Em
homenagem ao Dia do Professor, eu
havia pensado em fazer um TOP 5 de filmes do tema, mas percebi que nunca tinha
assistido ao clássico dos clássicos: “Ao
mestre, com carinho”. Tratei então de corrigir minha falha e fui conferir a
história de Mark Thackeray,
engenheiro desempregado que decide aceitar o emprego temporário de professor
para pagar as contas. Os inevitáveis embates com alunos rebeldes e desordeiros
aos poucos dão lugar a uma transformação, tanto dos alunos quanto do professor.
“Ao mestre, com carinho” foi o filme
que estabeleceu os padrões para o gênero “professor sonhador enfrenta todo tipo
de dificuldade para domar alunos indisciplinados e transforma vidas". Além
disso, ainda catapultou a carreira de Sidney
Poitier, que encarnou o papel do professor negro e de origem pobre que, ao
chegar à nova escola para assumir o cargo, tem que encarar não apenas o
desrespeito dos alunos, mas também o descrédito dos demais professores e
preconceitos raciais.
Numa
das primeiras cenas do filme, ao apresentar-se ao professor Weston, este já lança um “Você é o novo
cordeiro do abatedouro? Ou deveria dizer ovelha negra?”, e, mais adiante, o
mesmo professor ainda pergunta se Thackeray pretendia usar vudu para controlar
os alunos endiabrados. Diante desses exemplos claros do preconceito racial
sofrido por Thackery, pergunto-me se, em tempos de exageros do politicamente
correto, um filme ousaria apresentar o preconceito dessa forma ou se evitariam
tocar no assunto.
Outra
coisa que chama a atenção no filme é a rebeldia bem comportada dos alunos.
Acostumados que estamos com a violência extrema nas escolas, em que alunos
levam armas para a sala de aula e atacam colegas e professores, em que alunos
se divertem espancando outros alunos e filmando a barbárie para postar em redes
sociais e em que os próprios professores de educação infantil às vezes batem em
bebês e crianças, a forma de contravenção usada pelos alunos do filme pode ser
considera ingênua: eles expressavam o descontentamento em seu vestuário e
colocavam música em alto volume no corredor da escola para dançar.
No
entanto, ao que tudo indica, os aspectos violentos da trama, baseada na
semibiografia do professor E. R.
Braithwaite, tiveram de ser amenizados na tela para que o filme fosse
liberado. Mas isso gerou comportamentos sem sentido, a meu ver. Os alunos
vinham de lares pobres e violentos, sofriam pressão dos pais para ajudar nas
despesas e tarefas domésticas... e se rebelam dançando no corredor e jogando
bolinhas de papel em sala de aula? Uma reação bem infantil para quem se julga
tão adulto e revoltado, não?
Enfim...
independente disso, o filme é muito bom sim, Sidney Poitier é o carisma em
pessoa e a música-tema é uma delícia. A mensagem enobrecedora de que se deve
dar o exemplo e preparar os alunos para a vida, não apenas para passar de ano,
pode parecer batida, mas é mais atual e necessária do que nunca.
5 comentários:
É um pouco piegas nos dias atuais, mas um bonito filme, não?
É meio piegas e inocente demais, porém isso não o torna ruim.
bjo
Puxa, acho que vi uns pedaços desse filme fas teempo. Preciso rever e assistir na íntegra.
Realmente, a parte da revolta dos jovens ficou meio sem sentido, mas também, fico imaginando se adaptassem o filme hoje, se ia ser algo muito diferente... Apesar de já ter mais abertura pra cenas violentas, tá uma onda de filme bonzinho que eu vou te falar, viu?
Mas apesar disso, este filme passa uma bonita mensagem, acho que o importante é isso, né? Já viu o filme indiano Black, de um professor que ensina uma garota surda, muda e cega? Bem bacana tbm!
bjs bjs!
Raíssa,
O politicamente correto às vezes extrapola. Não conhecia esse filme. Mais um para a lista. Tks pela dica =)
Amo esse filme, assisti milhares de vezes quando criança e adolescente!
#RIP Sidney Poitier
Postar um comentário