Casarões
decadentes ou casas recém-reformadas; um sonho realizado ou uma herança
inesperada – não importa. Em “Malditas”
as casas são organismos vivos que pulsam, respiram e se alimentam dos pobres
seres humanos. Elas trazem em suas paredes memórias de várias gerações, guardam
sob a poeira lembranças tristes, e por suas frestas e sombras espreitam fantasmas
aterrorizantes. Quem tiver coragem de se arriscar, venha comigo!
O
livrinho é uma coletânea de sete contos de terror escritos originalmente em
língua portuguesa por 7 autoras diferentes. Em comum, apenas o gosto por criar
histórias de tirar o sono que têm casas como agentes do mal.
Como
em todo livro de contos, alguns agradam mais que outros e o resultado geral
acaba sendo irregular. Entre as histórias, destaco as três que mais me
impressionaram:
‘Escrito com sangue’ é o conto que abre
o livro e tem uma atmosfera delirante à la
Poe. Fala sobre um homem que leva uma vida totalmente desregrada e herda uma
casa do tio. Uma noite, bêbado, ele começa a subir os degraus da velha escada
caracol e fica preso em um pesadelo em que um número infinito de degraus se
seguiam, para cima e para baixo, e ele não consegue jamais chegar a algum
lugar. Achei altamente angustiante!
‘Mudanças’ foi outra história que me
deixou tensa do início ao fim. É sobre uma família que se muda para uma casa
nova, mas as coisas já começam a dar errado na chegada, enquanto os pais
descarregavam as malas e o filho pequeno quase é atacado por um dos vários
cachorros do vizinho. O clima de suspense vai aumentando com os sinistros
quadros aparafusados nas paredes que parecem mudar a cada dia. E ainda tem os
pesadelos do menino com o homem que ele diz morar no armário. Quando todas as
peças do quebra-cabeça se enxaixam, o cenário revelado é terrível demais.
‘Anne’ também chamou minha atenção, mas
porque se diferencia dos demais contos pelo fato de a protagonista humana da história
não aceitar o papel de vítima e se mostrar uma adversária à altura da casa. Não
posso falar mais para não estragar a surpresa, mas achei a tal Anne muito fria
e perspicaz. Sem moralismo, soube aplicar como ninguém a máxima ‘Se a vida lhe der limões, faça uma
limonada’.
“Malditas – As casas têm atmosfera” é o
volume 2 da Coleção Funesto, formada também por “Insanas... elas matam!”
e “Elas, cruéis”, que traz sempre contos de horror escritos por mulheres.
Nota:
3,5/5
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2 comentários:
Com esse título e essa capa a maricas aqui não passa nem perto. (rs)
Marta,
Não vou nem tentar te convencer a ler porque, neste caso, tem que gostar de sentir medo mesmo... rs
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