T.S.
é um garoto de 10 anos que mora em um rancho em Montana. Apaixonado por
ciências e dotado de uma inteligência muito acima da média, ele resolve um
complicado problema envolvendo física e mecânica e ganha um importante prêmio,
só que, para recebê-lo, terá que atravessar sozinho o país.
Com
uma narrativa delicada e um visual colorido que lembram os filmes de Wes
Anderson, o francês Jean-Pierre Jeunet
(diretor do igualmente fofo “O Fabuloso
Destino de Amélie Poulain”) conta a história do pequeno T.S. (Kyle
Catlett), gênio-mirim que se sentia deslocado na escola e diminuído em
casa diante dos olhos do pai, um cowboy durão que se orgulhava ao se ver
refletido em Layton, irmão gêmeo de T.S., mas que em nada se parecia com o
protagonista.
T.S.
se divertia fazendo cálculos e construindo engenhocas, enquanto Layton preferia
usar seu laço e treinar sua pontaria em qualquer coisa que se movesse; Se T.S.
era tímido e pequeno demais para a idade, Layton era forte e destemido. De tão
diferentes, nem pareciam gêmeos. No entanto, mesmo com características tão
distintas, os irmãos estavam sempre juntos. Até que um acidente durante uma
tarde de brincadeiras termina na morte de Layton. E em T.S. se sentindo
culpado.
Por
isso, a viagem para receber o prêmio é mais motivada pela vontade de T.S. fugir
de sua culpa do que pela honra de ter seu trabalho reconhecido. E, em sua
jornada, o menino enfrenta perigos reais, encontra personagens estranhos e
encantadores e se reaproxima do irmão morto. Tudo em um clima de fábula que arranca
sorrisos e lágrimas na mesma proporção.
Além
disso, é muito interessante ver como a fama sobe à cabeça das pessoas. A
subsecretária da instituição acadêmica, que acolhe T.S. com carinho quando ele
chega acabado ao seu destino e que se empenha em fazer valer a premiação diante
do assombro de ter um homenageado tão jovem, após ficar sob os holofotes, se
transforma em um monstro que só quer promover a si mesma. Triste, porém real.
Vale
destacar ainda a peculiar família de T.S.: a mãe, vivida por Helena
Bonham Carter, é uma entomologista renomada que, sabe-se lá porque, se
encantou pelo homem simples e teimoso que é o pai de T.S. e foi morar no meio
do nada. Há ainda a irmã mais velha, louca por concursos de beleza e por ser
famosa, que se frustrada por morar no campo com um monte de gente esquisita. Eles
formam um grupo de personagens excêntricos, cada qual lutando do seu jeito para
superar a morte de Layton. A viagem de T.S. acaba sendo também uma jornada de
reestruturação familiar.
“Uma Viagem Extraordinária” faz parte
do Festival Varilux de Cinema Francês
2014, que está rolando em várias cidades brasileiras. Veja AQUI a
programação da sua cidade.
Lindo,
lindo, lindo! Para todas as idades.
2 comentários:
Só de ler seu post sobre o filme já me encantei muito, adoraria assisti-lo. Muito bom seu post!
petalasdeliberdade.blogspot.com
Estava planejando assisti-lo esse fim de semana. Parece bem bacana, pelo que vc falou.
:)
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