Olinda é uma italiana que chega a Buenos Aires logo após a Segunda Guerra em busca do amado. O
romance não se concretiza, mas ela se apaixona pela cidade e abre um restaurante em um
bairro simples. Agora, muitos anos depois, entra pela porta de seu
estabelecimento Peter, um jovem que
acaba de chegar da Alemanha atrás da moça que ele acredita ser o amor de sua
vida, mas com quem não tem contato há uns bons meses. Alguns contratempos
fazem com que os caminhos desses dois estrangeiros que migraram seguindo o
coração se cruzem e que eles estabeleçam uma relação de amizade.
Ao entrar no restaurante por acaso, Peter é recebido
com uma pratada na testa e desmaia. Olinda, que discutia com seu funcionário
por causa da quebra constante de pratos, se sente mal por ter atingido o rapaz
e oferece um jantar a ele, embora o restaurante já tivesse encerrado o
expediente. Peter agradece e explica que estava em busca de uma garota. Isso
faz a dona do lugar lembrar de sua juventude e, antevendo a decepção do moço,
ela o aconselha a voltar para casa.
Quando retorna para seu quartinho de hotel, Peter
percebe que foi roubado e que não tem dinheiro nem lugar para ficar.
Desesperado, pede ajuda a Olinda, única pessoa que conhece na cidade, mas ela o
manda embora. Apesar de a dona do restaurante ser a típica italiana que fala
alto, gesticula demais, reclama de tudo e parece sempre pronta a bater em
alguém, tem um grande coração de manteiga e acaba deixando o rapaz passar as
noites ali, até encontrar a amada ou chegar o dia do regresso à terra natal.
Mas sabem como é o destino, esse fanfarrão que adora arruinar os planos alheios...
Faz tempo que eu queria ver esse filme, já que não
resisto a uma trama que envolva culinária. Apesar dessa característica não ter
sido tão forte quanto eu tinha imaginado, o restaurante é crucial para a trama
e é a comida que acaba por selar o destino de Olinda e Peter.
“Herencia” é um daqueles filmes que considero típicos
argentinos: histórias de gente comum que lida com problemas cotidianos em
um ambiente corriqueiro. A trama não tem nada de mirabolante, não há efeitos
especiais nem reviravoltas – ou seja, é fácil se conectar com os personagens,
com seus dramas e com as situações. Simplicidade que agrada. Sempre.
Nota: 3,5/5
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Sobre
a diretora:
Paula
Hernandéz nasceu em 1969 em
Buenos Aires , Argentina. É roteirista e diretora de cinema e
TV e professora na Escola de Cinema, Televisão e Teatro de Buenos Aires.
“Herencia” foi seu primeiro de cinco longas-metragens. Entrevista com a
diretora AQUI.
Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI.
2 comentários:
Não conhecia o filme. Também gosto bastante de filmes relacionados de alguma forma com comida.
amulherqueamalivros
Cláudia,
Sabe que eu tenho uma lista só de filmes relacionados a comida? (é sou dessas, cheia de listas). Esse fazia parte dela :)
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