Em “O Exorcista”, a série, Angela (Geena
Davis) é a mãe zelosa que procura o Padre Thomas (Alfonso Herrera)
e pede que ele vá à sua casa, onde supostamente estão acontecendo coisas
estranhas. Segundo ela, a filha mais velha não quer sair do quarto, a mais nova
vive assustada, objetos estão sempre mudando de lugar e as paredes emitem uma
espécie de sussurro. Ainda que o padre encontre uma explicação simples para
todas essas coisas, decide fazer uma visita a Angela para acalmá-la. E
adivinhem só o que ele encontra por lá?
O
filme de 1973, adaptado do livro de Peter Blatty, é um clássico absoluto do
terror e ainda hoje continua horrorizando espectadores pelo mundo afora. Na
história, uma garotinha doce e obediente apresenta mudanças drásticas de
comportamento e passa a xingar, agredir e profanar objetos religiosos, entre
outras coisas. A mãe, preocupada, a leva a todo tipo de médico, faz inúmeros
exames e tenta os mais inusitados tratamentos – tudo sem sucesso – antes de
finalmente começar a cogitar, com relutância e ceticismo, que a filha poderia
estar possuída. Uma progressão lógica de eventos.
Já
na série, a coisa toda acontece do nada e dá certa vergonha alheia pelas
atitudes de Angela. Como o próprio Padre Thomas a faz lembrar, a filha mais
velha tinha motivos para se isolar no quarto, pois havia sofrido um acidente
feio de carro recentemente, no qual perdera uma amiga e ainda se lesionara
com gravidade; a filha mais nova estava sob uma pressão imensa devido à situação
delicada da irmã e também do pai, que tentava se adaptar à nova condição de
aposentado por invalidez causada por um acidente de trabalho que afetara sua
memória; os objetos podiam ter sido trocados de lugar por alguém da casa; o
barulho vindo das paredes poderia ser um efeito de corrente de ar, etc. Ou
seja, realmente não havia nenhum motivo que justificasse a suposição de Angela
de que algo sobrenatural estivesse ocorrendo.
Enfim...
apesar dessa premissa constrangedora, resolvi dar uma chance à série e, até o
momento, vi três episódios. No segundo, depois que o demônio se manifesta pela
primeira vez, o programa ficou mais interessante, e no terceiro há uma cena do Coisa-Ruim
assumindo o corpo da garota em pleno vagão do metrô que é sensacional.
Mas
vou falar um pouco mais sobre os personagens e as diferenças com o filme. Nesta
nova versão da história, não tem Pazuzu vindo do Oriente Médio – o Mal vem de
um lugar bem mais próximo e bem mais incômodo para os americanos: o México.
Claro, faz sentido. O Padre Thomas, que também veio do outro lado da fronteira,
é um cara que não assumiu a batina por vocação, e sim numa daquelas promessas
feitas por algum parente, e, portanto, sempre se questiona se deve seguir a
carreira ou largar tudo para ficar com um amor do passado (que ainda está bem
presente).
Marcus Brennan (Ben Daniels) é o padre mais velho, com direito ao icônico
chapéu preto, que já enfrentou o Tinhoso antes e não tem boas recordações,
tendo, inclusive, se afastado do ofício. Quando Thomas fica sabendo de seu
histórico por meio de visões e vai pedir sua ajuda, ele recusa a princípio, mas
acaba por aceitar o apelo do jovem e começa a juntar evidências para entrar com
um pedido formal de exorcismo, que é negado por questões políticas da Igreja –
o Papa está de passagem pela cidade e há muitos interesses por trás de sua
visita.
Como
eu disse, a série teve um péssimo começo, mas parece que está se acertando. O
fim do terceiro episódio dá a entender que a cidade está infestada por
demônios, atraídos justamente pela presença do Papa. Senti uma vibe meio "Supernatural". Não
sei se isso vai ser bom ou ruim. De qualquer forma, fiquei curiosa para saber o
que vai acontecer.
A
série teve estreia simultânea nos Estados Unidos e no Brasil dia 23 de setembro
deste ano, e por aqui é exibida pelo canal FX às sextas-feiras depois da
meia-noite.
Nota:
3/5
Trailer
legendado:
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