Mary é uma estudante de medicina muito
dedicada, mas totalmente falida. Um dia, em uma atitude desesperada, ela vai
até um clube de striptease se
candidatar a uma vaga. Uma confusão acontece no local e ela acaba usando seu
conhecimento médico para salvar a vida de um cara. E essa é sua porta de
entrada para o mundo das cirurgias clandestinas.
O
acaso faz Mary ingressar no submundo dos negócios ilícitos e ganhar fama entre
pessoas interessadas em modificação corporal; uma experiência traumática
envolvendo seu ex-professor a faz ver em sua nova atividade uma oportunidade de
vingança; mas seu talento e sua identificação com esse universo marginal são o
que a mantêm ali.
O
filme merece crédito por mostrar a parte reprovável da faculdade de medicina,
com médicos e estudantes tratando pacientes sem um pingo de dignidade ou
compaixão, com as piadinhas escrotas e falta de respeito às mulheres, com os
abusos verbais e de poder dos professores e, no caso de Mary, a coisa termina
em abuso sexual. Pesado.
Outro
ponto positivo é tentar mostrar aqueles que curtem modificações corporais como
pessoas normais, não aberrações. Nesse quesito, não sei se o filme cumpriu o
objetivo porque, todos os personagens modificados da trama aparecem como
fetiche, objetificados. A parte boa é que levanta questões, como ‘Até que ponto
as pessoas mudam sua aparência porque querem, não para agradar aos outros?’,
‘Qual o limite?’, ‘A imagem que temos de nós mesmos corresponde àquela real?'.
No
entanto, na parte final as coisas desandam. A protagonista começa a atacar
outras mulheres por ciúme (close errado, amiga) e a história fica totalmente
confusa. A impressão que tive é que as diretoras não sabiam mais como continuar
e decidiram encerrar logo o filme.
Resumindo,
“American Mary” é um filme que tem
um início interessante, mas que se perde no desenrolar na trama. Apesar dos
deslizes, acho válido conferir por apresentar uma protagonista que não está lá
no filme de terror apenas para servir de vítima.
Nota:
3/5
*******************
Sobre
as diretoras:
As
gêmeas Jen e Sylvia Soska,
conhecidas como ‘Irmãs Soska’ são canadenses
e trabalham como produtoras, roteiristas, atrizes e diretoras. Apaixonadas pelo
terror desde crianças e frequentando sets desde os 7 anos, elas não tiveram
dúvida sobre o caminho a seguir. Embora tenham se graduado em cinema, elas
dizem que não aprenderam grande coisa na faculdade, e que tudo que sabem veio
de observação do trabalho dos outros profissionais e de muita experimentação. O
primeiro filme da dupla, que também foi o projeto final de curso delas, foi o ‘Dead
hooker in a trunk’ (2009). Depois vieram ‘American Mary’ (2012),
um segmento no ‘ABCs of Death 2’ (2014), ‘Noite do Terror 2’ (2014) e ‘Vingança’
(2015). Atualmente, elas estão trabalhando em uma refilmagem de ‘Rabid’, do compatriota David Cronenberg.
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