Quase 10 anos depois de ter visto o filme, finalmente li o livro. E todas as imagens voltaram à minha mente. “Confissões” é a história de vingança de uma professora cuja filha foi morta intencionalmente por dois alunos seus. Em seu último dia de aula, a professora resolve contar à classe tudo que descobriu sobre o suposto acidente que ceifou a vida de sua filhinha e como já colocou em ação um plano para acertar as contas com os culpados. Ela também revela, ainda que sem citar nomes, que os dois são daquela turma. Além da professora, o livro também dá voz aos assassinos, à mãe de um deles e a uma outra aluna. É assim que montamos o quebra-cabeça nessa história que fala de vingança, mas também da pressão que os professores sofrem, de preconceito contra mães solteiras, da busca pela atenção, do medo da mediocridade, da violência entre jovens. Foi uma ótima leitura, mas é um dos casos em que prefiro o filme.
“Sei que talvez seja sinistro começar o testamento de um garoto do oitavo ano desse jeito, mas a felicidade é tão frágil e passageira quanto uma bolha de sabão. A única pessoa que eu amava no mundo inteiro morreu e, naquela noite, quando fui tomar banho, vi que o xampu tinha acabado. A vida é assim. Mas quando pus um pouco de água no frasco e sacudi, ele se encheu de bolhas pequenininhas. Foi nessa hora que entendi: esse sou eu. Acrescento água no que resta de felicidade e a transformo em bolhas para encher o vazio. Talvez não passe de uma ilusão, mas ainda é melhor que o vazio”.
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