“Pais e Punks” é um documentário que
mostra os dilemas dos moleques agressivos que cresceram gritando palavras de
ordem contra o sistema e a autoridade, mas que agora se transformaram em
respeitáveis pais de família e se policiam para não falar palavrões na frente
dos filhos. “The other F word”
explora o que aconteceu com os rebeldes cuja palavra de ordem deixou de ser o “Fuck” e passou a ser “Father”.
Com
entrevistados do calibre de Jim Lindberg
(o ex-vocalista do Pennywise e autor
do livro que inspirou o filme: “Punk
Rock Dad”), Ron Reyes (Black Flag), Fat Mike (NOFX), Mark Hoppus (Blink 182), Tony Cadena
(Adolescents), Lars Frederikssen (Rancid),
Brett Gurewitz (Bad Religion), Tim McIlrath
(Rise Against), Flea (Red Hot Chilli Peppers)
e também lendas do esporte radical como Tony
Hawk (Skate) e Rick Thorne (BMX), o filme mostra como se tornar pai mudou a perspectiva de cada
um deles.
No
início, eles faziam música punk para mostrar sua insatisfação, fazer suas
reivindicações, quebrar a ordem estabelecida. Montar uma banda era apenas uma
forma de pertencer a um grupo, de se fazer ouvir, de chamar a atenção. Depois,
passou a ser um estilo de vida, uma forma de pagar as contas. Mas cair na
estrada com os amigos durante longas turnês, morando em um ônibus, dormindo em
hotéis baratos, comendo porcaria e bebendo até cair deixou de ser divertido
quando os moleques cresceram e se tornaram pai. Ser responsável pela vida de
outra pessoa, principalmente de um ser totalmente dependente e indefeso, fez
muitos caras casca-grossa amansarem e ponderarem se a ausência vale a pena.
Jim
Lindberg chegou a conclusão de que, para ele, esse estilo de vida não faz mais
sentido. Outro que também sofreu para tomar a decisão de se afastar dos palcos,
mas que parece muito mais feliz agora, é Ron Reys, que atualmente mora em
Vancouver com 3 filhos adolescentes. Alguns ainda tentam, mas só conseguem
encarar os palcos depois de encher a cara (caso de Fat Mike). Outros dizem não
aguentar mais tocar as mesmas músicas noite após noite, mas que fazem o esforço
pelos fãs. Entre confissões de falta de fôlego devido ao excesso de peso e de
tingimento de cabelo para não demonstrar idade, conhecemos o outro lado dos
entrevistados.
A
paternidade pode ter roubado dos fãs alguns ídolos, mas seu poder transformador
também foi responsável por mudanças de atitude que salvaram vidas, como no caso
de Flea, que estava afundado nas drogas e sem perspectiva de futuro. Mesmo
depois de diversos tratamentos e clínicas de reabilitação, nada conseguia
recuperá-lo. A cura se deu na forma de uma garotinha, que foi capaz de buscar o
pai do fundo do poço e devolver a ele uma vida e uma carreira.
O fato
é que todos esses personagens têm em comum um período de infância e
adolescência infeliz. Muitos vieram de lares desfeitos, foram abandonados pelos
pais, foram vítima de violência ou, mesmo aqueles que têm uma origem familiar
aparentemente feliz, se queixam de nunca terem recebido a devida atenção dos
pais. Nada mais contraventor do que ser exatamente o oposto de seus pais, não?
Mas
e a rebeldia? E a luta contra o sistema?
Como
bem exemplifica Jim Lindberg, talvez a única forma de mudar o mundo seja
criando filhos melhores.
O
documentário foi exibido pelo GNT e
está disponível no NOW da NET HD. Dá para assistir on-line AQUI (sem legendas). Imperdível!
Fotos retiradas do Site Oficial do Filme.
2 comentários:
Nossa, adorei! Quero muito ver!
Realmente ter filhos deve ser uma mudança enorme na vida de uma pessoa... Deve ser muito legal ver todos estes grandes nomes do punk mostrando um lado mais paternal. :)
Adorei a dica!
bjs!
É engraçado ver os caras levando as crianças para a escola, participando das festinhas... bem legal.
bjo
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