Sound City é o documentário produzido e dirigido por Dave Grohl sobre o lendário estúdio de Los Angeles onde inúmeros álbuns de ícones do rock foram gravados. Durante quase duas horas, somos guiados por um passeio pelo nascimento do local, suas fases de glória e decadência, seus funcionários e estrelas da música que tiveram a honra de gravar por lá.
O prédio |
A
estreia de Dave Grohl como diretor foi uma ótima surpresa. É um trabalho feito
por quem ama música para pessoas que partilham da mesma paixão. Um olhar
carinhoso de quem fez parte da história e quer prestar uma homenagem. E
emociona. Muito!
A
trama se desenvolve a partir da gigantesca mesa de som que, nos idos dos anos
70, custou a bagatela do dobro de uma casa média americana e foi o diferencial
do Sound City. Ao longo de décadas, o equipamento foi reverenciado, considerado
obsoleto, redescoberto e ganhou um novo lar no estúdio de Grohl. Junto com as
tendências de cada época, o sobe e desce da popularidade do estúdio.
Adorei
conhecer as origens do local, uma antiga fábrica de amplificadores transformada
no lar de diversos músicos, produtores, engenheiros de som, telefonistas.
Grande parte do encanto do documentário está em mostrar a importância do fator
humano, das individualidades, da transformação do sentimento bruto e instintivo
em arte. Todos estavam ali para experimentar, ousar, aprender.
A
tecnologia que fez a fama do estúdio também foi responsável por sua derrocada:
a limpidez dos diversos canais que atraiu os artistas dos anos 70 foi
considerada ultrapassada na década seguinte, quando todos queriam gravar com
bateria eletrônica e sintetizadores, mas as gravações orgânicas, sujas e
imperfeitas dos anos 90 resgataram o estúdio do limbo, até que a retirada do
mercado de um dos principais fornecedores de fitas para gravação dos discos e
os programas de edição de som jogaram a última pá de terra sobre o Sound City.
Felizmente, no comecinho dos anos 2000 as pessoas começaram a entender que os
avanços tecnológicos devem ajudar a produção, mas jamais substituirão o talento.
Das
entrevistas mais marcantes, destaco o tocante pedido de desculpas de Rick
Springfield, as colocações de Trent Reznor e as lembranças do próprio Dave
Grohl sobre sua primeira impressão sobre o estúdio e sobre a emoção de voltar
lá tempos depois e dar de cara com o disco de platina do Nirvana na parede. Da
parte final, já durante a gravação do disco Real to Reel, não tem como não
gostar da gravação com Stevie Nicks e não se arrepiar com a participação de
Paul McCartney.
Maravilhoso!
Por que demorei tanto para ver?
Ouça
o álbum AQUI!
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