Park So-nyo é uma senhora de 69 anos, mãe de 5 filhos, que sofreu um derrame que a deixou fragilizada e confusa. Um dia, viajando de trem com o marido para outra cidade para visitar os filhos, o casal se separa e Mamãe nunca mais é vista. A busca organizada pela família se revela uma longa jornada de descobertas sobre uma mulher que todos desconheciam e sobre sentimentos que eles mesmos não sabiam que guardavam no peito.
Mamãe
era uma típica camponesa do interior da Coréia do Sul, daquelas que teve casamento
arranjado quando ainda era muito jovem, abriu mão dos estudos para cuidar da
casa, pariu todos os filhos que a natureza lhe concedeu, dedicou-se a eles a
vida toda, sacrificou seus sonhos pelo bem da prole e do marido. Apesar de
gravemente doente, ela jamais deu o braço a torcer, inventava desculpas para
não preocupar os filhos, trabalhou duro até onde suas forças permitiram,
aguentou reprimendas por seus esquecimentos, controlou sua dor para cuidar dos
desconfortos alheios. E, um dia, sumiu sem deixar rastro.
Com
muita delicadeza, a autora nos conduz pela trama, revelando pouco a pouco
informações sobre cada um dos filhos, do marido e de Mamãe. O ponto de
vista inusitado não nos permite dizer logo de cara quem está narrando a história e coloca
o leitor como um dos personagens, misturando o uso de "você" com outras
pessoas da narrativa. No início, achei isso bem estranho e fiquei tentando
adivinhar quem contava a história; depois, fui acostumando com o estilo e
percebendo os detalhes, reconhecendo quem contava o que.
Difícil
não se emocionar com esse livro. Impossível não se reconhecer em algumas
atitudes dos filhos e do marido e, às vezes, se colocar no doloroso lugar da
mãe. Incrível como em menos de 250 páginas a autora conseguiu criar uma
história tão triste e verdadeira sobre a doação materna incondicional, sobre a
essência da família e do ser humano, sobre como a rotina solapa o que realmente
importa, sobre as coisas que deixamos de dizer até nos darmos conta de que é
tarde demais.
Enfim...
essa foi uma leitura intensa que me tocou profundamente. Mesmo já imaginando
que seria triste, eu não estava preparada para ser tão remexida pela história.
Então, como vocês já devem ter percebido, esta resenha é meio sem pé nem cabeça
e totalmente vaga, o que sempre acontece quando gosto demais de um livro. Só o
que posso dizer é: não deixem que minha falta de habilidade com as palavras os
impeça de ter uma experiência de leitura sensacional. Se tiverem a oportunidade
de ler “Por favor, cuide da mamãe”, leiam! Com um lencinho à mão.
“Às vezes você ria sozinha quando se lembrava de sua mãe naquele dia, sua mãe já envelhecida saltando da varanda e correndo pelo pátio na direção do seu tio e gritando ‘Irmão!’ como uma criança – agindo como uma menina ainda mais nova do que você. Aquela mãe ficou na sua cabeça. Ela a fez pensar: até Mamãe... Você não sabia por que levou tanto tempo para perceber algo tão óbvio. Para você, Mamãe era sempre Mamãe.”
Para quem gosta de histórias que emocionam por sua simplicidade e verossimilhança.
7 comentários:
Mi, eu tenho muita vontade de ler esse livro, não lembro se tenho ele em ebook, mas quero ler um dia. :)
Biejinho!
Também é um dos meus livros preferidos ever, top 10. Muito sensível, triste, mas sem deixar de ser doce. E eu tb adorei a forma diferente de narração.
bjos
Esse foi minha primeira leitura de 2013, simplesmente amei esse livro! Daqueles que pretendo reler um dia. É lindo, lindo, e é como você falou, a gente se reconhece em algumas atitudes...
Lua,
Leia sim! Impossível não se emocionar.
Sarah,
Exato! É triste, mas poético e terno. E a escrita peculiar me agradou.
Bia,
Acho que é justamente esse reconhecimento que torna a história tão especial, né?
Quando li esse livro em janeiro do ano passado, uma senhora perdeu-se no Santuário Nacional de Aparecida, vizinha à minha cidade. Foi uma notícia que ganhou grande repercussão. Por isso, fiquei mais emocionada ainda, era como se eu estivesse vendo os mesmos passos dos filhos procurando pela mãe. Assim, nunca mais vou esquecer essa história, até porque ela nunca foi encontrada. É o tipo de história que se repete em qualquer parte do mundo.
Comprei “Por favor, cuide da mamãe” ano passado e estou bastante curiosa. Vou ver se leio esse ano (^_^). Bjs, Michelle!
Flávia,
Eu lembro dessa história de Aparecida. Muito triste. Não sabia que ela não havia sido encontrada :(
Lulu,
O meu livro estava na estante há um tempão. Só tirei da pilha no fim do ano porque entrou no círculo de leitura. Leia sim!
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