"(...)
peço-lhe neste instante que faça o favor de concordar comigo que uma cicatriz
nunca é feia. Isto é o que aqueles que produzem as cicatrizes querem que
pensemos. Mas você e eu temos de fazer um acordo e desafiá-los. Temos de ver
todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser nosso segredo.
Porque, acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz
significa: ‘Eu sobrevivi’”.
(Pequena
Abelha, página 17)
Li “Pequena Abelha” em 2011 e ele, inclusive, entrou no meu TOP 3 daquele ano. Mas, como eu já
disse aqui, tenho uma dificuldade enorme em fazer posts sobre livros/filmes que
entraram definitivamente na minha lista de preferidos, aqueles que me tocaram
fundo, que despertaram os sentimentos mais verdadeiros e nem sempre agradáveis.
No
caso do livro do Chris Cleave a
coisa fica ainda mais complicada, já que a sinopse da contracapa fala
pouquíssimo sobre a história e, na verdade, recomenda que o suspense sobre o
assunto seja mantido. Por incrível que pareça, nunca li uma sinopse tão boa. A magia de “Pequena Abelha” está em começar a ler suas
páginas sem expectativa nenhuma, em se jogar no desconhecido sem ter a mais
vaga ideia do que o aguarda. Saborear cada revelação e se deixar levar pela emocionante
história narrada pela protagonista, a “Pequena
Abelha” do título em português (em inglês o livro é conhecido como “Little Bee” e como “The Other Hand”, que também se encaixa
perfeitamente).
Enfim...
por que eu resolvi falar desse livro agora? Porque vou emprestar o livro para
uma amiga e precisava tirar o monte de post-it que colei para indicar trechos marcantes e até hoje permanecia colado em suas páginas. Continuo não sabendo o que dizer sobre a obra, apenas que é
sensacional e que me deixou com um nó na garganta em várias passagens. Embora a
história seja triste, a doçura da narradora e a forma poética como ela conta
suas lembranças fizeram um sorriso surgir em meu rosto em algumas ocasiões. E é para
honrar o pacto citado lá no parágrafo inicial do post e a memória de muitas
“Pequenas Abelhas” que estão pelo mundo que decidi finalmente falar um
pouco da minha experiência de leitura.
Espero
que vocês tenham a oportunidade de ler esse livro incrível e que a história os
comova e encante assim como comoveu e encantou a mim.
“Chá
tem o mesmo gosto da minha terra: é amargo e quente, forte e carregado de
lembranças. Tem gosto de saudade”.
(Pequena
Abelha, página 136)
9 comentários:
Michelle,
Fiquei curiosa! Sempre vejo este livro nas livrarias, mas nunca parei para ler. Duas pessoas e agora você jpa vieram me recomendar a leitura!
Vou adicionar à minha lista "para ler", haha...
Beijos e boa semana para você,
Michas
http://michasborges.blogspot.com
Oi Michelle!
Você não é a primeira que fala super bem desse livro. Morro de vontade de lê-lo, mas não sei se meu excesso de expectativa é algo bom. :(
Vamos ver, quem sabe mais frente...
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Oi Michelle!
Também acho difícil de se escrever uma resenha sobre esse livro...
E, assim como você, gostei bastante da leitura! :)
Sensível e emocionante!
Beijos!
Michas e Luara,
Se tiverem a chance, leiam sim. É uma leitura diferente e emocionante.
Angélica,
Bota difícil nisso! Sofri muito para escrever e ainda acho que meu texto é infinitamente inferior à beleza do livro, mas fazer o que? Tinha que pelo menos tentar, né?
Putz, sabe que eu estava até com receio de ler sua resenha, com medo de ler algo tipo spoiler haha... mas né, te conheço, sabia que vc não ia sacanear.
E se eu já tinha expectativas... agora tô doida pra passar ele na frente da fila dos "to read"!!
bjos!
Sarah,
Acho detestável quando um texto tem spoilers, então me policio muito para não fazer isso. Foi extremamente difícil escrever alguma coisa sobre "Pequena Abelha", mas queria compartilhar minha experiência e divulgar esse livro tão bonito. Tenho certeza que você vai amar a história.
bjo
Mi, terminei ontem de ler... que livro mais lindo! Incrível a forma do autor de dosar a história, de manter o suspense e superar, a cada página, as expectativas. Demais também a doçura da narradora, mesmo após adversidades das mais impensáveis... Sensacional mesmo. Vai para os top top da minha lista!
bjao e mega obrigada por me emprestar!
Li o livro e achei maravilhoso!só não consigo imaginar o que passou pela cabeça de quem o jogou no lixo!!
Foi assim que soube da existencia deste best seller!
Sarah,
Que bom que gostou! A capacidade de superação da narradora é mesmo admirável.
Unknown,
Sério que jogaram no lixo? Que horror! Sorte sua, que pôde conhecer esse livro incrível, né?
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