sábado, 2 de fevereiro de 2013

Filme: O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird)


Este é mais um post da seção Leia o Livro, Veja o Filme. O livro foi resenhado AQUI para 2 desafios. Agora vou falar de sua adaptação cinematográfica.


A narração em off é feita pela Scout, já adulta, que relembra aqueles dias que marcaram sua infância: as brincadeiras de férias com o irmão, Jem, e com o amigo, Dill, e o julgamento que parou a cidade de Maycomb – o caso do negro Tom Robinson, acusado de ter estuprado uma garota branca.


Como eu disse na resenha do livro, “O Sol é para Todos” é apaixonante, então eu estava apreensiva com relação ao filme. No entanto, minhas desconfianças se mostraram totalmente infundadas, já que a essência da história foi transferida perfeitamente para a tela. Algumas tramas paralelas, como o castigo de Jem e Scout que envolvia horas semanais de leitura para a vizinha rabugenta, a ida das crianças à igreja da comunidade negra com sua empregada, Calpurnia, a visita da tia e as tardes de chá com as damas da sociedade de Maycomb, foram eliminadas, mas não diminuem em nada o brilhantismo da história. Lógico que de cada uma dessas situações as crianças tiraram lições valiosas, mas, como se sabe, nos filmes é impossível incluir todos os detalhes das obras impressas.


Quanto aos personagens, no começo estranhei um pouco a figura meio masculinizada da Scout, mas depois achei que era muito apropriada e bem mais condizente com seu estilo “moleca” do que eu havia imaginado ao ler. O Atticus interpretado por Gregory Peck é simplesmente a versão em carne e osso do advogado que criei durante a leitura. Não tinha como ser melhor. O amigo Dill conseguiu me cativar ainda mais nas telas, com seu corpo franzino e dentes de coelho. Só queria que Calpurnia tivesse aparecido mais, já que no livro sua presença é marcante.


As cenas do tribunal são maravilhosas e conseguiram manter a tensão até o fim, ainda que eu já soubesse o desfecho. E quando Boo finalmente dá as caras... foi uma surpresa, pois eu havia imaginado uma pessoa completamente diferente, mais ao estilo 'Slot', dos “Goonies". OK, provavelmente eu me deixei envolver tanto pela leitura que criei um ser a partir da perspectiva das crianças, que o imaginavam como um mostro. Mais uma prova da qualidade do texto.


Um filme magnífico. Vale a pena tanto para quem já leu o livro, quanto para quem não faz questão de leitura prévia. Clássico imperdível!


“O Sol é para Todos" foi lançado em 1962 e ganhou o Oscar de 1963 em 3 categorias: Melhor Ator (Gregory Peck), Melhor Direção de Arte - P&B e Melhor Roteiro Adaptado.

Um comentário:

Ronaldo disse...

Realmente um filmão, inclusive é o n° 25 na lista dos 100 melhores filmes americanos do instituto AFI.

além do enredo, tudo é bem feito, a direção, musica, atores, etc.