Wilbur é um cara com fortes tendências suicidas que já atentou contra a própria vida várias vezes, para preocupação do irmão mais velho, Harbour, que tenta administrar a livraria da família após a morte do pai. Na loja sempre aparece Alice, que vende os livros encontrados no hospital em que trabalha como faxineira para sustentar a filha e a si mesma. Um dia, Alice é despedida e por acaso acaba passando na livraria bem quando Wilbur estava sozinho e tentava mais uma vez se matar. Ela então se casa com Harbour e todos acabam morando juntos, formando uma família nada convencional.
“Estranho”
é a palavra que define esse filme, não só pela situação inusitada, mas porque
todos os personagens são um tanto esquisitos. Há muitas situações surreais e
uma atmosfera que mistura drama, romance e cenas engraçadas. Além disso, senti que
às vezes as coisas aconteciam depressa demais e de um jeito meio forçado. Mas
isso não quer dizer que o filme seja ruim.
Os
irmãos Wilbur (Jamie Sives) e Harbour (Adrian Howlins) são totalmente
opostos: o primeiro é meio rabugento, grosso e um tanto infantil, mas
inexplicavelmente faz sucesso com as crianças e com a mulherada; o outro é um
cara tímido, simpático, otimista incorrigível, sempre preocupado com o
bem-estar dos outros – o verdadeiro paizão. Conforme o filme avança e ficamos
conhecendo o passado da dupla, dá para entender o que levou cada um deles a ser do
jeito que é.
Alice (Shirley
Henderson), uma das novas moradoras da casa, também tem sua dose de
excentricidade e de traumas; é uma mulher quieta, pequenina, que se sente
intimidada por crianças e parece sempre meio deslocada, mas faz de tudo por sua
filha. Enquanto Harbour se mostra encantado por seu acanhamento e simplicidade,
Wilbur enxerga nela a mulher perfeita por não se jogar o tempo todo aos seus
pés. É impossível tentar rotular e explicar a dinâmica da família recém-criada,
mas funciona. Todos parecem mais felizes e completos nesse lar peculiar. E Mary (Lisa
McKinlay), a garotinha, às vezes parece ser a mais madura dos quatro.
Embora
eu não tenha achado sensacional, foi interessante. E destaco ainda a
participação de Mads Mikkelsen como o psicólogo do grupo de apoio de suicidas
que não tem muita paciência para ouvir as histórias deles (é, eu disse que era
estranho... rs).
Nota:
3/5
****************
Lone Wrede Scherfig é uma roteirista,
produtora e diretora dinamarquesa
que participou do movimento Dogma 95. Antes de estrear no cinema, trabalhou com
publicidade e dirigiu séries e filmes para a TV. Seu filme mais aclamado é “Educação”, baseado no livro de Nick
Hornby. Ela também levou para as telas outra adaptação literária: “Um Dia”. Seu filme mais recente é “The Riot Club”, de 2014.
Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI.
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