quinta-feira, 17 de março de 2016

Veja Mais Mulheres - Filme #11: Meu irmão quer se matar


Wilbur é um cara com fortes tendências suicidas que já atentou contra a própria vida várias vezes, para preocupação do irmão mais velho, Harbour, que tenta administrar a livraria da família após a morte do pai. Na loja sempre aparece Alice, que vende os livros encontrados no hospital em que trabalha como faxineira para sustentar a filha e a si mesma. Um dia, Alice é despedida e por acaso acaba passando na livraria bem quando Wilbur estava sozinho e tentava mais uma vez se matar. Ela então se casa com Harbour e todos acabam morando juntos, formando uma família nada convencional.



“Estranho” é a palavra que define esse filme, não só pela situação inusitada, mas porque todos os personagens são um tanto esquisitos. Há muitas situações surreais e uma atmosfera que mistura drama, romance e cenas engraçadas. Além disso, senti que às vezes as coisas aconteciam depressa demais e de um jeito meio forçado. Mas isso não quer dizer que o filme seja ruim.


Os irmãos Wilbur (Jamie Sives) e Harbour (Adrian Howlins) são totalmente opostos: o primeiro é meio rabugento, grosso e um tanto infantil, mas inexplicavelmente faz sucesso com as crianças e com a mulherada; o outro é um cara tímido, simpático, otimista incorrigível, sempre preocupado com o bem-estar dos outros – o verdadeiro paizão. Conforme o filme avança e ficamos conhecendo o passado da dupla, dá para entender o que levou cada um deles a ser do jeito que é.


Alice (Shirley Henderson), uma das novas moradoras da casa, também tem sua dose de excentricidade e de traumas; é uma mulher quieta, pequenina, que se sente intimidada por crianças e parece sempre meio deslocada, mas faz de tudo por sua filha. Enquanto Harbour se mostra encantado por seu acanhamento e simplicidade, Wilbur enxerga nela a mulher perfeita por não se jogar o tempo todo aos seus pés. É impossível tentar rotular e explicar a dinâmica da família recém-criada, mas funciona. Todos parecem mais felizes e completos nesse lar peculiar. E Mary (Lisa McKinlay), a garotinha, às vezes parece ser a mais madura dos quatro.


Embora eu não tenha achado sensacional, foi interessante. E destaco ainda a participação de Mads Mikkelsen como o psicólogo do grupo de apoio de suicidas que não tem muita paciência para ouvir as histórias deles (é, eu disse que era estranho... rs).


Nota: 3/5
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Sobre a diretora:

Lone Wrede Scherfig é uma roteirista, produtora e diretora dinamarquesa que participou do movimento Dogma 95. Antes de estrear no cinema, trabalhou com publicidade e dirigiu séries e filmes para a TV. Seu filme mais aclamado é “Educação”, baseado no livro de Nick Hornby. Ela também levou para as telas outra adaptação literária: “Um Dia”. Seu filme mais recente é “The Riot Club”, de 2014.


Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI.  

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