Daytripper
nos apresenta o protagonista Brás de Oliva Domingos, jornalista responsável
pela seção de obituários do jornal. Ele passa os dias envolvido com a morte e
as noites sonhando em ser escritor. Fragmentos de sua vida são mostrados em 10
capítulos que destacam momentos importantes para Brás, acontecimentos e pessoas
que o tornaram quem ele é: os pais, os amigos, os amores. Misturando fantasia e
realidade, Daytripper é uma reflexão sobre a efemeridade da vida.
O
ponto forte de Daytripper é mostrar o dia a dia e eventos comuns que poderiam
fazer parte da vida de qualquer um de nós. Dividida em capítulos intitulados
com a idade do protagonista na referida ocasião, a história é contada de forma
não linear e entrecortada por sonhos do personagem. Ao final de cada capítulo,
o obituário do próprio Brás nos leva a pensar sobre como cada ação ou omissão
pode mudar o destino de uma pessoa e afetar todos que a cercam. Em vários
momentos, não sabemos ao certo o final de qual história é verdadeiro, mas isso
não importa, já que todos eles seriam possíveis.
Além
do texto profundo, Daytripper encanta pelas ilustrações belíssimas, e o fato de
a história ter sido criada pelos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá e de se
passar em várias partes do Brasil torna esta graphic novel ainda mais atraente. Adoro quando uma trama se
desenrola na cidade em que moro e ver alguns edifícios e esquinas tão
familiares estampados nas páginas de Daytripper foi muito emocionante para mim.
Não
tenho muita experiência com graphic
novels, e, com certeza, essa foi uma ótima escolha para aprender mais sobre
esse estilo de narrativa. Na verdade, gostei tanto que, logo depois de terminar
a leitura de Daytripper, fui vasculhar a estante atrás da minha próxima graphic novel.
Algumas imagens para exemplificar o que eu disse sobre Daytripper (clique nas imagens para aumentar):
Linda panorâmica de São Paulo |
E seu tradicional e não tão bonito trânsito caótico |
Texto que faz refletir |
[Transcrição do texto da imagem acima]:
“Vivemos numa sociedade de estranhos. A cada dia, nos
sentimos mais distantes um do outro, mais sozinhos, embora cercados por
milhões. A cada dia, assistimos nossa cidade se transformar num deserto. Um
deserto onde estamos todos perdidos, à procura daquele oásis que preferimos
chamar de “amor”. Quanto mais esperamos, mais tudo – e todos – parecem grãos de areia que escorrem pelos nossos dedos até
sumir no vento. Como podemos encontrar algo – ou alguém – que não conseguimos mais enxergar, mas que está bem à
nossa frente? E como podemos manter aquilo
que temos de mais precioso?”
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6 comentários:
Essa é uma das opções para minha leitura desse mês no desafio. Até agora só li resenhas MUITO animadoras de Daytripper, então acho que vai acabar sendo minha escolha mesmo!
Foi uma das minhas leituras preferidas do ano até agora. Muito lindo! =)
João,
Acho que não tem como não gostar de Daytripper. Aguarde e verás!
Lua,
Eu me apaixonei pela história, pelas imagens... Entrei no mundo das graphic novels com o pé direito =)
Hmmm...o excerto é lindo. Gostei da dica. Fico feliz que o tema lhe tenha servido de estímulo para mais uma rodada de Graphic Novels.
Mi, amei a resenha e, como já disse, foi para minha lista de desejados. O traço dos desenhos é lindo.
Um beijão,
Pronome Interrogativo.
www.pronomeinterrogativo.com.br
Vivi,
Só tenho a agradecer ao DL por me dar a oportunidade de conhecer esse gênero literário tão legal.
Thaís,
O traço é lindo mesmo. Acho que você vai gostar ;)
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