sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Série: Broadchurch - Temporada 1


Na pequena cidade litorânea de Broadchurch, um menino é encontrado morto na praia. O crime choca a todos da pacata comunidade em que todos se conhecem. Quem assume a investigação é o detetive transferido Alec Hardy (David Tennant), juntamente com Ellie Miller (Olivia Colman), policial local e melhor amiga da família da vítima. Ao longo de 8 episódios, descobrimos com eles os pequenos e grandes segredos que se escondem por trás da aparente face amigável dos moradores.


Comecei a ver ‘Broadchurch’ totalmente por acaso, num dia em que perdi o sono e fiquei fuçando nas opções disponíveis no NOW. E já no primeiro episódio fui fisgada. Séries policiais existem aos montes, mas são raras as que se dedicam mais ao estudo dos personagens do que a desvendar o crime. E é nesse nicho que o programa se encaixa e se destaca.


Com uma abordagem policial mais realista, a série mostra um departamento que sofre com falta de recursos, com a pressão da mídia, com a cobrança para que descubram logo quem matou o garoto e, ao mesmo tempo, para que não deixem de lado outros casos. A chegada à cidadezinha de Alec Hardy para assumir a investigação gera um climão na delegacia, pois era Ellie quem deveria ser promovida e, portanto, seria a responsável pelo caso. Alec é visto por todos como o forasteiro metido, aquele que não conhece os costumes locais nem os moradores e que quer fazer as coisas do seu jeito – seu ar antipático e seu passado nada glorioso pioram ainda mais sua situação.


Mas a dupla funciona que é uma beleza! Desde o início conflituoso até a cumplicidade que desenvolvem no final, eles se complementam e, independentemente do que acreditam ou preferem, colocam a resolução do caso em primeiro lugar. Mesmo que para isso tenham que prejudicar suas vidas pessoais. Uma entrega rara e dolorosa.


O grande trunfo da série, além de contar com protagonistas talentosos, é brincar com o instinto de detetive do espectador. A cada capítulo, somos levados a acreditar que um personagem diferente pode ser o assassino, mas então o segredo que ele esconde é revelado e temos que encontrar um novo suspeito. É manipulação, sim, mas é muito bem feita. E, como Alec e Ellie, sentimos a angústia e a frustração de não avançar suficientemente rápido graças ao tempo perdido com essas suspeitas que se revelam desvios bobos que, na maioria das vezes, não importam para a investigação.


Como eu disse, cada suspeito guarda um segredo; alguns são mentirinhas não relacionadas com o crime, como um marido que não pode revelar onde estava porque traía a esposa na hora da ocorrência; outros são realmente pesados e capazes de arruinar a vida de muitas pessoas, algumas vezes resultando em tragédia. De qualquer forma, montar o quebra-cabeça é bem divertido e viciante. Vi a temporada inteira em dois dias (isso porque eu precisava sair, senão teria visto tudo de uma vez).

Atualmente, a série tem duas temporadas (ambas disponíveis no +Globosat) e a estreia da terceira está prevista para o primeiro semestre deste ano. 

Nota: 5/5

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