Este
é mais um post da seção Leia o Livro,
Veja o Filme. O livro foi resenhado AQUI
para 2 desafios. Agora vou falar de sua adaptação cinematográfica.
A
narração em off é feita pela Scout, já adulta, que relembra aqueles
dias que marcaram sua infância: as brincadeiras de férias com o irmão, Jem, e com o amigo, Dill, e o julgamento que parou a cidade
de Maycomb – o caso do negro Tom Robinson, acusado de ter estuprado
uma garota branca.
Como
eu disse na resenha do livro, “O Sol é
para Todos” é apaixonante, então eu estava apreensiva com relação ao filme.
No entanto, minhas desconfianças se mostraram totalmente infundadas, já que a
essência da história foi transferida perfeitamente para a tela. Algumas tramas
paralelas, como o castigo de Jem e Scout que envolvia horas semanais de leitura
para a vizinha rabugenta, a ida das crianças à igreja da comunidade negra com
sua empregada, Calpurnia, a visita
da tia e as tardes de chá com as damas da sociedade de Maycomb, foram
eliminadas, mas não diminuem em nada o brilhantismo da história. Lógico que de
cada uma dessas situações as crianças tiraram lições valiosas, mas, como se
sabe, nos filmes é impossível incluir todos os detalhes das obras impressas.
Quanto
aos personagens, no começo estranhei um pouco a figura meio masculinizada da
Scout, mas depois achei que era muito apropriada e bem mais condizente com seu
estilo “moleca” do que eu havia imaginado ao ler. O Atticus interpretado por Gregory Peck é simplesmente a versão
em carne e osso do advogado que criei durante a leitura. Não tinha como ser
melhor. O amigo Dill conseguiu me cativar ainda mais nas telas, com seu corpo
franzino e dentes de coelho. Só queria que Calpurnia tivesse aparecido mais, já
que no livro sua presença é marcante.
As
cenas do tribunal são maravilhosas e conseguiram manter a tensão até o fim,
ainda que eu já soubesse o desfecho. E quando Boo finalmente dá as caras... foi uma surpresa, pois eu havia
imaginado uma pessoa completamente diferente, mais ao estilo 'Slot', dos “Goonies". OK, provavelmente eu me deixei envolver tanto pela
leitura que criei um ser a partir da perspectiva das crianças, que o imaginavam
como um mostro. Mais uma prova da qualidade do texto.
Um
filme magnífico. Vale a pena tanto para quem já leu o livro, quanto para quem
não faz questão de leitura prévia. Clássico imperdível!
“O Sol é para Todos" foi lançado
em 1962 e ganhou o Oscar de 1963 em 3 categorias: Melhor Ator (Gregory Peck), Melhor Direção de Arte - P&B e Melhor Roteiro Adaptado.
Um comentário:
Realmente um filmão, inclusive é o n° 25 na lista dos 100 melhores filmes americanos do instituto AFI.
além do enredo, tudo é bem feito, a direção, musica, atores, etc.
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