A
história de passa no Reino de Delain,
onde o rei Rolando, o Bom, vive com
seus dois filhos: Pedro, o mais
velho, bonito, bondoso, inteligente e preferido do pai; e Tomás, o tristonho, confuso e solitário filho mais novo, cuja única
habilidade era o manejo do arco e flecha e que, com razão, morria de ciúme do
irmão. Quando Rolando morre, a cerimônia de coroação de Pedro já estava em
andamento, mas algo inacreditável acontece: o príncipe herdeiro é acusado de
ter assassinado o próprio pai e, num julgamento precipitado para evitar
rebeliões populares, é condenado a passar o resto dos seus dias preso na torre
mais alta e distante do castelo. Será que Pedro tinha um lado maligno que
finalmente veio à tona? Ou será que foi uma armação? Quem teria interesse em afastar
o primogênito do trono?
Começo
dizendo que não tenho o hábito de ler histórias fantásticas. Não sei direito o motivo,
só que feiticeiras, magos, dragões, fadas e companhia não me atraem. Me sinto
mais à vontade com os dilemas da realidade. Então, quando precisei escolher um
livro de fantasia para o Desafio
Diversidade Literária 2014, fiquei perdida. Como meu objetivo é usar livros
que já tenho em casa, comecei a revirar tudo, a fim de achar algo que se
encaixasse. Já estava perdendo as esperanças quando alguém sugeriu no grupo "Os Olhos do Dragão", uma
aventura de Stephen King por terras
cheias de magia. Achei que era uma ótima oportunidade para ler algo de um tema que não
costumo ler, usar um livro da estante e, de quebra, conhecer uma nova faceta do
Sr. King.
O
que ficou claro para mim é que, seja em histórias de terror, nos dramas ou na
literatura fantástica, King não decepciona. O texto fluiu fácil e conseguiu me
transportar para o mundo medieval sem dificuldade. O tempo todo eu tinha a
impressão de estar vendo um filme da Sessão da Tarde. Bem tranquilo mesmo. O
diferencial fica a cargo da ironia que permeia o texto e do narrador que se
dirige diretamente ao leitor.
A
história, no entanto, não é lá muito inovadora e fala sobre o amor e ódio entre
irmãos. Tendo um que se destaca em tudo o que faz e que é amado por todos,
obviamente também existe outro que vive à sombra do talentoso e, por isso, se
ressente. Quando tem a oportunidade de ficar sob os holofotes, Tomás não pensa
duas vezes, mesmo sabendo que seu irmão está sendo condenado injustamente.
Durante todo o tempo que Pedro luta para provar sua inocência, Tomás sente o
peso da responsabilidade e se remói por não ter feito nada para ajudar o irmão,
mas, ainda assim, não toma uma atitude para mudar a situação.
A
demonstração de lealdade, no entanto, vem daqueles com os quais não há ligação
de sangue, mas que, muitas vezes, são mais próximos que os familiares. Com o
auxílio de amigos fiéis, Pedro consegue elaborar um arriscado plano de fuga
para enfim assumir a coroa que lhe pertence e para resgatar da miséria e
exploração o povo de seu reino.
“De
repente, compreendeu a que Flagg aludira ao dizer que ele, Tomás, veria o pai
através dos olhos do maior troféu de Rolando. Ele estava olhando o pai de um
pouco mais que meia altura da parede oeste... e era ali que estava pendurada a
maior de todas as cabeças – a de Niner, o dragão do pai.”
“Os Olhos do Dragão” foi uma leitura
muito gostosa, mas nada que possa ser considerado sensacional. Apenas um bom
passatempo.
3 comentários:
A história em si não me atraiu muito também, mas o nome do King não deixa de ter peso!
Duas surpresas numa resenha só: vc ler sobre esse tema e o autor ser o King! A história tb não me atraiu muito, mas achei bem legal o autor tentar algo nessa linha.
bjos!
Filipe,
O livro estava aqui havia anos. Só desencalhou por causa do desafio.
Sarah,
Sou cheia de surpresas...hahaha ;)
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