapaz de 15 anos, uma adolescente prestes a completar 13 e um garoto de 9) sobre o divórcio. Alguns entraves surgem nas primeiras tentativas, eles contornam a situação e finalmente abrem o jogo com os filhos, que, logicamente, não gostam nada da ideia. Tudo resolvido! (ou quase).


Para complicar um pouco mais a separação do casal, o destino resolve testá-los. Florence recebe a proposta de assumir um projeto importante na Dinamarca e Vincent finalmente é chamado para uma temporada no Médico Sem Fronteiras. Civilizados que são, eles conversam, avaliam, discutem e Florence, que ainda quer muito bem ao marido, decide abrir mão da promoção para que ele realize seu sonho antigo. Ele fica emocionado, agradece. Ela se despede, pega suas coisas e se prepara para ir embora do hospital. Só que volta para buscar algo que havia esquecido na sala dele e o flagra aos beijos com uma médica. Pronto. Termina aí todo o altruísmo. Ela resolve aceitar o cargo em outro país. Mas quem vai ficar com os filhos?


Contrariando o esperado, nem o pai nem a mãe querem a guarda das crianças. Todavia, os artifícios que Vincent e Florence usam para convencer os filhos de que é melhor ficar com a mãe/o pai, respectivamente, são exatamente os mesmos que os genitores costumam usar para ficar com as crianças. E eles pegam pesado. Muito. Falta de noção extrema que seria traumatizante para qualquer criança, mas que, numa comédia, que potencializa as falhas para criar situações cômicas e ao mesmo tempo aponta problemas sérios de comportamento, resulta em situações bizarras e divertidas.


Vincent e Florence fazem de tudo para parecer despreparados e desajustados diante dos filhos, colocando a si mesmos e às crianças em situações degradantes e vexatórias, para que escolham o outro cônjuge. Por exemplo, o pai leva os filhos ao paintball e atira à queima-roupa nas crianças; em outro momento, carrega a filha a um bar de striptease; a mãe não fica atrás no quesito tosquice e invade uma festinha adolescente, onde envergonha a filha ao encher a cara, mostrar os peitos e fazer dancinhas sensuais. Imaginaram? Então. As coisas vão piorando cada vez mais nessa competição insana pela perda da guarda dos filhos, até que as crianças resolvem agir como adultos, o que faz os pais caírem na real e perceberem o quanto estavam sendo imaturos e irresponsáveis.


Gostei muito do filme porque ele consegue fazer rir e ao mesmo tempo refletir sobre certas atitudes que pais em processo de divórcio (ou já divorciados) tomam para ferir um ao outro, numa guerrinha infantil, e acabam por afetar os filhos, justamente aqueles que eles deviam proteger e pelo bem-estar dos quais deveriam zelar.


Comédia politicamente incorreta e realmente engraçada que ainda faz pensar? É claro que recomendo!

Trailer legendado em português:

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Dica extra:
Outra comédia da mesma dupla de roteiristas que recomendo muitíssimo é a "Qual é o nome do bebê?", na qual a escolha do nome da criança gera discórdia e muitas situações constrangedoras em um jantar de família.

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