segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Veja Mais Mulheres - Filme #1: As Sufragistas


Baseada em uma história real, “As Sufragistas” conta a história de um grupo de mulheres que lutava pelo direito ao voto feminino da Inglaterra entre o fim do Século XIX e início do Século XX. No filme, acompanhamos o momento em que, cansadas de serem exploradas e ignoradas, as sufragistas decidem partir para ofensivas mais violentas para chamar a atenção das autoridades.


Um dos cenários em que se desenrolam as cenas é uma lavanderia. As condições de trabalho degradantes, que envolviam uma carga horária absurda, salários ínfimos, falta de segurança (esmagamento de dedos, queimaduras e problemas pulmonares eram comuns), afetavam ambos os sexos, porém mais profundamente as mulheres, já que ganhavam menos, ainda tinham a carga dos afazeres domésticos e sofriam abusos sexuais. É, não tinham nada do que reclamar mesmo...


As sufragistas acreditavam que o direito ao voto era o primeiro passo para começar a mudar a situação feminina, mas é lógico que eram mal vistas e desacreditadas (afinal, mulher não tem nada que se meter em política, não é mesmo?), pelos governantes, pelos vizinhos, pelos companheiros de trabalho e pelas outras mulheres, que achavam melhor não desafiar o que já estava estabelecido havia tanto tempo.


Maud (Carey Mulligan) é uma jovem lavadeira que se interessa pelas reivindicações das sufragistas, mas que obviamente tem medo de se envolver, pois tem contas a pagar, um filho pequeno para criar e um marido para satisfazer. Decide demonstrar seu apoio discretamente, mas devido a um contratempo se vê intimamente ligada ao movimento – o que não é nada bom para sua reputação, para seu emprego e para seu casamento. Mesmo colocando tudo o que tinha em jogo, ela por fim entende a importância da luta e coloca o bem-estar geral acima do próprio, abraçando a causa e sofrendo as consequências.


Crucial para o despertar de Maud para a luta das sufragistas é a personagem Edith (Helena Bonham Carter) (que queria ser médica, mas “nasceu do sexo errado”) que gerencia a farmácia do marido (que herdou o negócio, embora não tivesse o menor talento para a coisa) e usa o estabelecimento também como sede secreta de reuniões das ativistas. Além de ser o cérebro por trás das ações das militantes, ela também cuidava das doenças das mulheres e ensinava a elas noções de defesa pessoal. Uma líder nata.

Por mostrar que, apesar das conquistas femininas, as diferenças no tratamento entre mulheres e homens ainda são enormes e que a luta ainda vai longe, “As Sufragistas” é um filme atual e necessário. Recomendo muito!

Nota: 4/5
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Sobre a diretora:

Sarah Gavron é uma cineasta britânica nascida em 1970. Trabalhou na BBC e, assim como muitas diretoras, iniciou a carreira no cinema dirigindo documentários. Seu primeiro longa de ficção foi a adaptação do romance de Monica Ali, “Um Lugar Chamado Brick Lane”. “As Sufragistas” é seu segundo trabalho. 

Este post faz parte do projeto Veja Mais Mulheres, criado pela Cláudia Oliveira. Para ver o post de apresentação que inclui minha lista de filmes e os links para as respectivas postagens, clique AQUI.

4 comentários:

Claudia Oliveira disse...

Preciso de ver!Gostei do que você escreveu.
A mulher que ama livros.

Maritza Bom disse...

Olá Michelle, parabéns pelo post!
Achei o assunto do filme bastante relevante, realmente parece ser um filme muito bom! Gostei das suas impressões e vou assistir, obrigada pela dica!!

Até mais!

http://prologodaleitura.blogspot.com.br/

Claudia Leonardi disse...

Já estava doida pra assistir, agora então...
Adorei o post
Bjks mil

Nathália Pedroza disse...

Já estava muito interessada em ver, depois desse post... mais ainda!