Hoje tem mais um post da coluna 'Do fundo do baú', em que resgato textos meus publicados originalmente em outros blogs. O tema de hoje é Filmes de Ficção Científica, e escolhi 5 produções que tratam de assuntos diferentes dentro do gênero Sci-Fi. Preparados?
Um dos temas mais recorrentes e fascinantes da
ficção científica, os extraterrestres despertam nossa imaginação. Embora haja
algumas versões amigáveis dos alienígenas, a grande maioria parece mesmo
disposta a atacar os humanos e dominar o planeta Terra (bom, pelo menos é isso
o que achamos, né?). E nenhuma criatura do espaço é mais aterrorizante que o
ser negro e babão da série ‘Alien’.
O primeiro filme da franquia, lançado em 1979, ganhou uma série de prêmios
(merecidamente) e levou nosso medo do desconhecido a um nível inédito ao
mostrar o terror da tripulação da nave Nostromo, que fica à mercê do inimigo
silencioso e mortífero em pleno espaço sideral. Considerado o “Tubarão do
espaço”, ‘Alien’ sustenta o clima de tensão mais com o
poder de sugestão do que com cenas de ataque, já que o bichão só aparece lá
pela metade do filme. Ao longo da saga, podemos perceber que, além de feios e
extremamente letais, os aliens são também muito inteligentes, demonstrando ser
bons conhecedores do comportamento humano. As aventuras do alienígena de baba
ácida já foram mostradas em 4 5 filmes da série 'Aliens',
em 2 filmes da saga ‘Alien x Predador’ e
no incrível prólogo ‘Prometheus’,
bem como nos livros (que são novelizações dos filmes) e nos quadrinhos, além,
claro, nos videogames. Ou seja: Alien rules!
[Tem post do Livro vs Filme AQUI]
Robôs e Viagem no Tempo
A série ‘O Exterminador
do Futuro’ reúne dois temas
clássicos da ficção científica: robôs e viagem no tempo. Lançado em 1984, o
primeiro filme da saga trazia Arnold Schwarzenegger como o androide enviado do
futuro para matar Sarah Connor e impedir o nascimento de John, líder da
resistência humana que poderia colocar em risco a dominação mundial dos robôs,
cuja estratégia já estava em pleno curso. Para proteger sua mãe, garantir seu
nascimento e certificar-se de que a humanidade teria uma chance, o
superprogramador John envia ao passado Kyle Reese, seu amigo e membro
importante da resistência. No segundo e melhor filme da série, Schwarza volta
novamente no tempo, mas, desta vez, reprogramado para proteger Sarah e seu
filho, já adolescente. Se o volume 1 lançou a carreira de James Cameron (que,
aliás, é o diretor do segundo filme da franquia 'Alien') e ajudou a consolidar
a carreira de Arnold, o segundo filme foi um sucesso ainda maior e, graças aos
avanços da tecnologia, possui visual incrível e até hoje moderno, trama tensa e
com muita ação e trilha sonora maravilhosa. A saga ainda gerou mais 3 4 filmes
(o 3 e o 4 são totalmente dispensáveis; do 5 e 6 eu gostei) e a série de TV ‘Terminator:
The Sarah Connor Chronicles’, que teve duas temporadas e, infelizmente, foi
cancelada.
Robôs
também têm coração!
Inspirado no conto
‘Supertoys Last All Summer Long’, de Brian Aldiss, e num projeto
idealizado por Stanley Kubrick, Steven Spielberg levou para as telas ‘Inteligência
Artificial’, uma ficção científica comovente que mostra que os robôs nem
sempre são ruins. Nessa história futurista, a humanidade já está bem acostumada
à presença dos robôs no dia a dia, e são vendidos ciborgues em forma de
criança, programados para amar os pais eternamente (Um negócio e tanto. Que
pais não gostariam de ter filhos que não crescem e demonstram amor
incondicional?). Joe é um desses robôs. Depois de ativado pela ‘mãe’, sua
avançada inteligência artificial faz com que aprenda sempre mais e mimetize
muitos comportamentos humanos, inclusive o amor. O mais aterrorizante desse
filme com ares de fábula não é a capacidade dos robôs de demonstrar
sentimentos, e sim a frieza e a falta de empatia dos seres humanos. Tocante e
reflexivo.
A
tecnologia está aí para ajudar. Ou não?
Mais um
filme do Spielberg, mais uma adaptação de conto, desta vez de 'Minority Report', presente no
livro de mesmo nome, de um dos autores de ficção científica que mais fornece
material de base para roteiros de filmes: Philip
K. Dick. Na trama futurista, a polícia conta com a divisão pré-crime,
que usa a ajuda de três seres paranormais (precogs) que trabalham interligados
para prever os crimes e permitir a punição dos culpados antes da ocorrência do
delito, fornecendo a data precisa do evento, o nome da vítima e o nome do
criminoso. Com base nessas informações e em vagas imagens presentes nas visões
dos precogs, os policiais agem, impedindo a concretização do crime e reduzindo
imensamente a criminalidade. Mas será que o sistema é assim tão infalível?
Quando um dos principais policiais do departamento vê seu nome aparecer em uma
das previsões dos precogs como criminoso, dá início a uma corrida contra o tempo
para provar sua inocência e acaba revelando as fragilidades da tão aclamada
tecnologia anticrime. Com isso, o filme propõe uma reflexão sobre a condenação
antecipada de um ato criminoso que nem aconteceu e sobre nosso poder de
escolha. Muito interessante.
Ficção
científica também é romance
Quem acha que ficção
científica e romance não combinam, precisa rever seus conceitos. O maravilhoso ‘Ela’ é um dos exemplos mais recentes de que
a combinação funciona perfeitamente. Selecionei ‘Brilho Eterno de Uma Mente Sem
Lembranças’ porque é um dos
representantes do gênero que mais me marcaram, tanto por suas reflexões sobre a
natureza humana quanto por seu visual estranho e poético. A trama, que dá
margem a várias interpretações, conta a história de Joel, que um dia falta ao
trabalho e vai para uma praia distante, onde encontra Clementine, uma
ex-namorada que havia utilizado os serviços de uma empresa especializada em
apagar seletivamente memórias indesejadas. Assim, ressentido
por ter sido apagado da memória de Clementine, ele decide fazer o mesmo, só
que, durante o procedimento, se arrepende e tenta desesperadamente salvar as
recordações que tinha da amada. Quem já assistiu a outros filmes com roteiro de
Charlie Kaufman (‘Quero Ser John Malkovich’, ‘A Natureza Quase Humana’, ‘Adaptação’, 'Confissões de uma Mente Perigosa', 'Anomalisa')
sabe de sua obsessão pela mente humana e seus labirintos obscuros e, portanto,
já tem uma ideia do que esperar. A quem não conhece o trabalho do roteirista,
só recomendo que dê uma chance e não racionalize demais. Embarque no sonho e se
deixe levar.
E para vocês, que filme de
ficção científica foi marcante?
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