Adaptação do romance "Distância de Resgate", da escritora argentina Samanta Schweblin, o thriller tem roteiro criado pela própria Samanta junto com a diretora peruana Claudia Llosa, que já nos brindou com ótimos filmes, como “A teta assustada” e “Madeinusa”. Como no livro, a narrativa é toda fragmentada e avança e retrocede no tempo, desorientando o espectador, que tem que prestar muita atenção no que vê e no que é dito para montar o quebra-cabeça.
Tendo como protagonista uma mulher doente e delirante que tenta entender como as coisas chegaram àquele ponto, o filme trata do pesadelo real de qualquer mãe - ver seu filho correndo perigo - e acrescenta a esse pavor elementos sobrenaturais.
Como no livro, a trama se passa numa região rural da Argentina (embora o filme tenha sido rodado no Chile), e as belas paisagens ensolaradas tornam tudo mais sombrio quando nos damos conta do que está acontecendo. Como esse foi um livro que amei (falei sobre ele AQUI), fiquei bem receosa quando soube que viraria filme da Netflix. A chance de estragarem tudo tentando explicar demais ou de se perderem completamente no enredo intrincado era grande, mas felizmente "O fio invisível" conseguiu levar para a tela com louvor a atmosfera angustiante das páginas. Assim como no romance, a adaptação não entrega as respostas de bandeja, e deixa o final aberto, dando espaço para muita discussão e diversas teorias. Recomendo demais o filme e o livro.
Nota: 4/5
(Postado no Instagram em 22 de novembro de 2021)
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