Crianças
costumam ter amigos imaginários. Até aí, nenhuma novidade. Exatamente por isso,
os pais não parecem se preocupar quando os pequenos se envolvem em um jogo com
um novo coleguinha fantasioso: Drill.
Porém, Drill é uma força sobrenatural que se comunica apenas com as crianças e
as manipula para que façam para ele coisas muito perigosas e que passam longe
de brincadeiras infantis. Quando os adultos finalmente prestam atenção, já é
tarde. O que é esse Drill? Como fazê-lo parar?
A
série é baseada no conto “Zero Hora”,
que faz parte do livro “Uma sombra
passou por aqui”, de Ray Bradbury.
O texto que inspirou o programa de TV foi escrito na década de 50 e trazia uma
história que se passa no futuro, numa época em que as engenhocas eletrônicas já
haviam sido incorporadas ao dia a dia das pessoas e a paz finalmente reinava na
Terra. Sem preocupações, os seres humanos seguiam suas rotinas insossas. É até
engraçado quando as crianças entram em suas casas e saem carregando garfos,
facas, martelos e serras para brincar e as mães acham tudo bonitinho. Jamais questionam
a estranheza da situação.
Mas
falando da série, os tempos são outros, o mundo ainda está longe de alcançar a
utópica paz, mas a descrença dos pais sobre as coisas absurdas que os filhos
dizem que estão fazendo ou prestes a fazer continua a mesma. E é precisamente
dessa desatenção dos adultos com relação às crianças que Drill se aproveita.
Ele escolhe a dedo garotos e garotas cujos pais têm uma posição crucial
para seu plano (que só começa a ser delineado mais para a metade da temporada).
Além disso, são crianças que enfrentam algum tipo de problema em casa (pais
separados, pais que brigam o tempo todo, pais que estão sempre ocupados com o
trabalho), e esse novo amigo faz com que elas se sintam importantes, cria
situações que colocam os pais dos pequenos em risco, só para depois poder
negociar com as crianças, oferecendo sua ajuda em troca favores (terríveis) que elas fazem inocentemente.
Uma
das grandes sacadas da adaptação foi fazer com que Drill se comunique e viaje
através da energia elétrica. Em um mundo em que estamos cercados por aparelhos
eletrônicos o tempo todo, fica extremamente difícil evitar a influência desse
amigo invisível. No começo, não dá para saber ao certo que tipo de ser é Drill,
mas aos poucos ele vai revelando sua natureza. Na verdade, como isso é mostrado
na metade da série, o que resta para o espectador nos capítulos seguintes é
acompanhar os esforços dos personagens principais para capturar e eliminar a ameaça.
Nesse jogo, entram interesses pessoais e do governo, é claro. O final da
temporada é aberto (embora eu ache que 13 capítulos fossem suficientes encerrar
a história), o que pode gerar uma possível continuação.
Sei
que este post trata da série de forma bem superficial, mas não quero estragar
as surpresas de quem se interessar em assistir. Em geral, gostei do trabalho dos atores
principais e do suspense gerado no começo (crianças fazendo maldades e sendo
macabras sempre me afetam), mas o final indica um caminho que não me agradou
tanto. Vamos esperar para ver se algum outro canal se anima a continuar a série
(que foi cancelada pelo ABC, que
produziu o show). No Brasil, o programa está sendo exibido pelo AXN.
Um
misto de drama, ficção científica e suspense com um toque sobrenatural. Se essa
é a sua, vale a pena conferir.
Trailer legendado em português:
3 comentários:
Não dava nada por essa série. Agora fiquei animada. E também não sabia do conto do Ray Bradbury.
O chato é ter sido cancelada, né? Odeio quando isso acontece...
Ainda não me conformo com o cancelamento =/
Eduarda e Jeniffer,
Sim, esse cancelamento foi triste. Mas ainda acho que acaba indo para o Netflix.
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