Ois!
Saindo
do forno, mais um post sobre os indicados ao Oscar 2017. Hoje vou falar sobre
uma categoria que adoro: animações. Só não consegui assistir ainda o 'Minha vida de abobrinha'. Eu ia aguardar o lançamento, mas sei lá se vão adiar de novo. Então, por enquanto, vou falar dos outros quatro concorrentes. Preparados? Sigam-me os bons!
Zootopia (Zootopia – Byron Howard, Rich Moore, 2016) [Estados Unidos]
Moana (Moana – John Musker, Ron Clements, 2016) [Estados Unidos]
Moana
é filha do chefe de uma tribo e, portanto, um dia também será líder. A tribo
vive em uma ilha, em perfeita harmonia com a natureza, até que começa a
enfrentar problemas para obter alimento. A solução é óbvia: navegar em busca de
outras terras férteis ou outras fontes de comida. Só que há um segredo trágico
que impede os nativos de se lançarem ao mar. Entretanto, Moana tem uma relação
especial com o oceano e parte sozinha para quebrar uma maldição e salvar seu
povo. Muita gente elogiando e muita expectativa. Resultado: frustração.
Obviamente é ótimo que uma protagonista das animações Disney fuja do estereótipo
da princesa em busca do amor – Moana passa com louvor nesse teste ao não se
envolver romanticamente com ninguém – mas a jornada do herói (da heroína, no
caso) já foi contada de forma mais envolvente e satisfatória. As músicas também
não funcionaram para mim. Destaco como pontos positivos a Moana em si, as
tatuagens animadas do semideus Maui e a avó da Moana, que fica pouco tempo em
cena, mas é crucial no encorajamento da neta e na revelação do passado da
tribo. Provavelmente deve ganhar o Oscar.
Nota: 3/5
Nota: 3/5
A tartaruga vermelha (La tortue rouge – Michael Dudok de Wit,
2016) [Holanda]
Um
náufrago vai parar em uma ilha e tenta desesperadamente sair de lá. Mas sempre
acontece alguma coisa que o impede de partir. Um dia, ele percebe o que estava
arruinando suas tentativas de ir embora: uma enorme tartaruga vermelha. Irado,
o homem mata o animal. Mas algo estranho acontece e o náufrago desiste de
abandonar a ilha. Em uma parceria inédita de coprodução entre o Studio Ghibli e
diversas empresas de animação da França e da Bélgica, o filme é dirigido por um
holandês e não tem nenhuma fala sequer. O estilo do desenho me lembrou o do
Hergé, criador de Tintim, e a história é simples em sua essência, mas dá o que
pensar, pois é cheia de simbologias, começando pela tartaruga, que representa a
sabedoria e a longevidade, e passando pela própria figura do náufrago e seu
aprendizado e amadurecimento. Sem dúvida, o filme dá margem a várias
interpretações, e, embora tocante, esse seu caráter mais subjetivo torna a
animação mais adulta e com menos chance de levar o prêmio.
Nota: 3,5/5
Nota: 3,5/5
Kubo e as cordas mágicas (Kubo and the two strings – Travis Knight
(II), 2016) [Estados Unidos]
Kubo
é um garoto que mora com sua mãe em uma caverna isolada. Ela é uma deusa que
contrariou as ordens paternas e, em vez de matar o famoso samurai Hanzo, se
apaixonou por ele, com quem fugiu e teve um filho, Kubo. Na fuga, Hanzo foi
morto, Kubo perdeu um olho e a mãe desenvolveu depressão. Desde então o menino
é responsável pelos cuidados com a mãe e pelo sustento da casa e, para arranjar
uns trocados, ele conta histórias no vilarejo enquanto toca seu instrumento com
cordas mágicas que dão vida a pedaços que papel que se transformam em origamis
animados. Uma noite, Kubo desobedece às instruções da mãe porque queria ver o
festival das lanternas, e isso acaba colocando em seu encalço suas duas tias
vingativas. Ele, então, não tem outra saída a não ser partir em busca da
armadura encantada de seu falecido pai para proteger a si mesmo e à mãe. Em sua
jornada, ele conta com a Macaca e com o Besouro. Baseada em lendas e mitos
japoneses, a animação é, de longe, a mais interessante da safra 2017. Mesmo
sendo voltada para o público infantil, a história não subestima a inteligência
dos pequenos e trata de temas pesados como morte e depressão e coloca monstros
bem assustadores no caminho de Kubo, mas a força da amizade e o poder do amor e
do perdão estão lá para contrabalancear o lado sombrio. Para mim, o stop motion é mais um ponto positivo.
Sem dúvida, o meu favorito.
Nota:
4/5
Veja todos os posts de indicados ao OSCAR 2017.
2 comentários:
Ainda não vi nenhum dos filmes e não sei se conseguirei ver antes do Oscar, mas gostei da variedade das indicações. Tenho vontade de ver quase todos, especialmente A tartaruga vermelha e Minha vida de abobrinha
Lígia,
Também gostei da variedade. E de quase todos os filmes.
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